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23 de abr. de 2008

Caso Isabella: quatro testemunhas devem ser ouvidas nesta quarta

Esses são os depoimentos que faltam para fechar inquérito de caso Isabella. Além de avô e tia da menina, dois vizinhos do prédio devem ser ouvidos.
Do G1, com informações do Bom Dia São Paulo

Quatro testemunhas devem prestar depoimento sobre a morte da menina Isabella no 9º Distrito Policial, do Carandiru, Zona Norte de São Paulo, nesta quarta-feira (23). Além do avô e da tia da criança, Antonio e Cristiane Nardoni, que devem falar as 16h, dois vizinhos do prédio de onde Isabella foi jogada devem prestar esclarecimentos às 14h.

Cobertura completa: caso Isabella

A polícia considera os vizinhos como testemunhas 'imprescindíveis' para a conclusão do inquérito do caso. Segundo reportagem da TV Globo, as duas testemunhas foram indicadas pela defesa do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, considerados pela polícia suspeitos pela morte de Isabella.

As identidades dessas duas testemunhas foram mantidas em sigilo. Os advogados haviam entregue uma lista com mais de 20 testemunhas que gostariam que fossem ouvidas no processo.

Adiamento

O avô e a tia de Isabella seriam ouvidos na tarde de terça (22). Mas a polícia decidiu cancelar os depoimentos, pela segunda vez. A primeira ocorreu no sábado (19), devido ao cansaço da família.

Também na terça foi cancelada a divulgação dos laudos do Instituto Médico-Legal (IML) e do Instituto de Criminalística (IC) sobre a morte de Isabella. Os documentos foram anexados aos seis volumes do inquérito policial. As informações de legistas e peritos estão agora oficialmente disponíveis para os advogados de defesa de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá.

Durante entrevista para explicar os cancelamentos, o diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap), Aldo Galiano, afirmou que a polícia não usou os laudos, ainda não divulgados oficialmente, no interrogatório do casal.

"Essas perguntas foram feitas com base. Quando o delegado (Calixto Calil Filho) esteve no local do crime e quando o delegado se reuniu com os peritos. Em nenhum momento ela foi feita enquanto se lia o laudo e depois se perguntava", disse Galiano.

A policia negou também que Anna Carolina Jatobá, madrasta de Isabella, tenha sido agredida por outras mulheres, quando ficou presa oito dias no 89º Distrito Policial. "Não sofreu qualquer agressão. Quando passou por exame de corpo de delito, não disse ao médico a existência de qualquer lesão".

Os advogados do casal só deverão conhecer a interpretação dos delegados do inquérito no dia da reconstituição do crime, que será feita no próximo fim de semana. Mesmo com a entrega dos laudos para a polícia, que foram anexados ao inquérito nesta terça, a defesa do casal Alexandre e Anna Carolina informou que irá manter o envio de representação à Corregedoria da Polícia Civil, anunciado na segunda-feira (21).

Alegações da defesa

Segundo os advogados, o inquérito possui várias falhas:

- a polícia teria pressionado o pedreiro a negar informações sobre um arrombamento numa casa nos fundos do prédio do casal;

- a defesa considerou ainda sem credibilidade o depoimento de testemunhas que disseram ter visto Cristiane, a irmã de Alexandre num bar, quando ela estava em outro;

- e que não haveria consenso entre os peritos sobre a existência ou não de sangue no carro.

O promotor do Ministério Público, Francisco Cembranelli, disse nesta tarde que não há divergências entre os peritos. “Havia sangue, foi encontrado dentro do veículo. Não há divergência alguma entre peritos”, disse. Segundo ele, que não quis adiantar os resultados do trabalho da perícia, tudo indica que se trata mesmo de sangue da menina Isabella.

Pedreiro

Na terça-feira, a polícia ouviu pela segunda vez o pedreiro Gabriel Santos Neto, que trabalha na obra de um terreno que fica nos fundos do Edifício London, de onde Isabella foi jogada. Ele voltou a dizer a polícia que o local não foi arrombado.

