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31 de mai. de 2008

No 'tapetão', democratas devem fazer acordo intermediário, diz analista

No "tapetão",devem fazer acordo intermediário, diz analista
Partido define a validade dos votos das prévias presidenciais de Michigan e Flórida. Para Mark Danner, partido deve achar um meio-termo entre Obama e Hillary.
Daniel Buarque Do G1, em São Paulo
O primeiro tapetão da acirrada disputa democrata pela candidatura à Casa Branca, neste sábado (31), deve acabar com um acordo entre as campanhas de Hillary Clinton e Barack Obama, segundo o analista norte-americano Mark Danner, professor de ciências políticas da Universidade da Califórnia, Berkeley. Nem Hillary Clinton vai conseguir que todos os delegados das prévias de Michigan e Flórida sejam validados, nem Barack Obama vai conseguir que eles sejam ignorados, disse, em entrevista ao G1.

Foto: Divulgação
Divulgação
O professor da Universidade da Califórnia, Berkeley, Mark Danner (Foto: Divulgação)

Danner é autor de um livro sobre os problemas ocorridos na Flórida durante a eleição de 2000, quando George W. Bush acabou eleito presidente, mas teve sua legitimidade questionada. Para ele, a decisão do comitê central do partido, reunido num hotel de Washington, deve refletir a liderança de Obama, mas aceitar como legítimo o argumento de Hillary, e chegar a uma conclusão intermediária que não vai dar fim à indefinição quanto ao candidato à Presidência.

“Acho que a decisão final sobre o candidato democrata deve durar até aproximadamente uma semana após as últimas primárias, dia 3”, disse. A idéia, segundo ele, é evitar que a disputa fragmente e enfraqueça o partido para a disputa contra os republicanos na eleição propriamente dita.

Flórida e Michigan perderam o direito de enviar delegados à convenção porque anteciparam suas eleições primárias para antes do prazo regulamentar. Não houve campanha eleitoral, e Hillary venceu as duas disputas - em Michigan, o nome de Barack Obama nem aparecia na cédula.

G1 – Podemos comparar a situação atual da decisão a ser tomada na Flórida com o que aconteceu no estado em 2000? Mark Danner – Claro que são situações diferentes, já que na época escolhíamos o próprio presidente, e não o candidato, mas há temas muito similares nos dois casos. A grande discussão que tomou conta da Flórida em 2000 incluía o slogan democrata “contem todos os votos”, e oito anos depois, a campanha de Hillary Clinton usa a mesma frase para pedir que a primária da Flórida seja válida. Isso tem uma enorme influência sobre o eleitorado democrata do estado, já que o caso de 2000 levou George W. Bush à Presidência, então o apelo do pedido de Hillary é forte.

G1 – Uma vitória de Hillary nessa disputa e uma possível vitória dela nas primárias pode pôr em xeque a legitimidade da sua candidatura, como pôs a eleição de Bush? Danner – Acho que Hillary Clinton não consegue conquistar a candidatura democrata mesmo se todos os votos da Flórida e de Michigan forem validados, o que também é pouco provável. Mesmo que ela consiga todos os delegados que quer, dificilmente supera o total de delegados de Obama. Esta luta é importante, mas não suficiente para que ela vença a disputa.

Quanto à legitimidade das prévias na Flórida e em Michigan, entretanto, acho que os dois pré-candidatos estão corretos no que pedem. Hillary diz que 2 milhões de pessoas nos dois estados votaram, e esses votos devem valer algo. E ela está certa, afinal muitos eleitores deixaram clara sua opinião. Obama, por outro lado, lembra que ele não fez campanha nos dois estados, e que ele era desconhecido à época, o que o deixaria sem chances de vencer (além de que ele nem estava na cédula de votação de Michigan), e acho que ele também está certo nisso.

Há ainda um terceiro interesse envolvido, que é o do comitê central do Partido Democrata, que quer punir os dois estados por terem adiantado suas prévias. O comitê acha que, se não punir Michigan e Flórida, este tipo de mudança no calendário pode voltar a acontecer nas próximas eleições, o que eles querem evitar.

