Agencia Estado
O Exército colombiano anunciou hoje a morte de Tomás Molina Caracas, comandante da Frente 16 das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), em bombardeios no leste do país. Mais 16 guerrilheiros teriam morrido no ataque. Molina, também conhecido como "Negro Acácio", era considerado uma peça-chave nas operações de narcotráfico atribuídas às Farc e mantinha relações com o traficante brasileiro Fernandinho Beira-Mar. Ele foi o primeiro líder guerrilheiro a ter a extradição requisitada pelos Estados Unidos por acusações de tráfico de drogas.
"Este golpe é, sem dúvida, o mais forte aplicado à capacidade logística desse grupo terrorista. Molina é considerado um dos mais sanguinários e astutos líderes", disse o ministro da Defesa da Colômbia, Juan Manuel Santos. Segundo o ministro, Negro Acácio era um "intocável" dentro da organização rebelde. Santos disse ainda que Negro Acácio foi "um dos artífices da transformação e do fortalecimento das Farc na década passada, quando o grupo ampliou sua capacidade bélica, de insumos químicos e de recrutamento por intermédio do narcotráfico".
Entretanto, o ministro admitiu que possui apenas informes dos serviços secretos para validar suas afirmações, uma vez que o cadáver de Molina Caracas teria sido levado por seus companheiros para não deixar rastros de sua morte. Segundo as autoridades colombianas, a atuação de Molina Caracas era essencial para o financiamento das Farc, uma vez que seria ele o responsável pelo recebimento dos recursos provenientes do narcotráfico e pelas trocas de drogas por armas.
Em 2001, Negro Acácio conseguiu escapar da "operação Gato Preto", lançada para detê-lo e na qual Fernandinho Beira-Mar acabou preso. Acredita-se que, na época, Molina Caracas se reunia freqüentemente com Beira-Mar nas selvas colombianas de Vichada, perto das tríplice fronteira com o Brasil e a Venezuela, para conduzir trocas de cocaína por fuzis e munição.