A declaração do pedreiro havia sido questionada pela defesa nos últimos dias. Segundo os advogados do casal, a polícia teria pressionado a testemunha a negar o arrombamento do portão da obra na noite do crime.
http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL421797-5605,00 -CASO+ISABELLA+QUATRO+TESTEMUNHAS+DEVEM+SER +OUVIDAS+NESTA+QUARTA.htmlEnvie um e-mail para mim!

Mortos em Darfur podem chegar a 300 mil, diz ONU

da Folha Online

O subsecretário-geral de ajuda humanitária das Nações Unidas, John Holmes, disse nesta terça-feira que o número de mortos no conflito de Darfur, região do oeste do Sudão, pode chegar a 300 mil.

Essa nova estimativa, apresentada por Holmes em um encontro do Conselho de Segurança da ONU, em Nova York, representa um aumento de 50% sobre o cálculo anterior, que era de 200 mil mortos nos cinco anos de conflito.

O número anterior era baseado em um estudo feito em 2006 pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Nessa estimativa, estão incluídas tanto as pessoas mortas nos combates como aquelas que morreram de doenças e de desnutrição por causa do conflito.

Holmes afirmou que o número de 2006 "deve estar bem maior agora", mas disse que o novo cálculo não está baseado em um estudo.

"Não estou tentando sugerir que este é um número com base científica", disse Holmes a jornalistas, após a reunião do Conselho de Segurança.

As declarações de Holmes foram criticadas pelo embaixador do Sudão na ONU, Abdul Mahmoud Abdel-Halim, que o acusou de exagerar no cálculo.

Segundo Abdel-Halim, cerca de 10 mil pessoas morreram na região de Darfur como resultado dos conflitos iniciados em 2003.

O embaixador sudanês afirmou que o cálculo de seu governo leva em conta apenas os mortos em combate.

Força de paz

No encontro do Conselho de Segurança, o representante da força de paz conjunta da ONU e da União Africana para Darfur, Rodolphe Adada, disse que é pouco provável que a missão chegue ao número total previsto de homens, de cerca de 20 mil, antes de 2009.

Segundo Adada, atualmente a força opera com menos de 40% desse número, e a previsão é de que possa atingir 80% desse contingente até o final deste ano.

Calcula-se que mais de 2 milhões tenham sido obrigadas a deixar suas casas desde 2003 por causa dos conflitos em Darfur.

As hostilidades se iniciaram em 2003, depois que um grupo rebelde começou a atacar alvos do governo, alegando que a região estava sendo negligenciada pelas autoridades sudanesas em Cartum.

A retaliação do governo veio na forma de uma campanha de repressão. Há relatos de intenso bombardeio de vilarejos por aviões da força aérea, seguidos de ataques das milícias Janjaweed, formadas por africanos muçulmanos de origem árabe.

Refugiados e observadores externos afirmam que há uma tentativa deliberada de se expulsar a população negra africana de Darfur.

O governo do Sudão admite a existência de "milícias de auto-defesa", mas nega que tenha ligações com os Janjaweed e diz que as acusações são exageradas.