G1 – Podemos falar ainda no interesse dos eleitores, não? Danner – Claro, os eleitores querem ser ouvidos. O problema é que pode-se considerar que muitos eleitores dos dois estados sequer conheciam Obama quando tiveram suas prévias, e que mudariam de opinião na votação, se ela acontecesse agora, e isso pode ser usado como argumento contra Clinton.

É uma situação ímpar, em que a legitimidade é uma questão importante, mas acho que tudo vai ser definido muito mais pelo poder político. Há o comitê central, com 186 membros, dos quais 25 são escolhidos pelo presidente do partido, enquanto os outros são indicados pelas duas campanhas, então Obama tem alguma vantagem, se analisarmos matematicamente. Fica ainda mais complicado por não ser só uma vitória da maioria. O partido deve procurar um consenso entre as duas campanhas.

G1 – O que o senhor acha que vai acontecer, então? Danner – Acho que vai haver algum acordo, desenhado para refletir a maioria de Obama, mas respeitando a força de Hillary e sua campanha. É possível que eles aceitem contar metade dos delegados de cada estado, ou encontrem alguma outra fórmula que pareça razoável para as duas campanhas. É provável que Hillary consiga se fortalecer um pouco, mas continue bastante atrás de Obama na contagem total de delegados.

G1 – A decisão do Partido Democrata sobre Michigan e Flórida pode afetar as eleições de novembro? Danner – Sim. Esta decisão pode pesar sobre a união do partido democrata, levando um grupo partido à eleição. O mais provável, entretanto, é que nada seja completamente definido neste sábado. Acho que a decisão final sobre o candidato democrata deve durar até aproximadamente uma semana após as últimas primárias, dia 3. Acho que depois da decisão sobre Flórida e Michigan, os dois pré-candidatos vão aguardar as prévias de terça-feira, e ainda alguns dias até saírem juntos com uma decisão e um acordo que mostre que o partido vai se unir para as eleições.

G1 – Depois de estudar o caso das eleições de 2000 na Flórida, o senhor acha que algo parecido pode voltar acontecer nas eleições deste ano, diminuindo a legitimidade do presidente que seja eleito? Danner – É certamente possível. Em muitos estados o sistema técnico de votação e as máquinas de contar os votos ainda são muito vulneráveis. A situação já melhorou muito desde 2000, mas ainda há muitos problemas. Os EUA são um país com 50 sistemas eleitorais diferentes. Em muitos estados, as pessoas que têm controle sobre a votação têm ligação com a campanha de um ou outro candidato.

O ex-presidente Jimmy Carter monitora muitas eleições pelo mundo, e ele diz que, se fosse chamado para monitorar uma votação nos EUA, ele recusaria, porque o sistema eleitoral não tem os requisitos básicos de justiça e de garantia dos resultados. Acredito que, se tivermos em algum estado um resultado tão próximo do empate como o que houve na Flórida em 2000, é possível que vejamos o mesmo desastre que aconteceu em 2000.

g1.globo.com/Noticias/0,,MUL584847-15525,00-

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29 de mai. de 2008

Um Apêlo e uma idéia ao Governo

Um Apêlo e uma idéia ao Governo

O Governo, do mês de Dezembro passado até aqui, vem lutando incansavelmente para recuperar a forma de manter a soma de reais que deixou de arrecadar com a CPMF.

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, disse ontem que o Projeto de Lei Complementar 306/08, que regulamenta a Emenda 29, seria votado mas com a possibilidade de obstrução pela oposição.

O projeto prever a ampliação de quase 10 bilhões de reais para a saúde, em verbas federais.

O Governo está fazendo a lição de casa sim. A saúde pública, hoje se pode dizer que é um abandono total; o pessoal que ganha um e dois salários mínimo, responsáveis por custear suas casas, morrem no dia que tiverem a infelicidade de ter que pagar por um tratamento complicado e necessário á manutenção de sua saúde.

