da Efe, em Jerusalém da Folha Online
A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, disse nesta quarta-feira que está otimista com relação ao diálogo entre israelenses e palestinos. No entanto, a chanceler de Israel Tzipi Livni afirmou que grandes expectativas com relação à conferência podem gerar "frustração e violência".
Rice chegou no domingo (14) à região para se reunir com líderes israelenses, palestinos e egípcios para tratar de aspectos relacionados à conferência, convocada pelo presidente americano, George W. Bush. O encontro deve ser realizado em novembro em Annapolis (Estado de Maryland).
A chefe da diplomacia dos EUA participou nesta quarta-feira de uma coletiva com a ministra das Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni, na qual as duas falaram das expectativas sobre os resultados imediatos que a conferência pode ter.
"Processo sério"
Elas também afirmaram que as atuais conversas entre israelenses e palestinos são sérias. "Esse é apenas o começo do processo de paz mais sério dos últimos anos", disse a secretária de Estado. Ela voltou a afirmar, como fez há dois dias em Ramala, que os "EUA têm coisas melhores a fazer que organizar uma conferência apenas para comparecer diante da imprensa".
"Israelenses e palestinos, com a ajuda dos EUA, estão trabalhando com urgência às vésperas da conferência", acrescentou.
Rice evitou falar das declarações do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, que acusou nesta quarta-feira "Israel de dificultar a paz" após uma reunião em Ramala.
A secretária de Estado afirmou que os EUA e os países envolvidos no processo "não prestarão atenção aos relatórios e comentários da imprensa" feitos às vésperas da conferência. Agressões
"Israel prossegue com suas agressões enquanto nossas forças de segurança tratam de impor a lei e a ordem", disse Abbas à imprensa.
"Não participarei desse jogo de culpas. Neste momento vejo uma oportunidade (de se chegar a um acordo) e quero aproveitá-la", declarou, por sua vez, Tzipi Livni.
A ministra israelense disse que a região é dividida principalmente entre extremistas e moderados, em uma aparente alusão às dificuldades do processo, que enfrenta obstáculos tanto em Israel como entre os palestinos.
"Não desejo criar grandes expectativas porque aprendemos com o passado. A idéia é chegar a um acordo durável e a um entendimento comum", completou.
"Estamos apenas no começo de um processo sério. O mais importante é o diálogo e o entendimento, por isso não devemos ser pessimistas", acrescentou. Expectativas
Segundo Livni, grandes expectativas com relação à conferência podem gerar "frustração e violência".
Rice e Livni afirmaram que os trabalhos visam a pôr em prática a visão do presidente Bush de "dois Estados para dois povos, vivendo um ao lado do outro e com segurança".
Rice falou ainda da necessidade de uma nova resolução do Conselho de Segurança da ONU para deter o avanço do plano nuclear do Irã. No entanto, ela afirmou que os EUA buscam inicialmente obter um acordo diplomático.
Antes de finalizar a visita à região, Rice se reuniu no final da tarde com Olmert.