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22 de out. de 2007

Partido xenófobo vence eleições na Suíça

União Democrática do Centro obtém 62 dos 200 lugares no Conselho Nacional

O partido populista e xenófobo União Democrática de Centro (UDC) venceu as eleições federais realizadas neste domingo na Suíça, informam as agências internacionais.

Segundo as últimas projecções, a UDC, do multimilionário ministro da Polícia, Christoph Blocher, obterá 62 dos 200 lugares do Conselho Nacional (Câmara Baixa do Parlamento), mais sete do que em 2003. Caso se confirmem estes dados, a UDC obteria 28,8% dos votos. «Com este voto, o povo confirmou a nossa política», afirmou o presidente Ueli Maurer.

O Partido Socialista, o único de esquerda no Executivo, sofreu uma forte derrota, ao obter apenas 43 lugares, menos nove do que em 2003, o que equivale a 19,1% dos votos.

O histórico Partido Radical (PRD, centro-direita), fundado em 1948, perdeu cinco lugares, ao obter 31, enquanto o Partido Democrata Cristão (PDC) ganhou três, igualando os 31, o que corresponde a 15% dos votos. O partido Verde passa de 12 para 19 lugares.

Um dos aspectos apontados como chave para entender o voto nos extremos políticos é que tanto a UDC como os Verdes apresentaram à cidadania propostas concretas sobre temas que lhe interessam, algo que os outros três partidos não fizeram.

Paquistão rejeita ajuda internacional em investigação de atentado

Da Efe, em Lahore

O governo paquistanês rejeitou nesta segunda-feira a proposta da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto de pedir ajuda à "comunidade internacional" para investigar o duplo atentado terrorista cometido no último dia 18 em Karachi (sul), que matou mais de 130 pessoas.

"Nossas agências estão realizando uma investigação de uma forma muito objetiva e temos que confiar em nossa capacidade, em vez de envolver investigadores estrangeiros inutilmente", afirmou em Islamabad o ministro do Interior, Aftab Ahmed Khan Sherpao.

Sherpao, ex-membro do Partido Popular do Paquistão (PPP) de Bhutto, reconheceu que até agora as autoridades paquistanesas não conseguiram esclarecer se o duplo atentado dirigido à ex-primeira-ministra foi cometido por um ou dois suicidas.

A primeira versão fornecida pelo Ministério do Interior indicava que o terrorista suicida havia explodido primeiro uma granada para depois ativar o colete com explosivos que usava.

Uma fonte de segurança disse hoje à agência Efe que a polícia de Karachi descobriu que dois suicidas haviam cometido o atentado, pois foram encontradas duas cabeças no local do ataque e também devido ao alto número de vítimas que as duas explosões causaram.

Sherpao não quis comentar outra exigência de Bhutto, que escreveu uma carta ao presidente paquistanês, o general Pervez Musharraf, dois dias antes de voltar ao Paquistão para apontar o nome de três pessoas que deveriam ser investigadas se ocorresse algo com ela.

O ministro do Interior disse apenas que a decisão final será tomada após a investigação.

Ataque

O atentado foi cometido quando a comitiva de Bhutto, que estava há 8 anos e meio no exílio após escapar das acusações de corrupção que pesavam contra ela no Paquistão, caminhava pelas ruas de Karachi entre milhares de pessoas que cumprimentavam a ex-premiê.

Em entrevista coletiva concedida hoje, Bhutto lamentou que o governo rejeite ajuda internacional na investigação do atentado, e reiterou seu temor de que possam ser realizados novos ataques contra suas residências nas cidades de Karachi e Larkana (sul).

Bhutto queria que especialistas em terrorismo dos Estados Unidos e do Reino Unido participassem da investigação, por serem os dois países que facilitaram seu retorno ao Paquistão.

Ela também acusou os serviços de segurança paquistaneses de estarem "infiltrados pela rede terrorista Al Qaeda".

A líder do PPP voltou ao Paquistão no último dia 18, após chegar a um acordo pelo qual compartilhará o poder com Musharraf, que lhe concedeu anistia.