www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u394731.shtml

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As eleições no Paraguai

A Aliança Patriótica para a Mudança conseguiu quebrar a hegemonia de 61 anos do Partido Colorado à frente do governo do Paraguai, nas eleições de domingo. Com 40,82% dos votos, o ex-bispo Fernando Lugo elegeu-se presidente, batendo a candidata oficialista Blanca Ovelar (30,72% dos votos) e o general Lino Oviedo (21,98%), que liderou uma dissidência do Partido Colorado. Fernando Lugo elegeu-se prometendo fazer profundas reformas políticas, sociais e econômicas no Paraguai. No início de sua campanha eleitoral, apresentou-se como um reformista radical, em tudo semelhante a Hugo Chávez, Evo Morales e Rafael Correa. Afirmava, por exemplo, que exigiria do governo brasileiro a revisão do Tratado de Itaipu, por considerar que seus termos espoliam o Paraguai de sua principal riqueza. Também anunciou uma reforma agrária que, na prática, significaria a expulsão de grande parte dos fazendeiros brasileiros - os brasiguaios - que há décadas se instalaram na faixa de fronteira. No domingo, já como presidente eleito, seu discurso havia perdido a virulência inicial. Quanto ao Brasil, afirmou que fará “uma aproximação amistosa, no marco de um relacionamento sério e de respeito recíproco. Não guardamos o menor sentimento de confrontação em relação ao país irmão”. Sobre a reforma agrária, esclareceu que fará, inicialmente, um cadastro das terras e tratará de regularizar sua posse, não pretendendo expulsar os brasileiros que lá se instalaram. Também afirmou que as reformas que pretende fazer na estrutura do Estado paraguaio serão apenas iniciadas, pois os cinco anos de seu mandato não seriam suficientes para completá-las. O tom agora moderado de Fernando Lugo é uma conseqüência natural da correlação de forças políticas evidenciada pelo pleito de domingo. A Aliança Patriótica para a Mudança tirou o Partido Colorado do poder, mas não obteve maioria suficiente para promover reformas radicais. A Aliança, na verdade, é uma coalizão feita sob medida para ganhar as eleições, não para governar. Ela é composta por 9 partidos políticos e 20 movimentos sociais, cobrindo um espectro ideológico que vai da centro-direita à extrema esquerda. O elemento mais poderoso desse conglomerado é o Partido Liberal Radical Autêntico, de centro, presidido por Federico Franco, que se elegeu vice-presidente. E, para Franco, as reformas terão de ser feitas aos poucos, sem sobressaltos, pois “o Paraguai não está preparado para uma esquerda ao estilo de Hugo Chávez”. O próprio Lugo reconhece que seu socialismo se distancia do de Chávez, Evo Morales, Rafael Correa e Daniel Ortega. Seu modelo, afirma, é semelhante ao do moderado presidente uruguaio, Tabaré Vázquez. Não bastasse ter de conciliar interesses conflitantes na coalizão que foi formada há apenas oito meses, Fernando Lugo terá de administrar uma máquina estatal que se confunde com a máquina do Partido Colorado. Quase um terço da população tem a carteira de membro do partido - sem a qual ainda não se faz negócios ou se arruma emprego. Praticamente todos os postos da cúpula e dos níveis médios da administração pública estão ocupados por colorados. Os eleitores, por sua vez, não foram muito generosos com Lugo. Deram-lhe a presidência, mas não a maioria parlamentar necessária para fazer, com alguma tranqüilidade, a reforma do Estado. Num Senado de 45 cadeiras, o Partido Colorado já ficou com 16 vagas; o Liberal, com 13; as duas dissidências do Colorado, com 9 e 4 cadeiras; e outras 3 ficaram com pequenos partidos de esquerda. Dos 17 departamentos, pelo menos 10 terão governadores colorados. Com essa fragmentação, resta saber como Fernando Lugo poderá executar um programa de governo que inclui a criação de empregos para 100 mil famílias em obras públicas e comunitárias, a construção de 40 mil casas por ano e a distribuição de 30 mil lotes de terras para indígenas e camponeses, além de uma profunda reforma constitucional. Ele certamente insistirá na revisão do Tratado de Itaipu, apesar de o presidente Lula ter dito, neste fim de semana, que não atenderá à reivindicação. Quando muito, o governo brasileiro concordará em aumentar o preço da energia excedente de Itaipu, mas não nos níveis pretendidos por Lugo. http://txt.estado.com.br/editorias/2008/04/23/edi-1.93.5.20080423.3.1.xml
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22 de abr. de 2008

