Em discurso, presidente assegura que não haverá novo apagão. Segundo ele, são ‘pessimistas’ os que prevêem falta de energia.
Ao discursar nesta segunda-feira (21) na posse do senador Edison Lobão como novo ministro de Minas e Energia, o presidente Lula tratou da possibilidade de crise no fornecimento de energia no país.
“O ministro Lobão toma posse no momento em que são publicadas notícias que corremos um risco de apagão. E muitas vezes as perguntas são feitas e as respostas levam a qualquer cidadão a entender que vai ter apagão. Se o mundo acabar, vai ter apagão. Se não chover nunca mais, vai ter apagão”, afirmou o presidente.
Lula reclamou dos “pessimistas” que vendem a idéia de vai faltar energia e repeliu a repetição de um novo apagão, tal qual ocorreu em 2001. “Ou não querem que as coisas aconteçam nesse país ou parece que querem contribuir com o aumento do preço da energia”, reclamou. “O trabalho do governo não é ficar brigando com as especulações, é fazer obras”.
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O senador foi indicado para o cargo pelo PMDB e, apesar de ter gerado visível desconforto a Lula, foi aceito por ele para comandar a pasta. Lobão vai substituir Nelson Hubner, que exercia interinamente a função desde junho de 2007, após a saída de Silas Rondeau por suposto envolvimento em um esquema de corrupção descoberto pela Polícia Federal durante a Operação Navalha.
O presidente Lula aproveitou o discurso de posse para incentivar o novo ministro. “Com sua experiência política, você terá uma surpresa extra na hora que tiver acesso a todas as obras de energia que estão acontecendo nesse país. As novas formas de produzir energia, como a biomassa, eólica, e que já tiveram experiências bem sucedidas”, disse.
“Você exercerá a sua pasta com a grandeza da sua carreira política e vai desmontar uma série de preconceitos que se cria neste país. Eu não poderia ser presidente porque sou metalúrgico, você não poderia ser ministro porque não é técnico, como se qualquer técnico de futebol fosse o melhor jogador do país”, comparou.
Lula garantiu, no discurso, o fornecimento de energia. "Temos uma decisão do governo, uma decisão da Petrobras, de todo o setor. Queremos fornecer gás para carro, ônibus, para para a indústria, mas todo mundo tem que ter claro que a prioridade número 1 é garantir energia para esse país", garantiu.
"Queremos é que esse país tenha energia de sobra, de preferência farta e de preferência por um preço extraordinário."
A vaga de Lobão no Senado será ocupada pelo seu suplente e filho, Edison Lobão Filho (DEM-MA), que é alvo de denúncias sobre o uso de "laranjas" para ocultar a participação numa distribuidora de bebidas.
Ele é suspeito de ser sócio oculto de uma distribuidora de bebidas no Maranhão que teria sonegado R$ 42 milhões nos últimos oito anos. Segundo o novo ministro, o filho deve assumir a cadeira no Senado e se licenciar, em seguida, para se defender.
Advogado e jornalista, Edison Lobão nasceu em 1936 em Mirador, Maranhão, estado que governou de 1991 a 1994. Está no terceiro mandato como senador, tendo sido 1º vice-presidente do Senado em 2001 e presidente interino de julho a setembro do mesmo ano.
Também presidiu as Comissões de Constituição, Justiça e Cidadania, de Política Agrícola e Fundiária e da Reforma Agrária, e de Fiscalização e Controle e participou das Comissões de Assuntos Sociais, de Legislação Participativa, de Assuntos Econômicos e da Subcomissão do Poder Judiciário e do Ministério Público.
Lobão também foi deputado federal, de 1979 a 1987. Antes disso, foi membro do Conselho de Administração da Companhia Telefônica de Brasília e assessor no Ministério do Interior, na Prefeitura do Distrito Federal e no Ministério de Viação e Obras Públicas, em Brasília.
do site: http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL268382-9356,00-LULA+GARANTE+ FORNECIMENTO+DE+ENERGIA+NO+PAIS.html