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22 de novembro de 2017

Mártires no império (XVIII)




5. Concluindo, e como comentário à leitura dos Atos dos Mártires, apresentamos alguns pensamentos sobre o significado e o valor do martírio como "testemunho coerente do amor de Cristo e da Igreja e como prova eloquente da verdade da fé", e uma reflexão sobre a radicalidade e atualidade do martírio na Igreja das origens.

A MEMÓRIA DOS MÁRTIRES testemunho perene do amor de Cristo e da Igreja "A Igreja do primeiro milênio - É um testemunho que não se deve esquecer," a história da Igreja é uma história de santidade e de martírio... por isso a Igreja em todos os ângulos da terra deverá permanecer ancorada no testemunho dos mártires e defender ansiosamente a memória deles".

"Um sinal perene, e hoje particularmente eloquente, da verdade do amor cristão é a memória dos mártires. O seu testemunho não fique esquecido. Eles anunciaram o Evangelho, dando a vida por amor. Sobretudo nos nossos dias, o mártir é sinal daquele amor maior que contém em si todos os outros valores.

A sua existência reflete aquela palavra suprema, pronunciada por Cristo na cruz: "Perdoa-lhes, ó Pai, porque não sabem o que fazem" (Lc 23, 34). O fiel que tenha considerado seriamente a sua vocação cristã, dentro da qual o martírio aparece como uma possibilidade preanunciada na Revelação, não pode excluir esta perspectiva do horizonte da própria vida.

Estes dois mil anos depois do nascimento de Cristo estão marcados pelo persistente testemunho dos mártires. Também a época atual, conheceu numerosíssimos mártires, sobretudo por causa do nazismo, do comunismo e das lutas raciais ou tribais. Sofreram pela sua fé pessoas das diversas condições sociais, pagando com o sangue a sua adesão a Cristo e à Igreja ou enfrentando corajosamente infindáveis anos de prisão e de privações de todo o gênero, para não cederem a uma ideologia que se transformou num regime de cruel ditadura.

Do ponto de vista psicológico, o martírio é a prova mais eloquente da verdade da fé, que consegue dar um rosto humano inclusive à morte mais violenta e manifestar a sua beleza mesmo nas perseguições mais atrozes. Inundados pela graça, poderemos mais vigorosamente erguer ao Pai a nossa gratidão, o exército resplandecente dos mártires que "lavaram as suas vestes e as tornaram cândidas no sangue do Cordeiro" (Ap 7, 14).

Por isso, a Igreja espalhada por toda a terra deverá permanecer ancorada ao seu testemunho e defender zelosamente a sua memória. Possa o povo de Deus, revigorado na fé pelos exemplos destes autênticos campeões de diversa idade, língua e nação, cruzar com confiança o limiar do terceiro milênio.


À admiração pelo seu martírio associe-se, o desejo de poder, com a graça de Deus, seguir o seu exemplo, caso o exijam as circunstâncias.


Organizado e publicado por
Domingos Teixeira Costa