As Pessoas de 60 anos acima, enquadradas na categoria de um e dois salários mínimos, deveriam, nem ao menos pensar em pagar um plano de saúde, porém, sabem que é impossível fazer isto, e, sabe também que quanto a isso, ele, trabalhador, pagador de impostos, não tem direito à saúde que deveria ter, pois o sistema não lhes permitem. O tal indivíduo só tem o direito de pensar, e isto, porque o ato de pensar é um dom dato por Deus, pois se dependesse do homem, nem isso faria.

Nas grandes cidades, hoje é vergonhoso de ver, a lotação dos bares, todos bebendo, embriagando-se e brigando, ferindo-se uns aos outros, matando e morrendo. No trânsito; os bêbados atropelando e matando aos transeuntes nas ruas, e negando que não estão embriagados.

O banditismo; é uma assolação. Nos grandes centros urbanos e nas pequenas cidades, rola o tráfico de drogas. O alcoolismo é a primeira porta de entrada para toda e qualquer falta de lucidez, as irresponsabilidades começam aí. Toda pessoa que se preza deve envergonhar-se de andar para um bar, festas ou outro local onde se endeusa bebida alcoólica, pois existem pobres miseráveis que acham prazeroso sentar-se à porta da casa em que moram, e na calçada, põe a garrafa de cerveja e o copo, ali mesmo, achando que estão arrasando; quando na verdade, o arrasado é ele próprio.

Todos os dias passam os carros de propaganda, anunciando cerveja e festas para os desocupados e vendidos ao erro, e para isso, convergem mais uma vez para somar-se à falta de bom senso. O ponto mais crítico, começa na quinta-feira à noite, e vai até Domingo também à noite, como se não bastasse, alguns amanhecem a segunda-feira ainda bebendo e dizendo que é para tirar a ressaca. Está certa uma coisa desta magnitude, responda para você mesmo.

Já é demais. Por que o Governo não taxa as bebidas alcoólicas de qualquer gênero que seja? Isso é o ponto que deve ser atacado por altas taxas, só beberia o ignorante que pudesse, e mais ninguém. Então os cofres públicos teriam o dinheiro que necessitam para tratar não só ao trabalhador necessitado, o desempregado, como também o baixo-assalariado e todos os que necessitarem neste país, até mesmo os que têm a saúde danificada pela bebida e o alcoolismo.

O Governo deve combater as drogas, e sem começar pelas bebidas alcoólicas, tirando-as das festas diárias e dos finais de semanas, não chegará a lugar nenhum. Falta fazer com as bebidas alcoólicas o que etá sendo feito ao tabagismo. Taxe a bebida alcoólica pelo menos em 300 ou 400% e haverá dinheiro nos cofres da saúde e menos alcoólatras nas ruas. Com certeza teremos um povo mais saudável e com boa sanidade e pura avidez, que deseje o bom desenvolvimento deste País.

A venda de bebidas alcoólicas é muito grande nesta nação, e isso causa uma matança semelhante semelhante a uma grande guerra. Quantos jovem tiveram suas vidas ceifadas por essas drogas e que bem poderiam está produzindo, sucumbiram por envolver-se em brigas, depois de tomar alguns copos de cachaça, cerveja ou outra bebida semelhante. Outros, as vezes em uma parada de ônibus esperando seu momento de embarcar para seu destino, ou mesmo atravessando a rua, um embriagado o atropela e mata ou o deixa paraplégico.

Não necessitamos fechar as fábricas dessas bebidas, só precisamos taxá-los, e nada mais e não teremos mais que recriar a CPMF e o dinheiro suprirá a necessidade da saúde pública, porque sempre haverá quem beba.

