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18 de setembro de 2014

Oração, pra que te quero...

 
 
 
Pesquisadores da Universidade de Medicina e Ciência da Califórnia, nos Estados Unidos, comprovaram cientificamente que orar faz bem para a saúde. Isso mesmo: orar é um santo remédio para a alma e para o corpo. E chegaram também à conclusão de que não tem contraindicação. Trocando em miúdos: orar reduz em até 11% o risco de desenvolver arteriosclerose; faz a pessoa sentir disposição e ficar mais calmo; quem se habitua a orar torna-se mais saudável do que os que oram apenas eventualmente. Os cientistas concluíram também que isto acontece porque as ondas cerebrais ficam ordenadas, a respiração mais tranquila e os batimentos cardíacos mais lentos, o que reflete na saúde geral da alma e do corpo. Simples assim!
Os pesquisadores só não discorreram sobre a quem se deve dirigir a oração. Para eles, tanto faz se alguém ora ao Deus verdadeiro ou a qualquer outro “deus” ou “santo” que esteja disposto a ouvir suas preces. O simples ato de orar, concluíram os cientistas, já basta para produzir saúde e alento.
Tais afirmações, partindo de cientistas, seres não religiosos (ou mesmo antirreligiosos), têm o condão de ensejar pelo menos uma simples reflexão sobre a validade e importância da oração.
Mas será mesmo que os benefícios da oração são apenas físicos e emocionais? Ou podemos pensar para além desses benefícios, e nos voltar para o que ensina a Bíblia, de que orar traz benefícios espirituais que são úteis não somente para a nossa vida terrena e passageira, aqui e agora, mas também por toda a eternidade?
Nesse caso, que orientações a Bíblia oferece sobre a oração que vale a pena ser feita? Existe mesmo uma oração eficaz que tenha o poder de nos tornar vitoriosos na vida?
Quem melhor ensinou sobre oração, na Bíblia, foi Jesus Cristo. É Dele o ensino sobre a mais conhecida oração de todos os tempos, chamada de Pai Nosso (Mt 6.9-13). Ora-se o Pai Nosso em quase todas as situações da vida: na derrota e na vitória, antes de desafios e depois deles, na saúde e na doença, no nascimento e na morte, ou no simples festejo de um aniversário. Enfim, ora-se o Pai Nosso para entrar ou para sair, no perigo ou na bonança, na escassez ou na abastança, quer por correção moral ou diante de lambança.
Ao ensinar essa oração concisa e singela, Jesus tornou a atividade de orar algo descomplicado e simples, cujo modelo qualquer pessoa poderia seguramente seguir. O Pai Nosso, porém, não é uma reza para ser repetida como um passe de mágica. Antes, é um modelo simples de oração que serve para qualquer criança orar em um minuto, ou, aos experientes, um roteiro de oração que pode levar uma hora ou mais.
Jesus corroborou o ensinou de que é preciso orar a Deus, o Pai, em Seu nome: “E tudo quanto pedirdes (ao Pai) em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho” (Jo 14.13-14). Desse modo, o poder da nossa oração não está na nossa necessidade ou no nosso conhecimento teológico, mas no santo nome de Jesus. Quão poderoso é o nome de Jesus diante de Deus! O Pai é glorificado quando oramos em nome de Jesus, pois assim damos crédito à obra que Ele realizou por nós na cruz do Calvário.
Ao orar, é necessário crer e esperar a resposta, pois é impossível agradar a Deus sem a fé (Mc 11.24; Hb 11.6). Mas não basta crer, é preciso estar em sintonia com a vontade de Deus: “Seja feita a Tua vontade” (Mt 6.10; 26.42). Além disso, é necessário manter a perseverança até a conquista total do que se pretende (Lc 18.1-7).
       Muitos têm dúvidas sobre a posição em que se deve orar. Mas isso não é relevante! De acordo com a situação e a conveniência, pode-se orar em pé ou sentado, ajoelhado ou deitado, curvados ou mesmo prostrados no chão, pode-se ficar imóvel ou com as mãos levantadas aos céus. O importante não é a posição em que se ora, mas a oração que parte de um coração humilde na presença de Deus (Ne 9.4-5; Mt 26.39)
A Bíblia diz que “não sabemos orar como convém”. Isto quer dizer que repetir palavras bonitas e rebuscadas, bem intencionadas e corretas, não nos faz orar adequadamente. São necessárias graça e sabedoria, as quais não residem em nós, mas em Deus. O próprio Deus nos ajuda a fazer a oração eficaz, pois o Espírito Santo é quem “intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis” (Rm 8.26).
A oração não só faz bem à saúde física e mental, como dizem os cientistas. Ela é tanto vital como fundamental, ao ponto de Deus, conhecendo a nossa fraqueza, nos assistir para que a nossa oração seja efetiva e nos traga os benefícios totais, aqui e agora, e também na eternidade.
Orar faz bem. Ore do jeito que você sabe. O pior de tudo é não orar.
 