Brasil aceita discutir tarifa, mas não tratado de Itaipu, diz Itamaraty

Lula disse que não pretende mudar acordo; Amorim admitiu rever reajuste de valores. Novo presidente do Paraguai quer preço maior por energia comprada pelo Brasil.
Fausto Carneiro Do G1, em Brasília entre em contato
ALTERA O TAMANHO DA LETRA

O Itamaraty informou nesta terça-feira (22) que o Brasil pode renegociar o valor da tarifa paga pela energia paraguaia gerada na Usina de Itaipu, mas não pretende rediscutir o tratado que define a fórmula de cálculo. Na segunda-feira (21), Lula disse em Gana (África) que não aceita alterar as regras do tratado. Mais tarde, também em Gana, o chanceler Celso Amorim declarou que não está descartado um eventual reajuste dos valores pagos ao Paraguai pela energia a que o país vizinho tem direito mas não usa. Segundo o Itamaraty, as declarações de Lula e Amorim não são contraditórias e “se complementam” porque tratam de coisas diferentes. O pedido de revisão do valor da tarifa e de vários pontos do tratado foi uma das bandeiras de campanha de Fernando Lugo, eleito neste domingo (20) presidente do Paraguai. No começo de abril, Lugo tratou do assunto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante visita a Brasília. Segundo o Itamaraty, a revisão do tratado "está fora de discussão".

Pelas regras do tratado, o cálculo da tarifa é revisto anualmente no mês de outubro. A fórmula, porém, permanece inalterada. Ela prevê que o valor da energia deve ser suficiente para pagar todas as despesas de Itaipu, inclusive a parcela anual de US$ 2 bilhões com o financiamento da obra. O cálculo leva em conta uma série de itens, como modernização da usina, investimentos em máquinas, contratação de pessoal, pagamento da mão-de-obra, encargos, abatimento do financiamento da construção de Itaipu e até ações socioambientais. O custo total é então dividido pela capacidade de geração de energia. Por essa conta, a tarifa hoje está em US$ 45 por megawatt produzido, informou a assessoria de Itaipu ao G1. Segundo a assessoria, o Paraguai quer o aumento no valor pago pela energia, já que o país fica com apenas 5% de sua cota –o restante é vendido ao Brasil. O problema é que nesse caso, a conta seria paga pelo consumidor brasileiro, segundo a assessoria de Itaipu.

Foto: Valter Campanato/Antonio Cruz/Agência Brasil
O chanceler brasileiro, Celso Amorim (esquerda), e o presidente eleito do Paraguai, Fernando Lugo (Fotos: Valter Campanato/Antonio Cruz/Agência Brasil)

Dos US$ 3,2 bilhões da receita anual de Itaipu, US$ 2 bilhões são usados para abatimento do financiamento da obra, que vai até 2023. O restante é dividido entre os dois países. Com o repasse do excedente de energia ao Brasil, o Paraguai fica com um saldo de caixa de US$ 550 milhões anuais. Para o diretor-geral da usina de Itaipu, Jorge Samek, o valor é justo. Até a variação cambial influi nas pretensões paraguaias, de acordo com a assessoria de Itaipu. Com a desvalorização do dólar, o valor pago pelo Brasil pela energia excedente do Paraguai também fica menor no caixa do país vizinho após a conversão para a moeda paraguaia. No começo de abril, depois de conversar com o presidente Lula no Palácio da Alvorada, Samek havia descartado reajustes na tarifa. Segundo ele, a usina era “um bom negócio” para o Paraguai.
http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL420928-5601,00 -BRASIL+ACEITA+DISCUTIR+TARIFA+MAS+NAO+TRATADO +DE+ITAIPU+DIZ+ITAMARATY.htmlEnvie um e-mail para mim!

Hillary reconhece que precisa vencer na Pensilvânia

Colaboração para a Folha Online

Os eleitores da Pensilvânia estão votando nesta terça-feira na maior primária remanescente à corrida pela indicação democrata à disputa presidencial dos EUA.

