Laszlo Csatary na saída do tribunal em Budapeste, em foto de 18 de julho de 2012.
REUTERS
O criminoso de guerra nazista mais perigoso do mundo, Laszlo
Csatari, morreu aos 98 anos neste sábado, 10 de agosto de 2013, em
Budapeste. Ele escapou assim à justiça, que o acusava de deportar mais
de 12 mil judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
O advogado de Laszlo Csatari anunciou nesta segunda-feira a
morte de seu cliente em um hospital de Budapeste na manhã do último
sábado.
Csatari não poderá mais ser julgado por "crimes contra a humanidade",
principalmente pela deportação em 1944 para os campos de exterminação
nazistas de cerca de 12 mil judeus detidos no ghetto de Kosice (Kassa),
na Eslováquia, que na época era administrada pela Hungria, aliada da
Alemanha nazista.
Segundo o Centro Simon Wiesenthal em Israel, que havia colocado
Laszlo Csatari no topo da lista de criminosos de guerra nazistas mais
procurados do mundo até sua prisão em Budapeste em julho do ano passado,
15.700 judeus foram deportados de Kassa para os campos da morte entre
1941 e 1944, elementos que serviram de ponto de partida para as
investigações da justiça húngara.
"Ele espancava regularmente os judeus com as próprias mãos ou com um
chicote sem nenhuma razão, e sem se preocupar com a idade, o sexo ou o
estado de saúde dos prisioneiros", havia informado o escritório do
procurador na Hungria. Laszlo Csatari sempre negou essas acusações.
Condenado à morte por contumácia em 1948 em Kosice, que na época
pertencia à Tchecoslováquia, Csatari havia se refugiado no Canadá, onde
trabalhava como comerciante de arte. Em 1995, as autoridades canadenses
descobriram sua verdadeira identidade, e ele fugiu para a Hungria, onde
viveu de maneira aparentemente tranquila até sua prisão.
O tribunal de Kosice comutou formalmente em abril de 2013 a pena de
morte por prisão perpétua - a pena de morte foi abolida no país -,
abrindo assim a possibilidade de extradição reivindicada por Bratislava.
A justiça eslocava desejava julgar novamente Csataria e havia marcado o
julgamento para o dia 26 de setembro.
"É uma vergonha que Csatari, um responsável condenado e impenitente
do Holocausto, que havia finalmente sido acusado em seu país por seus
crimes, tenha escapado da justiça e da condenação no último minuto",
afirmou o diretor do Centro Simon Wiesenthal, Efraïm Zuroff, em um
comunicado.
Sua entidade havia criticado o fato de que Laszlo Csatari tinha
podido viver quinze anos na Hungria sem jamais ser importunado pelas
autoridades húngaras.
Fonte:
http://www.portugues.rfi.fr/europa/20130812-criminoso-de-guerra-mais-procurado-do-mundo-morre-na-hungria
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