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26 de outubro de 2009

Polícia reprime manifestação na favela Kelson's com spray de pimenta

Rio - Policiais militares usaram spray de pimenta para conter uma manifestação de moradores na Favela Kelson's, na Penha, Zona Norte do Rio, na tarde desta segunda-feira. Os moradores protestavam contra a morte de Ana Cristina Costa do Nascimento, 24 anos, atingida durante uma ação da PM, na tarde de domingo.

A confusão teria começado quando policiais da 22ª DP chegaram no local para realizar uma reconstituição simulada do caso. A Polícia Civil já abriu inquérito para apurar o crime e está investigando quatro policiais militares. As armas dos PMs já foram confiscadas.
Foto: Reprodução
Ana Cristina Costa do Nascimento, 24 anos, estava com a filha Caienny quando foi baleada | Foto: Reprodução
Ana Cristina morava em Vista Alegre, em Irajá, no subúrbio, e estava com a filha Caienny de 11 meses no colo, que foi atingida no braço. Ela se dirigia ao lado de outra filha, de 3 anos, e do marido, com mais cinco pessoas para um ponto do ônibus na Rua Marcílio Dias, próximo à Avenida Brasil, na altura do quartel da Marinha, quando os PMs teriam feito vários disparos em direção ao grupo.

De acordo com parentes das vítimas, os PMs, que estariam em dois Gols e duas Blazers, entraram atirando na comunidade por volta de 23h. A bebê corre o risco de perder o braço atingido pelo tiro.

"Caminhávamos para o ponto, quando a PM chegou dando tiros em cima da gente. Nos jogamos no chão e Ana Cristina gritou: 'socorro, acertaram o meu peito. Minha  filha também está ferida'. Fizeram uma covardia. Não havia troca  de  tiros no local", disse D., de 17 anos, sobrinho de Ana Cristina. Segundo ele, uma das viaturas se aproximou e um policial perguntou o que tinha  acontecido. "Respondi que eles tinham feito uma  besteira, acertado minha tia e a filha dela. Então, eles pegaram Ana Cristina e a levaram para o hospital (Getúlio Vargas, na Penha)", contou o jovem.

Ana  Cristina já teria chegado morta ao hospital, onde Caienny, conduzida por um morador, também foi internada. Durante toda a madrugada, familiares, revoltados, buscavam informações sobre a menina. Uma enfermeira informou  que  o  disparo  teria causado um "grande ferimento" no braço da criança,  mas que, depois de ser operada, não corria risco de morrer. Desesperado, o pai da criança, o auxiliar de almoxarifado da empresa Medral, Anilton Aragão, 24 anos, que estava com o grupo, teve que ser sedado e levado para casa.
     
Policiais do 16º BPM informaram apenas que teriam sido "recebidos a tiros" por bandidos mas não teriam reagido, durante ronda na comunidade, fato negado por testemunhas. O projétil, cujo calibre não foi revelado, pegou nas costas e saiu no  peito  da mulher.

"Ela foi uma heroína, pois deu sua vida para salvar a filha, caindo abraçada sobre Caienny", acredita M.. Tida como uma jovem alegre e extrovertida, Ana Cristina era mãe ainda de outras duas crianças: Cauane, de 3anos, que também estava no grupo e Cauã, de 6 anos. A 22ª DP (Penha) investigará o caso. Ana Carolina tinha passado o dia na casa de uma irmã, combinando os preparativos para a festa de aniversário da filha baleada, que completará um ano no dia 19 de novembro.



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