O
historiador Will Durant escreveu onze volumes intitulados “A História
da Civilização”, uma monumental obra que retrata as pessoas que mais se
destacaram no mundo, entre os quais filósofos, líderes, heróis
militares, artistas, cientistas e exploradores. Durant passou a vida
inteira estudando história e, relativamente falando, manteve-se na
companhia dos homens e mulheres mais influentes de todos os tempos. É
isso que torna a sua avaliação das pessoas famosas inteiramente digna de
respeito. E na opinião de Will Durant, Jesus de Nazaré está acima de
todos, pois iluminou a vida, mudou a história e influenciou multidões de
pessoas como nenhum outro.
Falando
a respeito de Jesus, o evangelista João afirmou: “A vida estava nele e a
vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas
não prevaleceram contra ela”. Jesus era “a verdadeira luz, que, vinda ao
mundo, ilumina a todo homem” (Jo 1.4-9). E Mateus corrobora: “O povo
que jazia em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região e sombra
da morte resplandeceu-lhes a luz” (Mt 4.16).
O
próprio Jesus disse a Seu respeito: “Eu sou a luz do mundo; quem me
segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida” (Jo
8.12). Mas Ele também afirmou a respeito daqueles que o seguiam: “Vós
sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um
monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas
no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa” (Mt 5.14,15).
O
apóstolo Paulo, corroborando as palavras de Jesus, disse que os
discípulos de Jesus deveriam resplandecer “como luzeiros no mundo” (Fp
2.15). Ou seja: cada discípulo de Jesus deveria refletir a luz de Jesus
no mundo onde vive, iluminando-o e influenciando-o com o seu
comportamento santificado e cheio da graça de Deus. Porque o mundo está
em trevas e precisa desesperadamente da verdadeira luz que é Cristo.
Sabemos
que a maioria das cidades do mundo nasceu literalmente imersa na
escuridão. Depois que o sol se punha, suas ruas ficavam escuras,
pedestres noturnos tinham de andar com cuidado para evitar pedras e
buracos. Foi assim também nos dias de Benjamin Franklin nas ruas da
Filadélfia, o qual decidiu dar um bom exemplo aos seus concidadãos
colocando uma lanterna do lado de fora de sua casa. Ao transitarem pela
rua à noite entre tropeções e quedas, as pessoas que chegavam a esse
“oásis de luz” logo percebiam a bênção que ele era. Outros moradores
logo começaram a colocar suas próprias lanternas. Assim, depois do pôr
do sol, toda a aldeia se transformava num lugar iluminado e seguro.
Somos
lembrados continuamente de que vivemos num mundo espiritualmente imerso
em trevas, tanto por nossas próprias tendências pecaminosas, como pelos
noticiosos recheados de todo tipo de crime e desajuste social, e também
por uma sociedade cada vez mais permissiva e acostumada com a
imoralidade sem freios. É fácil perceber que vivemos “no meio de uma
geração pervertida e corrupta”.
Foi
exatamente para combater esse cenário de trevas espirituais e escuridão
moral que os discípulos de Cristo foram instruídos a serem “luzeiros no
mundo”. Embora sabedores de que nossa conduta na maioria das vezes
reflete apenas uma imagem vaga e distorcida de Jesus, e que sozinhos não
podemos afastar toda a escuridão, não podemos esquecer o quão
significativo será se cada um fizer a sua parte.
Há
várias maneiras de reagir à escuridão espiritual. Alguns cristãos
preferem se encastelar e viver uma espécie de clausura moral. Embora
procurem viver corretamente, nada mais fazem; vivem apenas como “agentes
secretos de Deus”, pois só Deus sabe onde estão.
Há
também quem prefira murmuração e contendas, vendo só o cisco nos olhos
dos outros e não a trave em seus próprios olhos (Lc 6.42). Mas somos
alertados: “Fazei tudo sem murmuração nem contendas, para que vos
torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio
de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como
luzeiros no mundo” (Fp 2.15,16).
Para
não sermos “luzeiros no mundo”, basta vivermos em murmuração e
contendas. Paulo não mencionou nada mais escandaloso que isso. Não
obstante alguns cristãos cometerem pecados relativamente “maiores”,
certamente todos nós já praticamos pecados “menores”: presunção, orgulho
e egoísmo, os quais culminam em murmurações e contendas. E são esses
pecados “menores” que mais prejudicam o nosso testemunho do Evangelho de
Cristo.
Cada
cristão tem uma terceira e melhor opção: deixar que sua vida redimida e
iluminada por Cristo sirva de luzeiro no mundo a refletir a luz do
Evangelho para iluminar outras vidas. Exatamente como Jesus ensinou:
“Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as
vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt
5.16).
O
mundo ao nosso redor é escuro devido à ignorância espiritual. Há
milhares de pessoas cuja existência sem objetivo as conduz a um
desespero silencioso que as faz tropeçarem na vida.
Assim,
em vez de nos omitirmos, ou de murmurarmos e contendermos, cada um pode
fazer a melhor parte: como luzeiros no mundo, devemos refletir a luz de
Cristo nos caminhos dos que vivem em escuridão espiritual.
Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em BelémEnvie um e-mail para mim!