Costa

28 de mai. de 2008

Chinaglia: regulamentação da Emenda 29 será votada hoje

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, disse há pouco que o Projeto de Lei Complementar 306/08, que regulamenta a Emenda 29, deve ser votado hoje mesmo sem acordo e com a possibilidade de obstrução por parte da oposição. O projeto amplia em quase R$ 10 bilhões as verbas federais deste ano para o setor de saúde, mas o texto original não prevê fontes para cobrir esse aumento de gastos.
Ontem, a oposição avisou que vai obstruir as votações se o governo insistir em apresentar um substitutivo ao PLP 306/08 para incluir a criação de uma nova contribuição para a saúde. O líder do governo, deputado Henrique Fontana (PT-RS), anunciou ontem que a base aliada vai apresentar um substitutivo ao texto original para propor a criação de uma contribuição social para a Saúde, nos mesmos moldes da CPMF, mas com alíquota de 0,1% e destinação dos recursos exclusivamente para o setor. A alíquota da CPMF era de 0,38%.
Chinaglia acredita que, além da nova contribuição, o substitutivo deve modificar outros detalhes do texto original, como a relação do Poder Público com os conselhos de saúde.
Cotas universitárias Em instantes, o presidente participa de reunião de líderes com o ministro da Educação apra discutir a propsota de reserva de parte das vagas em universidades federais destinadas a estudantes de escolas públicas para alunos que se declararem negros ou índios. Segundo Haddad, o número de vagas em universidades federais saltará de 124 mil, em 2002, para 230 mil, em 2010. Haddad esteve reunido nesta manhã com o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, e líderes partidários para debater o assunto.
A reserva está prevista em substitutivo da Comissão de Educação e Cultura ao Projeto de Lei 73/99, da deputada Nice Lobão (DEM-MA), e outras seis propostas que tramitam conjuntamente. No texto aprovado, a comissão reserva parte dos 50% de vagas reservadas para alunos que tenham cursado o nível médio integralmente em escolas públicas para estudantes negros e índios. O cálculo do número de vagas, pelo texto aprovado, será feito de acorod com a população de cada estado.O ministro Fernando Haddad já chegou para a reunião, que será realizada no gabinete da Presidência da Câmara.
www2.camara.gov.br/internet/homeagencia/materias.html?pk=122494

27 de mai. de 2008

Perfil de novo líder das Farc amplia expectativa de diálogo

Escolha do líder político Cano - e não do chefe militar, ‘Mono Jojoy’ - para chefiar guerrilha é vista como sinal positivo

AP, EFE, AFP

A morte do líder máximo das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Pedro Antonio Marín - mais conhecido como Manuel Marulanda, ou “Tirofijo” (Tiro Certeiro) -, aumentou as expectativas de parentes de reféns da guerrilha e governos estrangeiros de que em breve se possa chegar a um acordo humanitário.

link Héctor Saint Pierre, professor do Departamento de História da Unesp, fala sobre o futuro das Farcnome link Veja especial que traça o cotidiano da maior guerrilha colombiana “O fato de as Farc designarem (para substituir Marulanda) Alfonso Cano, que é da ala política e não da ala militar da guerrilha, é um sinal de que eles querem seguir por esse caminho (de negociação)”, afirmou Astrid Betancourt, irmã da ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, seqüestrada pela guerrilha em 2002.

Para o vice-ministro de Defesa equatoriano, Miguel Carvajal, a mudança na liderança da guerrilha pode solucionar o conflito colombiano. “Mantemos a esperança de que essa mudança leve a soluções históricas para o conflito”, disse Carvajal. No domingo à noite, a ministra de Direitos Humanos da França, Rama Yade, disse esperar que o anuncio seja o “começo do fim do sofrimento de Ingrid”.

A morte de Marulanda, aos 77 anos, foi revelada no sábado pelo ministro de Defesa colombiano, Juan Manuel Santos, e confirmada no dia seguinte num comunicado da guerrilha. Segundo as Farc, Tirofijo morreu de enfarte “nos braços de sua companheira e cercado por sua guarda pessoal”. As circunstâncias da morte, porém, ainda não foram confirmadas e o governo colombiano diz que elas poderiam estar relacionadas às ações militares (mais informações nesta página).

