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22 de julho de 2007

Ata do Copom é destaque da economia na semana

Agencia Estado

A semana reserva um conjunto de novidades interessante para o mercado financeiro. Para o período, que conta com tradicionais anúncios de indicadores parciais de inflação, além da taxa de desemprego, o principal destaque é a divulgação, na quinta-feira, da ata da reunião de julho do Comitê de Política Monetária (Copom). Após a diretoria do Banco Central reduzir, na última quarta-feira, novamente a taxa básica de juros em 0,50 ponto porcentual, para 11,50% ao ano, os economistas das instituições do mercado estão ávidos pela ata. A decisão veio em linha com o que estava sendo aguardado, mas trouxe um placar mais apertado do que o observado no encontro de junho.

Na avaliação da maior parte do mercado, a mudança no placar, de cinco votos a dois para quatro votos a três, pela manutenção de uma redução um pouco menos conservadora contra um corte de 0,25 ponto, indicou que o próximo encontro do Copom, agendado para setembro, contará com mais diretores a favor da diminuição no ritmo de corte da Selic. O conteúdo da ata, portanto, poderia ser um complemento do que sugere o dissenso do Copom, com indicação de que o BC voltaria a ser mais conservador em suas decisões, já com os olhos voltados para a meta de inflação de 2008. Tudo isso, sem descuidar da monitoração do já bastante claro crescimento da atividade econômica e do sempre lembrado mecanismo de transmissão da política monetária, após seguidas reduções na taxa Selic.

Além do tão esperado documento do BC, a semana conta, logo na segunda-feira, com a divulgação da nota do setor externo de junho do BC. O horário e a própria data ainda devem ser confirmados, já que, devido à greve dos funcionários da autoridade monetária, entre os dias 3 de maio e 14 de junho, o cronograma original de divulgação dos levantamentos do BC sofreu modificações. Em maio, a nota trouxe um resultado de US$ 501 milhões em Investimento Estrangeiro Direto (IED) e um superávit de US$ 100 milhões em transações correntes. Para junho, grande parte do mercado espera números maiores, por conta da sazonalidade que tradicionalmente afeta o mês de maio.

Ainda no mesmo dia, há a divulgação semanal da balança comercial em julho, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, além da pesquisa Focus, na qual o BC informa as expectativas do mercado financeiro para os diversos indicadores macroeconômicos. Por fim, a segunda-feira terá também o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da terceira quadrissemana de julho. O indicador da Fundação Getúlio Vargas (FGV) subiu 0,39% na segunda medição do mês. Entre os fatores, os destaques foram a menor elevação do grupo Alimentação, a passagem do grupo Habitação para o terreno negativo, por conta da queda da tarifa de energia elétrica, e a manutenção do declínio do grupo Transportes.

Na quarta-feira, outra divulgação importante da semana será feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No período da manhã, anunciará o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) de julho. Em junho, o IPCA-15 subiu 0,29%, com efeito da alta dos alimentos. Para o mês seguinte, ainda deve ser notada uma pressão significativa de itens, como leite, por exemplo. Este índice contará com uma atenção especial do mercado porque será uma prévia do IPCA fechado do mês, o primeiro do segundo semestre de 2007.

Mais um resultado de inflação será anunciado na quinta-feira, pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da terceira quadrissemana de julho deverá mostrar novamente desaceleração na cidade de São Paulo, depois que os preços dos alimentos começaram a perder força logo no início do mês. No mesmo dia da Fipe, o IBGE anunciará a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) de junho. A grande expectativa dos analistas é saber se a taxa média de desemprego do País deixará a casa dos 10% que vem sendo observada há três meses. De acordo com o IBGE, as taxas de março, abril e maio mostraram que o desemprego atingiu 10,10% da População Economicamente Ativa (PEA).

EUA e Europa

O destaque da semana nos Estados Unidos será a divulgação do "livro bege", o sumário sobre as condições da economia dos EUA que servirá de base para as decisões de política monetária a serem tomadas na próxima reunião do Comitê de Federal de Mercado Aberto (Fomc), do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), em 9 de agosto.

Na Europa, a próxima semana poderá não ser rica em indicadores econômicos importantes, mas haverá uma agenda de eventos cheia, com as reuniões dos bancos centrais de Hungria, Polônia e República Checa, a eleição parlamentar na Turquia e reuniões da Organização Mundial do Comércio (OMC).