Morre mulher de 82 anos que se casou com jovem de 24

Adelfa Volpi se casou com o filho de uma amiga falecida em setembro; casal passou lua-de-mel no Rio

Efe Reuters

Noivo disse que "sempre gostou de mulheres maduras"BUENOS AIRES - Adelfa Volpe, a argentina de 82 anos que no final de setembro se casou com um jovem de 24 anos, morreu em um hospital da cidade de Santa Fe por causa de uma arritmia cardíaca, informaram nesta segunda-feira, 22, fontes médicas.

A idosa morreu por volta da meia-noite de domingo, após ter ficado internada no hospital San Jerónimo por conta de uma arritmia e dores no peito, que se complicou com problemas respiratórios, disseram as fontes.

Segundo a imprensa local, Adelfa foi internada na quinta em uma unidade de tratamento intensivo depois de ter sofrido um acidente vascular cerebral que a manteve em estado grave.

Em 28 de setembro, Adelfa tinha se casado com Reinaldo Wavegche, de 24 anos, em um cartório civil de Santa Fe, 500 quilômetros ao norte de Buenos Aires, em meio a vários curiosos e jornalistas aos quais disseram que "nunca" lhes importou a grande diferença de idade entre eles.

O casal, que há dez dias tinha retornado da lua-de-mel no Brasil, convivia há seis anos, quando a mãe de Reinaldo - amiga íntima de Adelfa - morreu. Os dois pretendiam fazer a próxima viagem à Espanha.

Adelfa tinha um problema cardíaco que periodicamente requeria uma revisão médica, e na semana passada foi internada, quando Reinaldo disse que ficaria com "o coração partido" se ela morresse. "Não vou me resignar em pensar que a perdi. Rezo por ela", disse o marido após a morte da idosa.

A idosa nao tinha filhos ou familiares para se colocar contra a união. Segundo o jornal argentino Clarín, Adelfa doou parte de seus bens e ficou com uma casa típíca de classe média no bairro Roma, onde o casal vivia.

20 de out. de 2007

Coppola diz que admira De Niro, Pacino e Nicholson e nega tê-los criticado

Da Efe, em Roma

O cineasta americano Francis Ford Coppola afirmou neste sábado em Roma que "admira e respeita" os atores Robert de Niro, Al Pacino e Jack Nicholson e negou tê-los criticado, como foi publicado.

"As críticas apareceram na imprensa há dois dias e fiquei muito surpreso, porque não é verdade", disse Coppola em entrevista coletiva, após a exibição de seu último filme, "Youth Without Youth" (Juventude sem Juventude) --o primeiro em dez anos--, no Festival de Cinema de Roma.

"Eu não tenho nada além de admiração e respeito. Eles são três dos melhores atores da atualidade e meus amigos, por isso tenho mais que admiração por eles", afirmou.

Coppola fez a declaração sem que ninguém perguntasse sobre o assunto, mas se antecipando às questões que poderiam surgir.

O diretor de "Apocalipse Now" e "O Poderoso Chefão" destacou que não podia sequer entender o que aconteceu nem por que tinham atribuído a ele tais afirmações.

Sobre De Niro e Pacino, disse: "Eu não os fiz, eles me fizeram". Já sobre Nicholson, afirmou que "é extremamente inteligente".

Coppola disse que acredita que o "Daily News" tenha distorcido suas declarações, tirando-as do contexto e estampando manchetes como "estes atores são vagos" ou "desperdiçam talento".

Sobre "Youth Without Youth", o cineasta, de 68 anos, revelou que sempre quis fazer um "cinema autoral" e o resultado foi este filme, muito diferente de seu trabalho anterior.

"Sempre quis ser um diretor autoral. Quando éramos jovens fomos inspirados pelo grande cinema da Europa, da Itália, da França, que tinha tantos bons diretores, e também os japoneses", disse, ao explicar este trabalho, mais na linha do cinema de autor do que de uma grande produção de Hollywood.

"Quando jovem nunca pensei que teria o êxito que tive com 'O Poderoso Chefão' e sempre tive a vontade de escrever roteiros sobre coisas interessantes e fazer filmes de uma forma muito pessoal", acrescentou.

"Sempre senti que o cinema estava mais relacionado com a poesia que com uma ficção narrativa e pode, portanto, usar essa expressão maravilhosa que é a metáfora", prossegue.

"Youth Without Youth", que traz no elenco Tim Roth, Alexandra Maria Lara, Bruno Ganz e André Hennicke, foi financiado pelo próprio diretor, "o que não quer dizer que tenha sido de baixo custo", e é uma reflexão sobre o homem, o tempo, a linguagem e como isso tudo foi visto pela metafísica e a filosofia oriental.