Enquanto isso, os pré-candidatos Hillary Clinton e Barack Obama continuam os ataques um ao outro, em temas como campanhas depreciativas na TV e o uso de força militar contra o Irã.

A senadora Hillary --favorita nas pesquisas que precederam as votações desta terça-feira-- reconheceu pela manhã que precisa vencer as primárias na Pensilvânia para ter chances de ser a indicada pelo partido.

Entretanto, disse que não é relevante se ganhará por uma margem maior ou pouco expressiva de votos, segundo reportagem desta terça-feira do jornal "The Washington Post"

Leia a integra da matéria no site do Washington Post.

Obama --que tem gastado mais verbas de campanha que Hillary no Estado-- disse que não espera vencer sua rival nas urnas, mas considera que se perder, será por uma pequena margem de votos.

Caso isso se confirme, o senador por Illinois afirma que se manterá forte na liderança da contagem nacional de votos dos delegados democratas.

Votação

De acordo com a Associeted Press, o senador por Illinois chega à disputa por delegados na Pensilvânia com 1684 delegados, enquanto a senadora por Nova York possui 1509.

Os locais de votação para a primária democrata abriram às 7h da manhã (hora local), e os eleitores podem votar até às 20h. Estão em disputa na Pensilvânia 158 delegados para a Convenção Nacional do Partido Democrata no fim de agosto, em Denver. O senador Obama está 140 delegados à frente de Hillary.

Cerca de 4 milhões de democratas estão regularmente registrados para votarem nas primárias desta terça. Ambos os candidatos tentam ganhar votos com anúncios na televisão trocas de acusações nos últimos eventos de campanha no Estado.

Superdelegados

É provável que indicação democrata seja decidida por cerca de 800 superdelegados do Partido Democrata, um grupo de influentes eleitores que são disputados pelos pré-candidatos e podem decidir seu voto a partir dos resultados da votação da primária em curso.

Os superdelegados são selecionados entre o comitê nacional dos democratas, os membros do Congresso, governadores e líderes partidários de relevo -- como ex-presidentes, vice-presidentes e líderes no Congresso. Alguns deles são escolhidos nas convenções estaduais.

Os superdelegados não têm compromissos estabelecidos com nenhum candidato. Mesmo no caso de declararem apoio a algum dos pré-candidatos antes da convenção partidária, eles podem mudar seu voto a qualquer momento.

Entre os republicanos não há superdelegados, no entanto, 123 membros do comitê nacional republicano são livres para escolherem seu candidato na convenção que acontecerá em agosto em Minneapolis.

www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u394625.shtml

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21 de abr. de 2008

Detidos 2 por tentar invadir prédio de família da madrasta

Cerca de 40 manifestantes estavam em frente à garagem do edifício onde moram os pais de Anna Carolina

ELVIS PEREIRA - Agencia Estado

Dois homens foram acusados de desacato

Sérgio Castro/AE

Dois homens foram acusados de desacato

SÃO PAULO - A Polícia Militar (PM) deteve nesta segunda-feira, 21, dois homens acusados de tentar invadir o prédio onde vivem os pais de Anna Carolina Jatobá, madrasta da menina Isabella Nardoni. A dupla tentou entrar no edifício em Guarulhos, na Grande São Paulo, por volta das 15h30, quando um carro deixava o imóvel. De acordo com a Rádio CBN, cerca de 40 manifestantes estavam no local no momento da confusão. Eles pediam justiça. Acusados de desacato, os dois homens foram encaminhados ao 2º Distrito Policial da cidade.

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Estão previstos para terça-feira os depoimentos do advogado Antônio Nardoni e da filha dele, Cristiane Nardoni, avô e tia de Isabella Nardoni, na 9ª Delegacia de Polícia (Carandiru), na zona norte de São Paulo. O horário e a ordem dos depoimentos não haviam sido definidos até a manhã desta segunda-feira, 21, segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo.