 
Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém
 



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22 de agosto de 2014

"II" Vergonha pra que te quero...

 
 
 
A Copa do Mundo está em pleno andamento e as previsões catastróficas sob o epíteto do “Imagina na Copa” não se confirmaram. As manifestações contrárias, até agora, foram pífias. E os ensaios de quem desejaria desabafar com o despudorado “tenho vergonha de ser brasileiro” não encontrou ainda o seu respaldo nem audiência que o valha. Os turistas, que muitos esperavam passar pitos de reclamações bem fundamentadas pelos maus serviços públicos disponíveis, esses parecem não ligar e se mostram até mesmo mais alegres que os anfitriões brasileiros.
Nada disso, porém, faz desaparecer os problemas por demais conhecidos, nem exime as autoridades de suas responsabilidades, tampouco esvanece a justeza das reclamações emanadas do povo contra a incompetência das autoridades públicas diante dos problemas nacionais. Ademais, jamais deverá obscurecer a capacidade virtuosa de colocar a nossa vergonha na cara a serviço de alguma coisa boa e proveitosa.
Se o Brasil ganhar a Copa, sua vergonha diminuirá de importância? Se perder, aumentará? Se você não liga, deveria pelo menos questionar a motivação da sua propalada vergonha. Isto porque vergonha na cara não é somente um artigo raro, é também inerente aos cidadãos de bem. 
Na opinião de Capistrano de Abreu, a Constituição Federal deveria conter apenas dois artigos. Primeiro: “Todo brasileiro deve ter vergonha na cara”. Segundo: “Revogam-se as disposições em contrário.” Mas pergunta-se: Vergonha para quê?
Rui Barbosa, em discurso no Senado Federal, em 17 de dezembro de 1914, declarou: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”.
Rui Barbosa fez este desabafo ao defender o requerimento sobre uma chacina de presos conhecida como “Caso Satélite”. A impunidade dos assassinos confessos, depois de quase quatro anos decorridos do crime, o motivou a fazer esse inflamado discurso. O que tinha de observação do cotidiano, seu discurso tinha também de profético. Pois ainda hoje, decorrido quase um século, a impunidade no Brasil perdura e recrudesce. Isso não e novidade, é apenas o reflexo da continuidade do triunfo das nulidades, da prosperidade da desonra, do crescimento da injustiça e do agigantamento do poder nas mãos dos maus.
Essa total inversão de valores não seria, hoje, o princípio que subjaz nos famigerados casos de corrupção no Congresso Nacional? Ora, não estaria isso também entranhado em outros setores da vida nacional?
Quando homens públicos procedem na contramão da honra, agem como quem acredita que não é o cachorro que abana o rabo, mas o rabo abana o cachorro. Felizmente a sociedade tem instrumentos para reciclar-se e fazer incisões eleitoralmente cirúrgicas para extirpar esses “apêndices” supurados de sem-vergonhice.
Mas esse não é o problema maior, que são os danos que suas posturas despudoradas e infames causam nas pessoas de bem, as que são interiormente susceptíveis de desânimo crônico.
O desânimo quanto ao exercício da virtude faz com que cidadãos, incapazes de sujar suas casas, joguem lixo nas ruas; faz com que cidadãos, incapazes de furar uma fila de banco, permitam-se a levar vantagem e passar na frente dos carros que estão enfileirados num retorno de pista única; faz com que cidadãos, mesmo tratando bem seus pais e filhos, não estendem o mesmo tratamento a velhos e crianças desconhecidos — antes, não lhes dão o lugar num coletivo lotado, não lhes cedem seu lugar na fila, não lhes dão prioridade na passagem de um cruzamento.
O mau exemplo é contagioso. Um atleta famoso, pelo simples desejo de ganhar mais dinheiro, se torna garoto propaganda de bebida alcoólica. É lícito, mas não convém. Pois fatalmente será responsável pelo descaminho de tantos garotos que, mirando-se no seu anunciado “exemplo”, no máximo se transformarão em bêbados contumazes.
A despeito de qualquer coisa errada ou fora de lugar, não desista nem desanime da virtude. Ainda que debochem de quem devolve o dinheiro achado, continue fazendo a coisa certa; ainda há quem devolva. Ainda que desdenhem de alguém ser gentil com uma mulher e abrir-lhe a porta do carro, mantenha a sua educação; ainda há que abra portas para mulheres. Ainda que desdenhem de quem é honesto e não se vende, mantenha a esperança; ainda há pessoas que não têm preço. Ainda que filhos ingratos desrespeitem e não honrem os próprios pais, seja fiel em cumprir o mandamento de Deus; ainda há quem o faça. 
Honestidade é virtude, mas é também obrigação. Por isso, não tenha vergonha de ser honesto, pois é seu dever. Tenha, antes, vergonha dos desonestos. Quem sabe, um dia se toquem de que o tempo deles passou, pois a própria História os varrerá para debaixo do tapete de suas insignificâncias.
Não tenha vergonha de pertencer à Igreja de Jesus, tenha antes vergonha daqueles que, semeando divisão e motivados pelo desejo de dominação do rebanho de Deus, envergonham a Cristo.
Constantemente lê-se sobre algum cidadão dizendo-se com “vergonha de ser brasileiro”. Mas não tenha vergonha de ser brasileiro; tenha, antes, vergonha dos brasileiros que não têm vergonha na cara.
 