No entanto, a metafísica e as emoções, ao contrário da ação, não são fáceis de serem mostradas no cinema, como afirmou um dos responsáveis pela montagem do filme, Walter Murch, também presente na entrevista coletiva.

"A ação é muito fácil, representa a si mesma. Já o pensamento não, por isso é preciso buscar uma forma externa para representá-lo. Em qualquer filme deste tipo, a riqueza do filme vem de simbologias, imagens e idéias que interagem", disse Murch.

Consciente de que o filme chocará os que acompanharam seu trabalho anterior, Coppola pediu "tempo", porque quando se faz "uma nova obra que não tem semelhança com as que já foram lançadas é preciso que o público decida se é boa ou ruim".

Lembrou ainda que "às vezes leva tempo para que o público aceite muitas das grandes obras da música, da ópera, da literatura", por isso disse que os artistas não podem fazer filmes pensando apenas na reação imediata das pessoas.

Negociador iraniano para crise nuclear renuncia

Ali Larijani era responsável pelos contatos com os países ocidentais que acusam Teerã de construir bomba

Associated Press e Efe

TEERÃ - O principal negociador do controverso programa nuclear do Irã, Ali Larijani, renunciou ao cargo, informou o governo do país neste sábado, 20. Ele era o responsável pelos contatos com os países ocidentais que acusam Teerã de possuir planos para a construção de armamentos nucleares.

O porta-voz do governo Gholam Hossein Elham não deu razões especificas para a decisão de Larijani, que ocupava o cargo de secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional. Elham disse apenas que o diplomata pretende agora focar em "outras atividades políticas".

"Larijani pediu para sair várias vezes. Agora, o presidente Mahmoud Ahmadinejad aceitou", disse Elham.

Ainda de acordo com o porta-voz, o vice-chanceler iraniano para assuntos europeus e americanos, Saeed Jalili, deve substituir Larijani, cuja renúncia terá efeito imediato.

Os Estados Unidos e outras potências ocidentais acusam o Irã de ter planos secretos para desenvolver uma bomba atômica. Teerã rejeita a acusação, e afirma que seu programa nuclear tem fins pacíficos.

Segundo analistas, a saída confirma as suspeitas de que Larijani teve desavenças com o presidente Ahmadinejad. Os dois estariam em desacordo sobre como conduzir as negociações com o Ocidente.

Linha-dura

Considerado um político linha-dura em consonância com os líderes religiosos que de fato mandam no país, o presidente não estaria satisfeito com a abertura de Larinjani em negociar com as potências ocidentais.

Embora tenha apontado pessoalmente Larijani para o cargo, Ahmadinejad teria sucumbido às pressões do supremo líder iraniano, Aiatolá Ali Khamenei, que seria favorável a uma postura mais dura nos contatos com o Ocidente.

O porta-voz Elham destacou, no entanto, que a política iraniana para questão nuclear não deve mudar com a troca. Na próxima terça-feira, 23, o novo negociador Saeed Jalili deve se encontrar com o chefe da política externa da União Européia, Javier Solana.

A renúncia acontece poucos dias após uma visita a Teerã do presidente russo, Vladimir Putin. No encontro, Putin defendeu o direito de o Irã manter um programa nuclear pacífico.

A imprensa iraniana relatou que Putin ofereceu uma nova proposta para resolver a polêmica com o Ocidente.

19 de out. de 2007

UE assina em dezembro texto que substitui Constituição

Lisboa, 19 out (Lusa) - O primeiro-ministro português, José Sócrates, anunciou na madrugada desta sexta-feira, em Lisboa, que os líderes dos 27 países da União Européia (UE) chegaram a acordo sobre o "Tratado Reformador", que será formalmente assinado em 13 de dezembro na capital portuguesa.

"Nasceu hoje o novo Tratado de Lisboa. É uma vitória da Europa", declarou Sócraets, que até o final de dezembro lidera o Conselho da União Européia, órgão mais importante do bloco, em entrevista coletiva após a obtenção do acordo na cúpula de Lisboa.

Para o premiê luso, o acordo sobre o novo tratado permite à UE "vencer a sua crise institucional, dando um importante passo para a sua afirmação".