Inicialmente os depoimentos do avô paterno e da tia estavam previstos para o sábado, 19, mas por causa do cansaço da família, os advogados e os delegados envolvidos no caso decidiram pelo adiamento. O 9º DP apura a morte da menina, de 5 anos, no dia 29 de março. De acordo com a polícia, Isabella foi agredida e jogada pela janela do apartamento de seu pai, Alexandre Nardoni, no edifício London, na Vila Mazzei, também na Zona Norte de São Paulo. Alexandre e a madrasta de Isabella, Anna Carolina Jatobá, depuseram na sexta-feira (18) e foram indiciados por homicídio qualificado.

"Somos inocentes"

No domingo, dois dias após terem sido exaustivamente interrogados no 9º DP, pai e madrasta da menina Isabella deram uma entrevista ao 'Fantástico', da Rede Globo. Eles estavam na casa dos pais dela, em Guarulhos. Alexandre e Anna Carolina responderam todas as perguntas da reportagem, segundo a Globo. A única exigência feita foi que a entrevista fosse gravada em DVD e que ficassem com uma cópia. O material apresentado pela emissora aparentava pelo menos três cortes de edição (quando a imagem corta e pula para a seqüência). Eles alegaram inocência repetidas vezes. "Nós somos totalmente inocentes", disse Anna Carolina, chorando, agarrada a um terço na mão esquerda. Por vezes, os dois falaram ao mesmo tempo - Anna Carolina se manifestava enquanto o marido respondia a alguma pergunta. Em alguns momentos, Alexandre desviava o olhar. Anna Carolina, ao contrário, respondia olhando fixamente para o repórter.

Na primeira declaração à imprensa após a morte da menina, em 29 de março, o casal disse que acredita que uma terceira pessoa matou Isabella. Questionada sobre isso, Anna Carolina respondeu, assertiva: "Com certeza." Eles falaram ainda da vida com e sem Isabella e do drama que viveram na cadeia. No início das investigações, a polícia pediu a prisão temporária do casal, que ficou oito dias preso. Anna disse que tem medo de voltar para a cadeia. Sobre a relação com a filha, Alexandre afirmou, pausadamente: "Eu nunca encostei um dedo da minha filha." Anna Carolina Jatobá emendou: "Eu também nunca encostei nela, nunca, nunca na minha vida." Segundo os dois, Isabella nunca deu trabalho para ninguém.

Chorando muito, Anna falou do carinho que Isabella tinha por ela. "Ela fazia um coraçãozinho", disse, formando a imagem com os dedos. "Ela fazia coraçãozinho no vapor do box", disse, contando que tomavam banho juntas. Alexandre disse, pelo menos três vezes, que os cinco (ele, Anna Carolina, Isabella, e os filhos do casal, Cauã e Pietro, de 1 e 3 anos) sempre foram muito unidos. "Ela (Isabella) era tudo pro Cauã e pro Pietro. Ela era a segunda mãe pro Cauã, ele queria ir só com ela", afirmou Alexandre. "Ela estudava com o Pietro na mesma escola. O Cauã trocava a gente para ficar com ela", completou Anna Carolina.

"Não temos nem como ir ao cemitério. Não podemos fazer isso. As pessoas estão prejulgando a gente sem nem nos conhecer", disse Alexandre, culpando a mídia pela exposição do caso. "Tinham de conhecer ao menos um pouquinho para fazer qualquer julgamento." Sobre o relacionamento em família, só falaram de harmonia. "Estávamos sempre brincando. Ela adorava que eu brincasse com ela", disse Anna Carolina.

"A Isabella sempre chamava Anna de ‘tia Carol’", contou Alexandre. "Quando ela estava em casa, onde um ia, iam todos. Não nos separávamos. A gente se programava em relação a quando ela estaria em casa", contou Anna Carolina.

"Isso dói. Isso acaba com a nossa vida. Destruíram nossa vida em segundos", concordaram os dois. "Para a polícia só existia nós dois no apartamento", desabafou Anna Carolina. Questionados sobre o que teria levado alguém a matar Isabella, afirmaram: "É o que a gente se pergunta também. Todos os dias, todas as noites." E Alexandre emendou: "Como alguém podia fazer isso com a Isabella, uma criança dócil, uma criança que sempre estava sorrindo."

