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1 de abril de 2008

Sarkozy diz que Betancourt está morrendo e deve ser solta

Reuters/Brasil Online

Por Swaha Pattanaik

PARIS (Reuters) - O presidente da França, Nicolas Sarkozy, pediu na terça-feira que a Colômbia suspenda as operações militares contra a guerrilha Farc para colaborar numa "missão humanitária" que leve à libertação da refém Ingrid Betancourt, que segundo ele está perto da morte.

Sarkozy telefonou para o presidente colombiano, Álvaro Uribe, logo após fazer um pronunciamento televisivo dirigido ao comandante das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, Manuel Marulanda, em que pedia a libertação de Betancourt, uma franco-colombiana de 46 anos, mãe de dois filhos, capturada pela guerrilha em 2002, quando era candidata a presidente.

"[Sarkozy] disse [a Uribe] da sua intenção de enviar uma missão humanitária sem demora para fazer contato com as Farc e obter acesso à sua compatriota", disse nota divulgada pela Presidência francesa, sem dar detalhes da missão.

"Ele pediu ao presidente colombiano que suspenda todas as formas de operações militares para garantir a segurança e o sucesso desta missão."

Uribe disse que a Colômbia suspenderia as operações militares quando a missão humanitária fornecer as coordenadas da região em que daria atendimento médico a Betancourt e outros reféns, todos muito doentes após anos de cativeiro.

"O presidente Sarkozy me disse que a missão humanitária está em movimento para atender à saúde dos reféns", disse Uribe em Bogotá. Não ficou claro se a missão já começou.

As Farc oferecem trocar 40 reféns estratégicos -políticos, militares, policiais e três norte-americanos- por centenas de guerrilheiros presos. Mas o governo se recusa a desmilitarizar uma área que serviria para as negociações.

O pronunciamento de Sarkozy às Farc, em francês com legendas em espanhol, mostra a importância que a França dá ao caso.

"As últimas informações que nos chegam relativas a Ingrid Betancourt são profundamente preocupantes", disse Sarkozy no vídeo. "Ingrid está em perigo iminente de morte. Ela não tem mais forças para resistir a um cativeiro interminável, que está se tornando uma tragédia."

"O senhor [Marulanda] que lidera as Farc, o senhor tem um encontro com a história. Não o perca. Liberte Ingrid Betancourt e os reféns mais fracos", acrescentou Sarkozy.

Segundo um comitê de apoio aos reféns, Betancourt estaria em greve de fome desde 23 de fevereiro. "Uma greve de fome em ambiente favorável é muito perigosa. Na selva, é fatal", disse Arnaud Mangiapan, porta-voz dessa comissão, a jornalistas no palácio presidencial francês. "É óbvio que para Ingrid se trata de uma questão de absoluta urgência agora."

O primeiro-ministro François Fillon disse que a França estaria disposta a receber ex-guerrilheiros como parte de um possível acordo para libertar Betancourt.

No fim de semana, um porta-voz de Sarkozy disse que um avião-hospital seria mantido de prontidão para socorrer Betancourt.

(Reportagem de Swaha Pattanaik, James Mackenzie e Elizabeth Pineau em Paris, Patrick Markey em Bogotá)

http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2008/04/01/sarkozy

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