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24 de setembro de 2009

Um Papa peregrino

Uma notícia boa é parecida a uma fada boa: Bento XVI será peregrino de Fátima em Maio próximo, a convite do presidente da República e dos bispos portugueses.
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Tendo a Santa Sé agendado a vinda do Papa, o normal seria que a novidade da informação fosse concertada entre o Vaticano, a Presidência da República e a Conferência Episcopal Portuguesa. Não foi assim e a Presidência da República adiantou-se precipitadamente. Os bispos entendiam que a notícia deveria ser dada depois das eleições, não vá alguém lembrar-se de ler o facto num prisma político.
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A Conferência Episcopal, depois, poria água na fervura, dizendo com elegância que a Secretaria de Estado do Vaticano lhe comunicou que Bento XVI aceitou o convite dos bispos e do presidente da República. Repôs-se assim a regra diplomática, corrigindo-se a inicial precipitação da Presidência da República.
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Falta agora acertar o programa definitivo, o que levará o seu tempo. Mas os bispos estão muito contentes e convidam as comunidades católicas a prepararem essa visita, vivendo-a em "comunhão eclesial". Nem sequer exageram quando convidam o povo português em geral, independentemente da sua ideologia e religião, pedindo que saiba "acolher quem tem sido um profeta das causas, tão fundamentais e urgentes, da paz e liberdade, do diálogo, da justiça e fraternidade". Os portugueses são hospitaleiros. É a quinta viagem de um Papa a Fátima, depois das passagens de Paulo VI (1967) e de João Paulo II (1982, 1991, 2000), que cultivou uma relação especial com o santuário após o atentado de que foi vítima a 13 de Maio de 1981, na Praça de S. Pedro.
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O bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, defende que Bento XVI tem "um afecto particular por Fátima". Lembra que o melhor artigo sobre Fátima, "na forma de interpretação da mensagem tal como na apresentação literária", é o comentário teológico que fez à terceira parte do segredo de Fátima, em 2000.

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