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5 de março de 2008

Telefonema de Chávez para Raúl Reyes permitiu localizar o rebelde, diz rádio

da Efe, em Bogotá

Uma ligação telefônica que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, teria feito ao porta-voz das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Raúl Reyes, foi o que permitiu a localização do rebelde, segundo "relatórios de inteligência" colombiana, divulgados pela rádio Cadena Nacional RCN.

A ligação telefônica aconteceu na quarta-feira, 27 de fevereiro, dia em que foram libertados quatro congressistas colombianos (Gloria Polanco, Luis Eladio Pérez, Orlando Beltrán, Jorge Eduardo Gechem) libertados após quase sete anos seqüestrados.

"Chávez, emocionado pela libertação dos seqüestrados, ligou para Reyes (para informar que tudo tinha ocorrido bem)", noticiou a RCN que citou "altas fontes militares" colombianas.

Os serviços de inteligência localizaram a ligação e detectaram que Reyes estava em território colombiano perto da fronteira com o Equador. O bombardeio aconteceu depois que ele a ultrapassou, durante a madrugada do último sábado, quando foram mortos o chefe rebelde e ao menos outros 15 guerrilheiros.

Segundo a RCN, o mesmo oficial de inteligência --que pediu para manter o anonimato-- disse que não deixa de ser uma ironia que tenha sido uma ligação do presidente Chávez o que os permitiu encontrar a Reyes.

A mesma rádio RCN revelou também, e igualmente sem identificar "a alta fonte de inteligência" que o máximo chefe, fundador e líder das Farc, Manuel Marulanda Vélez, mais conhecido como Tirofijo e cujo verdadeiro nome é Pedro Antonio Marín, "está refugiado na Venezuela". A emissora completou que Tirofijo está doente.

Assim, segundo a rádio, Chávez ordenou a mudança de batalhões para a fronteira com a intenção de proteger Tirofijo e evitar que façam com ele em território venezuelano o que fizeram com Reyes no Equador.

O ataque colombiano em território do Equador deu início a uma crise entre os países que se arrasta desde o último sábado. Nesta quarta-feira, a Colômbia e o Equador retomaram as conversas para alcançarem um acordo quanto ao conteúdo de uma resolução da OEA (Organização dos Estados Americanos) sobre a crise diplomática.

www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u378920.shtml