"A Europa sai mais forte para assumir o seu papel no mundo e resolver os problemas da economia e dos seus cidadãos", disse, tendo ao seu lado Durão Barroso, o presidente da Comissão Européia (braço executivo da UE).

De acordo com José Sócrates, "com este acordo e com o novo tratado, o projeto europeu está em desenvolvimento e a Europa pode agora olhar com confiança para o seu futuro".

"A Presidência portuguesa cumpriu o seu plano: discutir e aprovar o tratado na quinta-feira e na sexta-feira começar a discutir os assuntos importantes para o futuro da UE", frisou.

José Sócrates fez questão de agradecer em particular ao presidente da Comissão Européia, Durão Barroso, pelo apoio dado à Presidência ao longo do processo para a conclusão do tratado.

Questionado sobre os detalhes das soluções encontradas para as questões que, horas antes, ameaçavam bloquear o acordo, Sócrates sublinhou a contribuição das equipes de negociação portuguesas e negou que qualquer solução implique em um adiamento das discussões. Em especial, o primeiro-ministro citou a concessão de mais um eurodeputado à Itália - que exigia o mesmo número de deputados que França e Reino Unido apesar de ter uma população menor.

"Decidimos o que havia para decidir no tratado: que o número total de deputados [do futuro Parlamento Europeu] será de 751 - 750 mais o presidente", disse. "A distribuição dos deputados pelos Estados-membros vai ser feita no próximo Conselho Europeu, de acordo com a proposta do Parlamento", afirmou o primeiro-ministro português, acrescentando que ficou igualmente decidido que "o novo deputado será para a Itália".

Segundo Sócrates, a questão da nomeação de um alto representante para a política externa conjunta do bloco não foi deixada por esclarecer: "O conselho acordou que o Parlamento Europeu [PE] seria adequadamente ouvido".

O mesmo frisou o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, segundo o qual a fórmula encontrada foi "muito sábia e muito inteligente" na medida em que "ficou claro que, sendo o alto representante também um vice-presidente da Comissão, o PE tem de ser consultado", pelo que "haverá uma nomeação provisória" e depois das eleições européias, previstas para junho de 2009, "inicia-se o processo normal" de audição pela Assembléia européia.

Sobre a escolha da data de 13 de dezembro para a assinatura do Tratado de Lisboa, José Sócrates explicou que esse dia está já reservado na agenda de todos os ministros, dado que marca o início do conselho informal de dezembro, e recusou que a escolha tenha sido fruto de algum receio em relação à realização da cúpula com a União Africana: "A cúpula UE-África é em 8 de dezembro e vai se realizar", garantiu Sócrates.

A cúpula UE-África vem levantando uma polêmica em relação à presença do presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, acusado de desrespeito aos direitos humanos. O Reino Unido e a República Tcheca já manifestaram que podem não enviar representantes do alto-escalão na presença do governante africano.

Em relação às objeções da Polônia, que horas antes eram vistas como um dos principais obstáculos ao acordo, José Sócrates frisou que foi aceita a solução proposta pela Presidência portuguesa para a questão da cláusula de Ioannina - que pode permitir a suspensão de decisões da UE por uma minoria de Estados-membros.

"Essa proposta foi apresentada à Polônia já depois da primeira sessão de trabalho, num encontro bilateral com a delegação polonesa, e é simultaneamente vinculativa do ponto de vista legal e totalmente fiel ao nosso mandato" ao definir o consenso como método de decisão.

Assinatura

O Tratado de Lisboa vai ser assinado pelos chefes de Estado e de Governo da União Européia no tradicional Mosteiro dos Jerônimos, às 11h locais de 13 de dezembro, disse nesta sexta-feira uma fonte da Presidência portuguesa à Agência Lusa.

Em seguida, os líderes europeus devem se dirigir a Bruxelas, onde participam do Conselho Europeu, marcado para as 18h, na capital da Bélgica, com encerramento no dia seguinte, 14 de dezembro.

Segundo apurou a Lusa, a chanceler da Alemanha, Ângela Merkel, sugeriu que a reunião de Bruxelas fosse transferida para Lisboa, visto que os líderes europeus estarão na capital portuguesa para assinar o tratado.

Essa possibilidade está sendo ponderada, informou uma fonte da Presidência portuguesa.