 
Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém



8 de agosto de 2014

Diante dos seus olhos


      

O rei Davi tinha um poder tão absoluto que poderia ter o que contemplassem os seus olhos e desejasse a sua alma. Se lhe agradasse um campo, ou uma virgem, ou qualquer outra coisa, poderia requisitar tudo o que quisesse em nome do reino, com a bênção de Deus, e ninguém ousaria contrariá-lo (1Sm 12.8). Davi tinha este elevado padrão moral a guiar-lhe os procedimentos: “Não porei coisa injusta diante dos meus olhos; aborreço o proceder dos que se desviam; nada disto se me pegará” (Sl 101.3).
       Todavia, esse mesmo Davi foi testado, quando deu a maior escorregada moral de sua vida, exatamente quando se permitiu olhar lascivamente para uma bela mulher que tomava banho num córrego perto do palácio real. Até hoje, fala-se muito sobre o adultério de Davi com Bate-Seba, e essa mancha jamais se apagará de sua biografia, apesar dos grandes feitos de toda uma vida. Tudo começou com um olhar, em colocar diante dos olhos a “coisa injusta”, ao contrário do que se comprometera evitar a todo custo.
Alípio era um teórico da música do quarto século, que havia se comprometido a viver uma vida digna. O escritor J. N. Norton conta que Alípio era sempre convidado por seus vizinhos a assistir aos combates de gladiadores, mas se recusava terminantemente, pois detestava a brutalidade desses programas bárbaros. Um dia, no entanto, conseguiram coagi-lo a ir. Como Alípio estava determinado a não assistir ao espetáculo sangrento, fechou bem os olhos e nada quis ver. Mas um grito cortante o fez dar uma olhadinha na hora em que um dos lutadores estava sendo ferido mortalmente. O que ocorreu com ele a partir daquele momento foi emblemático. Com a sua sensibilidade embotada, Alípio juntou a sua voz aos gritos e exclamações da multidão barulhenta que o cercava.
       Daquele momento em diante, ele passou a ser um homem mudado – mas mudado para pior; não apenas se tornou assíduo frequentador desse esporte, mas passou também a instar com outros a fazerem o mesmo. A lição que Norton destaca é que, apesar de Alípio ter entrado na arena contra a sua vontade, a exposição ao mal mostra o que pode acontecer com as melhores pessoas ao sentirem o gostinho pelo prazer destrutivo. Antes de o perceberem, já estão escravizados a ele.
       Assim, cuidado com o que você coloca diante dos seus olhos. Cuidado com o que assiste. Pergunte a si próprio – e procure responder com sinceridade – se a sua sala de estar é local de assassinatos diários. Verifique se você tem recebido costumeiramente convidados que xingam você e fazem piadas sobre a sua fé. Já aconteceu de alguém aparecer em sua casa e tentar convencê-lo de que o pecado sexual é uma piada, que traição é algo normal, e que a violência é uma forma de entretenimento?
       Se você geralmente passa algumas horas por dia diante da televisão, ou navegando pelos porões da internet, então tudo isso certamente já lhe aconteceu. Embora não seja nenhuma novidade, o conteúdo moral da televisão, assim como da internet, tem decaído constante e rapidamente nos últimos anos. A boa notícia é que nós não temos que cair junto.
       No Brasil, tem sido debatido se a regulamentação de horários de programação televisiva deve ser restrita aos próprios meios de comunicação, ou se a tarefa deve ser efetivada pelo governo. Mas isso não importa. O fato é que a maior parte do mundo do entretenimento fala muito sério sobre retirar todas as restrições. Tão seriamente que parece só nos restar o desafio de procurar proteger as nossas mentes.
       Antes de ser rei, Davi fora pastor de ovelhas. Ele sabia tanto sobre televisão quanto a maioria de nós sabe a respeito de cuidar de ovelhas. A despeito de si mesmo e de seus defeitos, ele fez a opção que todos deveríamos fazer: “Não porei coisa injusta diante dos meus olhos”.
Um salmista anônimo preferiu pedir ao Senhor que o ajudasse nisso: “Desvie os meus olhos de olharem para coisas sem valor” (Sl 119.37). O patriarca Jó, prezando a fidelidade conjugal, disse: “Fiz aliança com meus olhos; como, pois, os fixaria eu numa donzela?” (Jó 31.1). O apóstolo Paulo orientou o jovem Timóteo para fugir do mal, ou seja, cortá-lo pela raiz (2Tm 2.22). Todos eles sabiam que substituir desejos maus pela busca das coisas justas de Deus é a melhor maneira de evitar problemas.
       A maioria das pessoas não se importa com as sementes malignas que diuturnamente o inimigo de nossas almas tem semeado em suas mentes e corações. Mas há aqueles que se importam em seguir as orientações bíblicas, que certamente lhes ajudarão a guardar suas mentes e corações puros para Deus.
Portanto, procure fugir de piadas sobre sexo e também não se permita a ouvir linguagem vulgar (1Co 6.18; Ef 5.3,4,12). Não permita que as propagandas lhe excitem a cobiça (Ex 20.17; Cl 3.5). Decida-se a não deixar que seus olhos lhe façam pecar (Mt 18.9).
Acima de tudo, devemos ter cuidado com o que colocamos diante dos nossos olhos, pois isso tem o potencial de abençoar ou destruir a nossa vida. Mas a decisão cabe a cada um de nós.


Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém


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6 de agosto de 2014

Deus é Pai, Deus é Mãe





Nem sempre é fácil imaginar Deus numa perspectiva maternal, pois fomos acostumados à ideia de que Deus é Pai. Isso soa quase como um clichê numa cultura paternalista. O próprio Deus, quando resolveu revelar-se à humanidade, o fez utilizando essa mesma visão cultural: nasceu como Homem, viveu como Homem, morreu como Homem, ressuscitou como Homem. E Jesus, o Homem perfeito, deixou bem claro essa imagem paterna e masculinizada de Deus, quando disse: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30). Jesus se referiu ao templo como “casa de meu Pai”. Deus era “Aba”, seu “paizinho” querido.
Quando Filipe indagou: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta”, Jesus lhe respondeu: “Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” (Jo 14.8-10).
Embora Sua resposta não pudesse ser necessariamente diferente numa cultura de padrão masculino e patriarcal, não é desse tipo de critério que Jesus se utiliza para identificar o Pai. Ele está falando mais de caráter do que de forma ou gênero. Até porque essa imagem machista só tem razão de ser relativamente ao aspecto cultural. Não no trato superior da vida espiritual. É assim que, ao expor sobre a vida espiritual e eterna, Jesus também deixa claro que, no céu, não haverá divisão de sexualidade: “Porque, na ressurreição, nem casam, nem se dão em casamento; são, porém, como os anjos no céu” (Mt 22.30).
Na eternidade, não haverá para nós, assim como nunca houve essencialmente para os anjos, nem para Deus, essa visão de macho e fêmea. Em Cristo, não há “nem homem nem mulher”, porque somos um só corpo com Ele (Gl 3.28). Deus é o Verbo, o “EU SOU”, o Ser Perfeito e Supremo, onde todos os outros seres encontram seu sentido e importância na Criação, pois “Nele existimos e nos movemos” (At 17.28).
Desse modo, embora Deus não tenha gênero, como o ser humano, Ele é Pai e também é Mãe. Ou seja, Deus traz em Seu Ser a natureza de um Pai e de uma Mãe em sua expressão última, plena e definitiva. Tudo o que há de melhor em um pai ou em uma mãe tem a sua origem e sentido Nele, pois Deus é a Fonte de onde tudo isso emana.
A verdade é que Jesus chama de Pai o mesmo Ser que algumas vezes também se identificou como Mãe. Isto porque Deus não vê problema em tomar emprestado da natureza os exemplos das mais extremadas mamães. Por isso, Ele evoca para si a imagem de uma águia, mestra na arte de ensinar seus filhotes a voar: “Como a águia desperta a sua ninhada e voeja sobre os seus filhotes, estende as asas e, tomando-os, os leva sobre elas, assim, só o Senhor o guiou” (Dt 32.11,12).
Quando estava muito zangado, Deus se comparava a uma “ursa, roubada de seus filhos” (Os 13.8). E quem brincaria com uma mamãe ursa zangada?
Jesus era o Filho de Deus, “o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser” (Hb 1.3). Era o próprio Deus em essência e natureza, mas não achou de pouca monta se comparar a uma galinha, quando disse: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes!” (Mt 23.37). Por quê?
O historiador judeu Flávio Josefo nos ajuda a entender isso. Tratando sobre o cerco e destruição de Jerusalém, em 70 A.D., ele conta que um soldado romano encontrou uma galinha totalmente torrada, com as asas arqueadas como se estivesse chocando seus ovos. Quando a afastou com a espada, debaixo dela saíram uma dezena de assustados pintinhos. A conclusão óbvia é que o instinto “materno” falou mais alto. Mesmo diante do fogo destruidor, a galinha fez o que só uma mãe extremada pode fazer: preferiu morrer para salvar seus “filhinhos”.
Esse era o mesmo sentimento que havia em Jesus, quando comparou a Sua compaixão por Israel com o cuidado extremado de uma galinha. Porque nenhum outro animal tem comportamento semelhante, pois, diante do fogo, qualquer outro animal foge. A galinha, contudo, quando tem de salvar seus pintinhos, mesmo em face da morte, não hesita. Do mesmo modo, Jesus não amarelou nem fugiu da raia quando teve de sofrer na horrenda cruz para nos salvar.
É, portanto, uma grande injustiça chamar de “galinha” alguém que, por mero mau-caratismo, não consegue ser fiel ao cônjuge. Jesus, mostrando-se fiel à infiel Jerusalém, como uma “Mãe” sempre fiel, mantinha sempre as “asas” abertas oferecendo acolhimento a quem não merecia.
       Deus é Pai, bem mais pai que todos os pais. Deus é “Mãe”, bem mais mãe que todas as mães. Como está escrito: “Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti” (Is 49.15).
       Deus é Pai. Deus também é “Mãe”. Por causa do Seu Amor incondicional, todas as mães merecem ter um Feliz Dia das Mães!


Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém


 

17 de junho de 2014

A síndrome da culpa e a ressurreição...


 

O hiato histórico entre a morte e a ressurreição de Jesus foi terrível para aqueles discípulos que colocaram toda a sua esperança no seu Mestre amado. Entre a sexta-feira da paixão e o domingo da ressurreição só restaram tristezas, dúvidas, incertezas, frustrações e a perspectiva de que toda a sua esperança se esvaíra numa tragédia épica de suplício romano, a crucificação.
Os discípulos tiveram a chance de contemplar o seu Mestre naquele madeiro e, acuados pelo medo paralisante sob o poderio da coorte romana, ainda se sentiam premidos pelo remorso de terem abandonado o seu Mestre e fugido. Porém, mais do que isso, se viam esmagados pela imensa culpa moral de serem, eles próprios, corresponsáveis pela morte de um inocente.
Esse mesmo sentimento, dezesseis séculos depois, inundou a alma do artista holandês Rembrandt Harmenszoon van Rij, quando pintou a mais famosa tela da crucificação de Cristo. Ao contemplá-la, o que primeiro chama a atenção é a imponente cruz e, obviamente, o crucificado. Há uma multidão ao redor da cruz, cujas faces atônitas revelam sua culpa na participação daquele terrível crime.
Numa extremidade do quadro divisa-se uma figura quase escondida nas sombras. Alguns críticos de arte afirmam que tal figura seria um autorretrato de Rembrandt, numa afirmação velada de que reconhecia que os seus pecados ajudaram a pregar Jesus naquela horrenda cruz. Outros afirmam que a intenção de Rembrandt era lembrar que aquela figura poderia ser qualquer pessoa que tivesse a mesma convicção. Ele, assim, conseguiu eternizar aquele momento em que cada um de nós se sente culpado diante do suplício de Jesus, exatamente porque foram os nossos pecados que o fizeram morrer na cruz.
Essa é uma realidade inescapável: todos nós somos culpados pela morte de Jesus! Por quê? Porque todos somos pecadores! E Jesus morreu pelos pecados de todas as pessoas de todas as épocas do mundo inteiro. Se Jesus não tivesse morrido, continuaríamos culpados e morreríamos nos nossos pecados. O problema é quando paramos nesse ponto e deixamos a tristeza e a culpa tomarem lugar em nossa alma. É exatamente assim que muitas pessoas religiosas e sinceras se comportam por ocasião da Semana Santa. Essa é mesma síndrome da culpa que inundou o coração dos discípulos de Jesus e também encheu a alma de Rembrandt.
