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20 de outubro de 2007

Coppola diz que admira De Niro, Pacino e Nicholson e nega tê-los criticado

Da Efe, em Roma

O cineasta americano Francis Ford Coppola afirmou neste sábado em Roma que "admira e respeita" os atores Robert de Niro, Al Pacino e Jack Nicholson e negou tê-los criticado, como foi publicado.

"As críticas apareceram na imprensa há dois dias e fiquei muito surpreso, porque não é verdade", disse Coppola em entrevista coletiva, após a exibição de seu último filme, "Youth Without Youth" (Juventude sem Juventude) --o primeiro em dez anos--, no Festival de Cinema de Roma.

"Eu não tenho nada além de admiração e respeito. Eles são três dos melhores atores da atualidade e meus amigos, por isso tenho mais que admiração por eles", afirmou.

Coppola fez a declaração sem que ninguém perguntasse sobre o assunto, mas se antecipando às questões que poderiam surgir.

O diretor de "Apocalipse Now" e "O Poderoso Chefão" destacou que não podia sequer entender o que aconteceu nem por que tinham atribuído a ele tais afirmações.

Sobre De Niro e Pacino, disse: "Eu não os fiz, eles me fizeram". Já sobre Nicholson, afirmou que "é extremamente inteligente".

Coppola disse que acredita que o "Daily News" tenha distorcido suas declarações, tirando-as do contexto e estampando manchetes como "estes atores são vagos" ou "desperdiçam talento".

Sobre "Youth Without Youth", o cineasta, de 68 anos, revelou que sempre quis fazer um "cinema autoral" e o resultado foi este filme, muito diferente de seu trabalho anterior.

"Sempre quis ser um diretor autoral. Quando éramos jovens fomos inspirados pelo grande cinema da Europa, da Itália, da França, que tinha tantos bons diretores, e também os japoneses", disse, ao explicar este trabalho, mais na linha do cinema de autor do que de uma grande produção de Hollywood.

"Quando jovem nunca pensei que teria o êxito que tive com 'O Poderoso Chefão' e sempre tive a vontade de escrever roteiros sobre coisas interessantes e fazer filmes de uma forma muito pessoal", acrescentou.

"Sempre senti que o cinema estava mais relacionado com a poesia que com uma ficção narrativa e pode, portanto, usar essa expressão maravilhosa que é a metáfora", prossegue.

"Youth Without Youth", que traz no elenco Tim Roth, Alexandra Maria Lara, Bruno Ganz e André Hennicke, foi financiado pelo próprio diretor, "o que não quer dizer que tenha sido de baixo custo", e é uma reflexão sobre o homem, o tempo, a linguagem e como isso tudo foi visto pela metafísica e a filosofia oriental.

No entanto, a metafísica e as emoções, ao contrário da ação, não são fáceis de serem mostradas no cinema, como afirmou um dos responsáveis pela montagem do filme, Walter Murch, também presente na entrevista coletiva.

"A ação é muito fácil, representa a si mesma. Já o pensamento não, por isso é preciso buscar uma forma externa para representá-lo. Em qualquer filme deste tipo, a riqueza do filme vem de simbologias, imagens e idéias que interagem", disse Murch.

Consciente de que o filme chocará os que acompanharam seu trabalho anterior, Coppola pediu "tempo", porque quando se faz "uma nova obra que não tem semelhança com as que já foram lançadas é preciso que o público decida se é boa ou ruim".

Lembrou ainda que "às vezes leva tempo para que o público aceite muitas das grandes obras da música, da ópera, da literatura", por isso disse que os artistas não podem fazer filmes pensando apenas na reação imediata das pessoas.