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23 de maio de 2013

Economia

Geração de postos de trabalho perde força, diz economista do IBGE

Em abril, população ocupada cresceu menos que a população ativa.
Desemprego ficou em 5,8% em abril, menor taxa para o mês desde 2002.


Lilian Quaino Do G1, no Rio

Apesar de apresentar uma taxa de desemprego estável em abril, em relação a março e a abril de 2012, a Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou um dado inédito pelo menos desde janeiro de 2011: a população ocupada em abril estava menor do que a população em idade ativa. Segundo o coordenador da Coordenação de Trabalho e Renda do IBGE, Cimar Azeredo, esse quadro é um sinal de perda de força na geração de postos de trabalho. Mas ele ainda não fala em sinal amarelo para o aumento do desemprego.

“Em abril, já poderíamos estar vivendo o processo de contratação, de reaquecimento do mercado. Mas é cedo para afirmar que esse movimento desponte para o desalento. Se a população ativa continuar crescendo mais que a população ocupada, vai acontecer um déficit de postos de trabalho. Porém, é preciso observar o mercado em maio e junho ainda. Pode ser uma situação momentânea”, disse o economista.

A taxa de desemprego nas seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficou em 5,8% em abril, menor valor para um mês de abril desde 2002, quando a série teve início.

Segundo Cimar, o início de ano mostra um processo de estabilidade no mercado, que parou de dispensar, mas ainda não apresentou sinais de contratação. Porém, ele reafirma que ainda é cedo para se afirmar que o país pode ter um aumento de desemprego.

“Em 2012, a taxa média de desocupação nos quatro primeiros meses do ano ficou em 5,9%. A média no mesmo período em 2013 está em 5,6%”, disse.

Taxa de desemprego de abril de 2013, IBGE (Foto: Editoria de Arte/G1)Taxa de desemprego de abril de 2013, IBGE (
Foto: Editoria de Arte/G1)

Para o economista, um dado preocupante na pesquisa é o crescimento da população desocupada em São Paulo, tanto em relação a março (mais 42 mil desempregados) como na comparação com abril de 2012 (mais 29 mil desempregados) e a redução do nível de ocupação, de março para abril (menos 33 mil pessoas empregadas, enquanto a população em idade ativa aumentou em 53 mil).

“São Paulo tem o efeito farol, sinaliza o que poderá acontecer. Qualquer redução no nível de ocupação em São Paulo é preocupante”, disse Cimar.

A perda de postos de trabalho é nítida na construção, com menos 104 mil trabalhadores empregados no país em relação a abril de 2012, e na indústria, com 11 mil demitidos em um ano. Também nos serviços domésticos são 128 mil a menos no mercado, mas nesse segmento esse quadro vem ser confirmando pela busca dos empregados domésticos por melhores postos de trabalho.

Carteira assinada
Mas, segundo o economista, a pesquisa também mostrou um quadro que ele considera muito positivo: a manutenção do crescimento do emprego com carteira assinada. Na comparação com abril de 2012, a variação foi de 3,1%, mais 342 mil pessoas com carteira assinada. Para Cimar, mais expressiva ainda é a queda no número de trabalhadores sem carteira assinada, menos 139 mil em 12 meses.

“A carteira assinada deslanchou e a informalidade está saindo de cena. No Nordeste, onde a informalidade é forte, essa situação é de um valor inestimável. A pesquisa na Região Metropolitana de recife mostrou um aumento de 6% no número de trabalhadores com carteira assinada e uma queda de 5,8% no número dos sem carteira”, disse.


http://g1.globo.com/economia/noticia/2013/05/geracao-de-postos-de-trabalho-perde-forca-diz-economista-do-ibge.html



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