Esse tipo de síndrome é uma “doença espiritual” cuja cura é totalmente possível, pois o próprio Deus forneceu o “remédio”, exatamente pelo sacrifício expiatório de Jesus Cristo. Os discípulos de Jesus sofreram os efeitos dessa síndrome entre a sexta-feira da crucificação e o domingo da ressurreição. Estavam sorumbáticos, desesperançados, amedrontados e desiludidos; nada mais restara daquele reino proposto por Jesus, tudo se evaporara no ar, tudo se fora naquela horrenda cruz.
Naquele domingo, dois discípulos tiveram o santo privilégio de conversar com o Salvador ressuscitado a caminho de Jerusalém para Emaús, tendo-o recebido em sua casa e ceado com Ele. Eles nem mesmo o tinham reconhecido, uma vez que o sofrimento os mantinha de olhos vendados para a realidade. Eles só reconheceram a Jesus quando o Senhor partiu o pão e deu graças, mas depois desapareceu. Eles retornaram imediatamente para Jerusalém, onde ouviram dos outros discípulos a alvissareira notícia de que o Senhor Jesus vivia, tinha ressuscitado como havia dito (Lc 24.29-34). Eles tiveram a mesma surpresa que os demais, quando as mulheres afirmaram que a tumba estava vazia. Surpresa?
Muito estranho a notícia da ressurreição de Jesus ter sido uma surpresa! Jesus havia dito repetidamente que ressuscitaria no terceiro dia: “É necessário que o Filho do Homem sofra muitas coisas, seja rejeitado pelos anciãos, pelos principais sacerdotes e pelos escribas; seja morto e, no terceiro dia, ressuscite” (Lc 9.22). Mesmo assim, quando Jesus foi crucificado, os discípulos foram tomados de tristeza e desespero, quando deveriam aguardar ansiosa e alegremente a Sua ressurreição.
A ressurreição de Jesus é a cura para esse tipo de síndrome da culpa. É a ressurreição que dá sentido à cruz. Claro, a morte de Jesus isolada é motivo de tristeza; mas seguida de Sua ressurreição é uma boa notícia. Sua ressurreição é a certeza de que a obra foi completa. Por isso Jesus, ao morrer, bradou: “Está consumado!” (Jo 19.30).
A ressurreição de Jesus é a doutrina central da Bíblia. Se acreditarmos em Sua ressurreição real e física, então não teremos dificuldade em crer em qualquer outro aspecto da Palavra de Deus. Se a rejeitarmos, todavia, é melhor desistirmos de crer nas outras partes da revelação da Bíblia. Pode até parecer rude colocar as coisas desse modo, mas o apóstolo Paulo afirmou enfaticamente: “E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados” (1Co 15.17).
Ora, se a fé é vã, para nada serve. E, se permanecemos nos nossos pecados, resta apenas a síndrome da culpa. Desse modo, “se Cristo não ressuscitou, nós não temos nada para anunciar, e vocês não têm nada para crer”. Porém, Ele vive! “Porque Ele vive, posso crer no amanhã. Porque Ele vive, temor não há. Pois eu bem sei que a minha vida está nas mãos do meu Jesus que vivo está!”

Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém

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11 de junho de 2014

Como luzeiros no mundo



 
O historiador Will Durant escreveu onze volumes intitulados “A História da Civilização”, uma monumental obra que retrata as pessoas que mais se destacaram no mundo, entre os quais filósofos, líderes, heróis militares, artistas, cientistas e exploradores. Durant passou a vida inteira estudando história e, relativamente falando, manteve-se na companhia dos homens e mulheres mais influentes de todos os tempos. É isso que torna a sua avaliação das pessoas famosas inteiramente digna de respeito. E na opinião de Will Durant, Jesus de Nazaré está acima de todos, pois iluminou a vida, mudou a história e influenciou multidões de pessoas como nenhum outro.
Falando a respeito de Jesus, o evangelista João afirmou: “A vida estava nele e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela”. Jesus era “a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem” (Jo 1.4-9). E Mateus corrobora: “O povo que jazia em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região e sombra da morte resplandeceu-lhes a luz” (Mt 4.16).
O próprio Jesus disse a Seu respeito: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida” (Jo 8.12). Mas Ele também afirmou a respeito daqueles que o seguiam: “Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa” (Mt 5.14,15).
O apóstolo Paulo, corroborando as palavras de Jesus, disse que os discípulos de Jesus deveriam resplandecer “como luzeiros no mundo” (Fp 2.15). Ou seja: cada discípulo de Jesus deveria refletir a luz de Jesus no mundo onde vive, iluminando-o e influenciando-o com o seu comportamento santificado e cheio da graça de Deus. Porque o mundo está em trevas e precisa desesperadamente da verdadeira luz que é Cristo. 
Sabemos que a maioria das cidades do mundo nasceu literalmente imersa na escuridão. Depois que o sol se punha, suas ruas ficavam escuras, pedestres noturnos tinham de andar com cuidado para evitar pedras e buracos. Foi assim também nos dias de Benjamin Franklin nas ruas da Filadélfia, o qual decidiu dar um bom exemplo aos seus concidadãos colocando uma lanterna do lado de fora de sua casa. Ao transitarem pela rua à noite entre tropeções e quedas, as pessoas que chegavam a esse “oásis de luz” logo percebiam a bênção que ele era. Outros moradores logo começaram a colocar suas próprias lanternas. Assim, depois do pôr do sol, toda a aldeia se transformava num lugar iluminado e seguro.
Somos lembrados continuamente de que vivemos num mundo espiritualmente imerso em trevas, tanto por nossas próprias tendências pecaminosas, como pelos noticiosos recheados de todo tipo de crime e desajuste social, e também por uma sociedade cada vez mais permissiva e acostumada com a imoralidade sem freios. É fácil perceber que vivemos “no meio de uma geração pervertida e corrupta”.
Foi exatamente para combater esse cenário de trevas espirituais e escuridão moral que os discípulos de Cristo foram instruídos a serem “luzeiros no mundo”. Embora sabedores de que nossa conduta na maioria das vezes reflete apenas uma imagem vaga e distorcida de Jesus, e que sozinhos não podemos afastar toda a escuridão, não podemos esquecer o quão significativo será se cada um fizer a sua parte.
Há várias maneiras de reagir à escuridão espiritual. Alguns cristãos preferem se encastelar e viver uma espécie de clausura moral. Embora procurem viver corretamente, nada mais fazem; vivem apenas como “agentes secretos de Deus”, pois só Deus sabe onde estão.
Há também quem prefira murmuração e contendas, vendo só o cisco nos olhos dos outros e não a trave em seus próprios olhos (Lc 6.42). Mas somos alertados: “Fazei tudo sem murmuração nem contendas, para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo” (Fp 2.15,16).
Para não sermos “luzeiros no mundo”, basta vivermos em murmuração e contendas. Paulo não mencionou nada mais escandaloso que isso. Não obstante alguns cristãos cometerem pecados relativamente “maiores”, certamente todos nós já praticamos pecados “menores”: presunção, orgulho e egoísmo, os quais culminam em murmurações e contendas. E são esses pecados “menores” que mais prejudicam o nosso testemunho do Evangelho de Cristo.
Cada cristão tem uma terceira e melhor opção: deixar que sua vida redimida e iluminada por Cristo sirva de luzeiro no mundo a refletir a luz do Evangelho para iluminar outras vidas. Exatamente como Jesus ensinou: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt 5.16).
O mundo ao nosso redor é escuro devido à ignorância espiritual. Há milhares de pessoas cuja existência sem objetivo as conduz a um desespero silencioso que as faz tropeçarem na vida.
Assim, em vez de nos omitirmos, ou de murmurarmos e contendermos, cada um pode fazer a melhor parte: como luzeiros no mundo, devemos refletir a luz de Cristo nos caminhos dos que vivem em escuridão espiritual.

Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém


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4 de fevereiro de 2014

Eleições 2014

Domingos Teixeira Costa


Todos os eleitores brasileiros devem votar só em candidatos nesta eleição que sejam Comprometido com a Segurança dos cidadãos deste País. É do conhecimento de todos, como estamos entregues ao desprezo por parte das autoridades brasileiras atualmente no poder, não foi para isto que nós os elegemos, os seus comportamentos os reprovam, eles devem perder seus mandatos, pois tais autoridades não reúnem condições para reeleição.

Os brasileiros arcam com despesas para elegerem suas autoridades e estas não devem trair a confiança do seu povo, ou aliar-se a mau caráter e muito menos investido de poderes automaticamente para defender e não para atacar àqueles que com as melhores intenções  os elegeram, isto é trair, e o traidor  é assassino três vezes; da confiança alheia e de si mesmo (lembre-se Judas Escariote) de e de sua carreira política. Desta vez, não erremos, sim? Vamos punir a todos os que intentaram contra a paz dos cidadãos deste país.


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22 de janeiro de 2014

Segurança




Domingos Teixeira Costa

Convido a todos os eleitores para que não votem em nenhum candidato da Eleição 2014 que não seja Comprometido a Segurança do cidadão neste País. Todos sabem como estamos entregues ao desprezo por parte das autoridades brasileiras atualmente no poder, não foi para isto que elas foram eleitas, para tal comportamento, estes devem receber o desprezo nas urnas, pois as tais autoridades não reúnem condições para reeleição.

A nação pode viver sem a autoridade própria do seu povo, mas automaticamente estará subjugada à autoridade de estranhos, e esses não têm piedade e muito menos compromissos com o nosso bem comum, não erremos desta vez. Sim? Confirmem isto com um comentários logo a baixo.




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