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11 de agosto de 2007

Cuba: Dissidente é libertado depois de 13 anos de prisão

O dissidente cubano Francisco Chaviano González, considerado um dos prisioneiros de consciência mais antigos do mundo, saiu na sexta-feira em liberdade condicional, depois de cumprir treze dos quinze anos de prisão a que foi condenado.

Chaviano, de 54 anos, professor e presidente do Conselho dos Direitos Civis de Cuba, disse à EFE que tenciona permanecer em Cuba e retomar as suas actividades em defesa dos direitos civis.

Detido em 1994, foi acusado de revelar segredos de segurança nacional e falsificar documentos e condenado a 15 anos de prisão por um tribunal militar de Havana, em Abril de 1995, após um julgamento à porta fechada onde não foram chamadas testemunhas de defesa.

Chaviano foi posto em liberdade condicional depois de ter cumprido treze anos, três meses e três dias de prisão e terá de se apresentar na próxima semana a um juiz.

Na entrevista que concedeu à EFE na sua casa em Jaimanitas, a oeste de Havana, Chaviano reclamou inocência e disse que foi condenado porque se recusou a abandonar o país.

«Em 1991, chamaram-me e disseram: Tens de te ir embora de Cuba. Ou te vais embora ou damos-te 15 anos, vais sofrer um calvário, tu e a tua família», relatou.

«Se não me fui embora naquele momento, não me vou agora embora; para o bem ou para o mal, estou aqui», afirmou.

O dissidente explicou que sofre de um tumor pulmonar de crescimento acelerado, que lhe foi detectado em 2005, uma obstrução coronária e uma cardiopatia isquémica, que lhe foi diagnosticada no ano passado e que, segundo disse, é o que mais o preocupa.

A gravidade destas doenças «pode ter influenciado a libertação», disse Chaviano, lembrando que, segundo as leis cubanas, que permitem uma redução de pena de dois meses por cada ano, devia ter saído da cadeia em Maio passado.

Chaviano referiu-se à prisão de Combinado del Este - nos arredores de Havana -, onde cumpriu a sua condenação, como «um inferno» onde sofreu «tareias» dos funcionários em várias ocasiões, passou largas temporadas no isolamento e durante anos foram-lhe proibidas visitas de familiares seus.

Diário Digital / Lusa