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30 de dezembro de 2008

Gaza: UE enviará missão ministerial ao Oriente Médio

UE pede "cessar-fogo permanente" em Gaza

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PARIS (AFP) — A União Européia (UE) pediu na noite desta terça-feira em Paris "um cessar-fogo imediato e permanente" entre Israel e o grupo radical islâmico Hamas em Gaza, anunciando o envio, "muito em breve", de uma delegação ministerial ao Oriente Médio.

Os ministros das Relações Exteriores do bloco europeu fizeram um apelo em sua declaração, emitida ao término de uma reunião de emergência em Paris, por um "cessar-fogo imediato e permanente", que permita uma "ação humanitária imediata" para a população da Faixa de Gaza, onde vivem 1,5 milhão de pessoas.

Neste sentido, a declaração dos chefes da diplomacia dos países da UE também pediu a reabertura dos postos de controle de Gaza nas fronteiras com Israel e com o Egito.

"A União Européia está mais determinada do que nunca a contribuir, junto com os outros membros do Quarteto Internacional para o Oriente Médio (Estados Unidos, Rússia e ONU) e com os países da região, para encerrar a violência e retomar o processo de paz", indica o texto.

"A este respeito, ficou estabelecido que uma delegação ministerial européia viajará muito em breve à região", acrescentaram os ministros, sem dar mais detalhes sobre a missão diplomática.

"Queremos um cessar-fogo que seja permanente, que seja acatado, com um acesso humanitário, naturalmente, porque as vítimas são muitas e precisamos garantir a ajuda e também a volta do processo de paz", disse o chanceler francês, Bernard Kouchner.

O chefe da diplomacia francesa afirmou que esta posição foi estabelecida unanimemente entre os 27 países do bloco: "Isso é o que todos nós desejamos, e não há diferenças a este respeito, pelo contrário", destacou Kouchner, cujo país exerce até quarta-feira a presidência semestral da UE.

"Estamos convencidos de que não haverá solução militar, de que haverá, sim, uma solução política, e estamos buscando isso. Seguimos empenhados em alcançar a paz", declarou Kouchner.

A imprensa israelense informou que o presidente francês, Nicolas Sarkozy, viajará a Israel na próxima semana para fazer pressão pelo cessar-fogo de 48 horas na Faixa de Gaza defendido pela UE.

A mídia israelense diz que Sarkozy deve viajar na segunda-feira, acompanhado por Kouchner.

O Palácio do Eliseu, sede da presidência francesa, declarou, no entanto, que "nada foi decidido", acrescentando que só haverá uma posição após a quinta-feira, quando Sarkozy se encontra em Paris com a chefe da diplomacia israelense, Tzipi Livni.

O Quarteto para o Oriente Médio, por sua vez, pediu um cessar-fogo imediato em Gaza, que seja "plenamente respeitado".

O apelo foi feito durante uma teleconferência sobre "a situação em Gaza e no sul de Israel" e "conclama todas as partes a levar em consideração as necessidades urgentes em matéria humanitária e econômica em Gaza, e a tomarem todas as providências necessárias para garantir o fornecimento constante de assistência humanitária".

www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5hDb7ZpJJu0ftEDqn0EY9Fn5OgBPg

29 de dezembro de 2008

Gaza: um imenso desafio para o futuro presidente americano

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O futuro presidente dos Estados Unidos, Barack Obama

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WASHINGTON (AFP) — O futuro presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que já tem à sua espera o desafio de uma profunda crise econômica e o atoleiro afegão, vê-se obrigado a acrescentar o conflito entre palestinos e israelenses à lista de suas mais altas prioridades, já a partir da posse, em 20 de janeiro.

"Claramente, a situação se tornou ainda mais complicada ao longo dos últimos dois dias e das últimas semanas (...) Mas é uma coisa (a paz) pela qual ele está determinado a trabalhar", declarou no domingo um de seus conselheiros mais próximos, David Axelrod, após um dos dias mais sangrentos em 60 anos de conflito entre israelenses e palestinos.

O presidente eleito, que passa as festas de fim de ano no Havaí, recebeu no domingo um briefing da inteligência americana e "monitora a situação", disse Axelrod à rede CBS.

"A futura administração contava, sem dúvida, com se instalar no poder, observar os resultados das eleições israelenses (em 10 de fevereiro) e, então, formular sua abordagem, mas eles não têm mais esse luxo. Eles vão reagir a uma crise no terreno", afirmou Tamara Wittes, especialista em Oriente Médio na Brookings Institution.

De passagem, em julho, pela cidade israelense de Sderot, alvo constante dos lançamentos de mísseis palestinos, o então candidato à Casa Branca Barack Obama assumiu a defesa de Israel frente ao Hamas.

"Se alguém lançasse mísseis sobre a minha casa, onde minhas duas filhas dormem toda noite, faria tudo que estivesse em meu poder para que isso acabasse", disse ele, na época.

Em 1º de dezembro, o presidente eleito garantiu que o processo de paz no Oriente Médio será um dos temas prioritários para sua secretária de Estado, Hillary Clinton.

À espera da posse, a equipe Obama preferiu, porém, pular essa espinhosa questão, que se soma a uma enormidade de temas pendentes, entre eles uma economia americana em plena recessão e duas guerras - no Iraque e no Afeganistão.

No domingo, Axelrod reiterou que Obama manterá a "relação especial" entre EUA e Israel mas frisou que "durante esse período de transição há apenas um presidente e o presidente (George W.) Bush fala em nome dos Estados Unidos até 20 de janeiro".

"A equipe Obama ainda não indicou que direção vai tomar nesse tema", comentou Nathan Brown, do Carnegie Endowment for International Peace.

O governo dos EUA retomou as negociações de paz, com grande pompa, em novembro de 2007, em Annapolis. Até essa data, Bush havia ignorado a questão. Um ano depois da conferência, o acordo de paz, que deveria ter sido assinado antes do final de 2008, continua parecendo distante.

A ofensiva israelense em Gaza, assim como a realização de eleições legislativas israelenses em 10 de fevereiro, que podem significar a vitória do "falcão" Benjamin Netanyahu, complicam singularmente o panorama de Obama.

"Em caso de eleição de Netanyahu", chefe do partido da direita Likud, contrário à criação de um Estado palestino, "Barack Obama terá de administrar uma crise das relações entre Israel e os EUA, em vez da paz no Oriente Médio", prevê Jackson Diehk, editorialista do jornal "Washington Post".

Segundo analistas, Obama poderá se beneficiar de uma recepção positiva no mundo árabe, já que sua eleição despertou grandes esperanças em uma mudança na política externa americana.

"Mas a explosão de uma nova crise, como a de Gaza, nos dois, ou três meses, que se seguem à sua posse, pode pôr fim a essa lua-de-mel", alertou Nathan Brown.

www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5hbUN_S6A-T7b6Cud6wdPh9cG1Qyg