O anúncio de que Cano - cujo nome verdadeiro é Guillermo León Sáenz - assumiria o comando surpreendeu analistas e, segundo fontes militares, até comandantes da guerrilha, que esperavam que o cargo fosse ocupado pelo líder militar do grupo, “Mono Jojoy”. Até agora, a guerrilha havia privilegiado em sua linha de sucessão líderes ligados ao mundo rural ou os que participaram da fundação do grupo.

Com formação em antropologia, o novo líder das Farc tem 52 anos e é de Bogotá. Ele participou das negociações com o governo nos anos 90 e é visto como mais afeito aos embates políticos do que às estratégias militares. “É um homem mais obcecado pela política do que pela guerra”, diz Camilo Gómez, alto comissário para a paz do governo Andrés Pastrana (1998-2002), que por três anos negociou com as Farc.

http://txt.estado.com.br/editorias/2008/05/27/int-1.93.9.20080527.10.1.xml

26 de mai. de 2008

América do Sul caminha para moeda e Banco Central únicos, diz Lula

União Sul-Americana de Nações (Unasul) vai tratar do tema. Segundo presidente, ‘é preciso ajudar países economicamente mais frágeis’.
Do G1, em São Paulo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, ao longo do programa de rádio “Café com o presidente”, que foi ao ar na manhã desta segunda-feira (26), que os países da América do Sul caminham para ter, no futuro, moeda e Banco Central únicos. Ele defendeu a criação de um Conselho de Defesa Sul-Americano e ajuda aos países economicamente mais frágeis.

“Nós agora estamos criando o Banco da América do Sul. Nós vamos caminhar para termos um Banco Central único, para ter moeda única. Isso é um processo e não é uma coisa rápida”, afirmou o presidente.

Lula falou sobre o assunto ao explicar sobre o tratado de criação da União Sul-Americana de Nações (Unasul), acordo assinado por vários chefes de estados na semana passada, em Brasília.

90 dias

“Ficou para nos próximos 90 dias a gente elaborar melhor a proposta (de criação de moeda e Banco Central únicos na América do Sul), tirar algumas divergências e aprovar. A verdade é que, dos 12 países, apenas a Colômbia colocou objeção. Depois eu conversei com o presidente Uribe. Vamos voltar a conversar. E eu acho que as coisas vão se acertar”.

De acordo com Lula, a América do Sul e o Brasil estão no caminho certo. “O que é importante para mim é uma frase que eu disse quando tomei posse em 2003: ‘nós vamos começar fazendo o necessário, depois a gente vai fazer o possível e quando menos imaginar nós estaremos fazendo o impossível’. Era impossível, há cinco anos, a gente pensar que a situação da América do Sul estivesse do jeito que está, com muitos presidentes comprometidos com a maioria do povo, com a inclusão social, eleitos democraticamente, com as instituições se fortalecendo e com a criação da Unasul”, disse.

Soberanos

O presidente está esperançoso com a criação do organismo sul-americano. “Me sinto feliz pelo fato de termos criado a Unasul. Eu lembro quando em 2004, em dezembro, na cidade de Cuzco, Peru, tivemos a idéia de criar uma União Sul-Americana de Nações. Parecia uma coisa impossível porque aqui na América do Sul fomos preparados, doutrinados para acreditar que não daríamos certo em nada, que somos pobres, que brigamos muito e que temos que depender dos EUA e da União Européia. O que aconteceu é que mudou a geopolítica da América do Sul. Mudou em todos os países. Mudou a compreensão de que, juntos, poderemos ser muito mais fortes e soberanos. E que poderemos fazer mais e melhor. Na União Européia, tivemos países que não aceitaram moeda única, que não aceitaram a constituição, e, nem por isso, as pessoas falavam em crise. É uma coisa normal de uma convivência democrática na diversidade”.

Para Lula, a Unasul será um avanço na região. “Isso vai facilitar que a gente negocie com outros blocos em conjunto, que com esse estabelecimento do tratado e da confiança mútua, possamos fazer mais obras de integração. Poderemos fazer mais ferrovias, rodovias, pontes, linhas de transmissão. Ou seja, acho que foi a realização de um sonho. Mas ainda vamos ter que trabalhar muito. O primeiro passo foi dado de forma extraordinária”.