"Eu tinha ela como minha filha. Era minha filha postiça", revelou Anna Carolina. A madrasta revelou também que a menina tinha vergonha, mas por duas vezes a chamou de "mamãe". Uma vez, estavam brincando no apartamento e ela teria dito: "Ai, papai, não bate na mamãe." E o casal ainda fez uma revelação: "O sonho dela era morar com a gente." Anna Carolina disse que nunca teve ciúmes da menina.

"Meu amor por ela é inexplicável. Meus filhos são tudo na minha vida. Como posso dizer, se eu pudesse não trabalhava para ficar com eles o tempo todo", contou Alexandre."Estamos pagando por uma coisa que não fizemos", afirmou Anna Carolina. "Eu não consigo explicar o que estão fazendo com a gente", repetiu Alexandre. "Prejulgaram e condenaram, sem ao menos nos conhecerem."

Reconstituição

A polícia decidiu que não haverá acareação entre Alexandre Nardoni e Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá. Motivo: as respostas dadas às 50 perguntas do interrogatório foram vagas. Eles foram indiciados por homicídio doloso triplamente qualificado (motivo torpe, cruel e sem possibilidade de defesa). Com informações preliminares dos laudos do Instituto de Criminalística (IC) e do Instituto Médico-Legal (IML) - o laudo final só ficou pronto na tarde de sábado -, a polícia já tinha traçado estratégia para que a madrasta de Isabella, confessasse participação no crime.

Nos dias que antecederam o depoimento do casal, os policiais decidiram que iriam dizer a Anna Carolina que ela poderia responder criminalmente apenas por lesão corporal dolosa, e não por homicídio. Isso porque Isabella morreu em decorrência da queda. Para os delegados responsáveis pela investigação, tudo indica que a madrasta agrediu e asfixiou a criança, e Alexandre Nardoni, o pai, jogou a menina pela janela.

A estratégia não deu certo. Durante as oito horas que durou o interrogatório de Alexandre, Anna Carolina ficou numa sala da delegacia, acompanhada por um advogado, por seu sogro, Antônio Nardoni, e por um investigador. Chorou o tempo todo. Só se controlou perto das 20 horas. Então, sem se alterar nas cinco horas de interrogatório, Anna permaneceu negando participação na morte de Isabella. Questionada sobre marcas de sangue de Isabella no carro da família, foi taxativa: “Desconheço”. Segundo os policias ela estava “muita fria” durante o interrogatório. Sustentou a versão apresentada desde as primeiras horas após o crime, quando foi ouvida no 9º Distrito Policial pela primeira vez.

Já o pai chorou uma única vez durante o interrogatório. Foi quando ele começou a ver o álbum de fotografias montado pela delegada-assistente do 9º DP (Carandiru), Renata Helena Pontes. Nele havia fotos de Isabella desde que ela tinha dois meses de idade e termina com a foto do corpo, tirada no Instituto Médico Legal (IML). Terminado o interrogatório, Alexandre foi para a sala do chefe dos investigadores onde Anna Carolina passou a tarde toda. Lá conversou descontraidamente com os policiais e ainda perguntou: “Como é ser policial?”.

Agora, a polícia planeja fazer a reconstituição do crime e espera contar com a participação do casal, que não é obrigado a isso. Os policiais ainda não decidiram quando, mas consideram provável um pedido de prisão preventiva de Alexandre e Anna Carolina depois que o inquérito policial for relatado à Justiça. Caberá, então, ao Ministério Público Estadual analisar as provas e decidir se vai ou não denunciar o casal pelo assassinato. O juiz também deverá ouvir o promotor antes de decidir se decretará ou não a prisão dos acusados.

www.estadao.com.br/geral/not_ger160420,0.htm

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