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31 de julho de 2007

CBF entrega proposta à Fifa pela competição

Ricardo Perrone Da Folhapress Em São Paulo

A CBF entrega nesta terça-feira à Fifa a proposta do Brasil para receber a Copa do Mundo de 2014 e já é cobrada pelo governo federal. Sob os efeitos do estouro no orçamento do Pan, o Ministério do Esporte afirma que dessa vez não quer surpresas em relação aos gastos públicos.

"A partir do momento em que a Fifa aprovar o projeto brasileiro, não vamos ser pegos de surpresa. Valerá o que estiver no projeto", diz Alcino Reis Rocha, secretário do ministério envolvido no planejamento.

No dia 30, a entidade que comanda o futebol decide se o Mundial será no Brasil. "Tem que ser um bom projeto, e o bom projeto é aquele que não nos surpreende a cada dia", completou, referindo-se à explosão dos gastos no Pan.

Em 2003, a previsão era que os governos federal e estadual e a Prefeitura do Rio gastassem juntos R$ 414 milhões. No final, a conta foi de R$ 3,7 bilhões. A proposta que será entregue com pompa não indica custos.

Ricardo Teixeira convidou o escritor Paulo Coelho e o atacante Romário para a cerimônia, em Zurique, às 6h (horário de Brasília). O cartola, entretanto, deixou Pelé de fora.

A promessa da confederação brasileira é de nenhum gasto público na construção de estádios. Os governos teriam de investir em infra-estrutura. Além de dar uma série de isenções fiscais à Fifa e seu pessoal.

Outra preocupação do Ministério do Esporte é evitar que Brasília socorra Estados e municípios que não consigam bancar os gastos. Justamente o que o governo federal alega ter ocorrido na realização do Pan. "Para a Copa, vamos deixar a responsabilidade de cada um bem clara", declarou Reis.

Por enquanto, a preocupação da CBF é impressionar a Fifa com sua proposta. Tanto é que uma empresa de marketing cuidou da elaboração do projeto, que apresentará os Estados e as cidades interessados no Mundial. E falará das garantias governamentais.

Teixeira preocupou-se em turbinar o evento desta terça, que deixa de ter ser apenas um ato burocrático e ganha ares de festa com as presenças de Paulo Coelho e Romário.

O escritor, que durante a infância estudou com Teixeira, é admirado por Joseph Blatter. A ponto de entrar na sala do presidente da Fifa sem ser anunciado, isso às vésperas da final da Copa de 2006, em Berlim. O cartola fora apresentado a Coelho por Teixeira.

Por sua fama internacional, o escritor está nos planos da CBF para aparecer nos principais momentos tanto da candidatura como do Mundial, se ele for mesmo no Brasil.

Já a presença de Romário em Zurique soa para aliados de Ricardo Teixeira como um recado de que a Copa pode acontecer no Brasil sem sua participação.

O ex-jogador foi recebido na CBF, em 2006, para discutir a sua participação no Comitê Organizador da Copa. Porém, depois, Pelé disse que temia o mal uso do dinheiro público durante a organização do Mundial. O cartola não gostou.

Aliados de Teixeira defendem que ele deixe Pelé de lado, espere para ver como Romário se sai e, depois, decida se afasta de vez o ex-jogador.

O estafe de Pelé diz que ele está em Nova York e não foi procurado pela CBF para participar da cerimônia na Suíça.

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