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10 de setembro de 2013

Síria aceita proposta de entrega de armas químicas, diz chanceler


O chanceler sírio, Walid al-Moualem, disse nesta terça-feira que o regime de Bashar al-Assad aceitou a proposta da Rússia para entregar à comunidade internacional o arsenal de armas químicas sob controle do país, em entrevista à agência de notícias russa Interfax.
O projeto é apresentado um dia após a Rússia sugerir a retirada e a destruição do arsenal químico, o que pode diminuir a tensão provocada pela ameaça dos Estados Unidos de fazer uma intervenção militar em represália a um suposto ataque com gás venenoso na periferia de Damasco, em 21 de agosto.
A proposta russa foi feita após o secretário de Estado americano, John Kerry, dizer em uma entrevista coletiva que o ditador Bashar al-Assad poderia evitar um ataque internacional entregando o arsenal químico, embora não acredite que o mandatário faria isso.
Horas depois, o presidente Barack Obama afirmou que a hipótese é algo "potencialmente positivo", que poderá significar um "avanço". Como resultado, é provável que a votação da autorização para um ataque à Síria, que deve ocorrer na quarta-feira (11) no Senado norte-americano, seja adiada.
Em entrevista, Moualem qualifica como produtivas o diálogo com o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, que propôs a entrega das armas. Para ele, a medida é uma forma de "retirar os fundamentos para uma agressão norte-americana".
A declaração dá um tom mais decisivo ao apoio demonstrado por Moualem na segunda (9). Em encontro como chanceler russo, o representante sírio tinha afirmado que a proposta era bem-vinda, mas precisava ser avaliada pelo governo de Damasco.
PLANO
Mais cedo, Sergei Lavrov disse que a Rússia trabalha com o regime sírio em um "plano concreto" para que sejam retiradas as armas químicas da Síria, a ser mostrado em breve à comunidade internacional. Para o chanceler, a proposta teria surgido em contatos com os Estados Unidos.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Dmitry Peshkov, disse também que o controle das armas químicas fez parte da conversa entre os presidentes Vladimir Putin e Barack Obama durante a cúpula do G20.
Além da Rússia, a França anunciou que apresentará um projeto de resolução para promover a entrega das armas químicas sírias. Em entrevista coletiva, o chanceler francês afirmou que a resolução proposta prevê uma sanção ao regime sírio caso desrespeite o cronograma da retirada do armamento.
O texto ainda condenará o suposto ataque químico de 21 de agosto na periferia de Damasco, que Estados Unidos e França dizem ter sido feito pelas tropas de Assad. Para os americanos, mais de 1.400 pessoas morreram, sendo cerca de 400 crianças. Já a França computa 280 mortes.
Para Fabius, a situação da crise síria melhorou com a proposta russa. "As coisas mudaram desde ontem e para melhor. É preciso apertar a mão que se oferece, mas não cair em uma armadilha. É necessário ser extremamente vigilante para evitar uma manobra protelatória".
Já a Coalizão da Oposição Síria, principal grupo político rebelde, chamou a medida de manobra política da Rússia. "O último pedido de Lavrov é uma manobra política que está dentro de declarações inúteis e só aumentará o número de mortos e a destruição do povo sírio", disse a entidade, em comunicado.



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