Países mais frágeis

Lula não tem dúvida de que a Unasul será a solução para muitos problemas na América do Sul. “Nós vamos vencendo as barreiras e também os céticos. É importante a gente lembrar o que era a América do Sul poucos anos atrás e o que é agora. Há uma evolução extraordinária. Mesmo a compreensão de setores brasileiros do empresariado, que antigamente não tinham coragem de fazer qualquer investimento nos países na América do Sul, e hoje nós temos dezenas de empresas brasileiras investindo em todos os países da América do Sul. Nós precisamos investir na Bolívia, fortalecer o Paraguai, o Uruguai, que são os países economicamente mais fragéis. Nós temos obrigação de ajudá-los. Porque quanto mais forte economicamente forem os países da América do Sul mais tranqüilidade todos nós vamos ter, mais paz, democracia, comércio, empresas, empregos, renda, desenvolvimento. É isso que nós buscamos para a América do Sul e eu acho que é isso que foi consolidado com a assinatura do tratado”.

http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL535726-5601,00-

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25 de mai. de 2008

Países oferecem US$ 100 milhões para Mianmar

Países oferecem US$ 100 milhões para Mianmar

Agencia Estado
Os 51 países participantes de uma conferência para ajudar Mianmar a se recuperar do ciclone Nargis, que deixou 78 mil mortos três semanas atrás, prometeram um total de US$ 100 milhões em auxílio, mas advertiram a junta militar do país de que o dinheiro só será repassado se os voluntários internacionais tiverem acesso às regiões mais atingidas. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse estar "cautelosamente otimista" quanto a isso. O primeiro-ministro de Mianmar, general Thein Sein, saiu da conferência deste domingo em Yangon afirmando que a junta militar aceita ajuda internacional, mas "sob condições". "Suprimentos poderão ser transportados por terra, mar ou ar. Mas, caso eles tenham que ser trazidos por mar, somente navios civis serão permitidos, e apenas pelo porto de Yangon", declarou o general.
Observadores da conferência interpretaram essa declaração como um veto à participação de navios das Marinhas de guerra dos EUA, do Reino Unido e da França que estão carregados de suprimentos e à espera de permissão para começar a entregá-los em portos de Mianmar. "Estou cautelosamente otimista de que isso possa ser um ponto de virada e que Mianmar seja mais flexível, mais prática, e encare a realidade dos fatos", disse Ban Ki-moon à Associated Press.
Falta de informação Segundo o general Thein Sein, 3.200 toneladas de ajuda humanitária internacional já foram distribuídos às vítimas do ciclone. A estimativa oficial é de que o ciclone tenha deixado 78 mil mortos e que outras 56 mil pessoas ainda estejam desaparecidas. O primeiro-ministro de Cingapura, George Yeo, um dos organizadores da conferência de doadores, disse que "é por falta de informação que não foi dada mais ajuda até o momento. O problema não é a falta de generosidade, mas de estabelecer mais confiança entre Mianmar e a comunidade internacional".
Já o vice-secretário-assistente de Estado dos EUA, Scot Marciel, disse que seu país está preparado para oferecer mais do que os US$ 20,5 milhões que doou até agora, mas que só vai fazê-lo se os militares de Mianmar permitirem o acesso de especialistas internacionais em socorro a todas as áreas atingidas.
De acordo com a ONU, 2,4 milhões de pessoas foram afetadas pelo ciclone e 42% delas já receberam algum tipo de assistência; mas, dos 2 milhões de pessoas que vivem nos 15 municípios mais atingidos pela tempestade, apenas 23% já receberam alguma ajuda. "Faltam apenas algumas semanas até que a temporada de plantio de arroz comece. Se não conseguirmos lidar com esse problema hoje, ele será imensuravelmente pior amanhã", disse Ban Ki-moon.
www.atarde.com.br/mundo/noticia.jsf?id=889215