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28 de outubro de 2007

Parcelamento fez consumo explodir

Carlos Santos/DN A comerciária Andriana Silva disse que conseguiu um melhor planejamento financeiro com os

O aquecimento provocado pela baixa renda é percebido principalmente no Nordeste, onde esse público é responsável por 52% do volume faturado pela indústria na região. Em estados como Bahia, Pernambuco e Ceará o número representa 60% ou mais. No Rio Grande do Norte é menos, 48% (veja infográfico com outros dados). O percentual engloba potiguares como a comerciária Adriana Silva, citada no início da matéria. Aos 35 anos de idade, casada e mãe de três filhos, ela enxerga nos cartões que possui a chance de comprar o que antes talvez não pudesse e que certamente pesaria bem mais no bolso se tivesse de pagar à vista. Ganha por mês R$ 600 numa loja que vende produtos alimentícios. O marido, cerca de R$ 650 trabalhando como segurança.

A comerciaria diz já ter comprado de tudo com os cartões, entre eles, pelo menos quatro de lojas e supermercados. As aquisições mais recentes foram uma estante e uma televisão 21 polegadas. No pacote também entram material escolar, outros eletrodomésticos, alimentação, roupas e sapatos. Mas o produto mais caro, foi um relógio de R$ 800, “dividido em 12 vezes sem juros e exatamente do jeito que o marido queria”. A taxa mais baixa ou inexistente encabeça a lista de vantagens que aponta para a forma de pagamento. Mas cita mais, entremeando a fala com sorrisos.

“Não preciso andar com dinheiro em espécie na bolsa, assim o risco de prejuízo com assalto, por exemplo, é menor. Também tenho a possibilidade de planejar melhor meus gastos no mês, comprando com a certeza de que não vou fugir do meu orçamento. Quem inventou o cartão devia ganhar um prêmio”. Ao analisar o perfil de consumo dos dois grupos - alta e baixa renda - a pesquisa divulgada pelo Itaú, parte de uma maior chamada “Indicadores do Mercado de Meios Eletrônicos de Pagamento”, elaborada mensalmente pela Itaucard, mostra que a participação da baixa renda nas compras em supermercados, padarias e farmácias chega a ser o dobro do apresentado pela alta renda.

Em compras parceladas, a diferença também é significativa, chegando a ser 4,5 vezes maior que as compras à vista, com tíquetes médios de R$ 182 e R$ 40, respectivamente. Na alta renda a diferença entre as compras parceladas e à vista é de 3,8 vezes, com tíquetes médios de R$ 339 e R$ 90, respectivamente.

O parcelamento ocorre, em geral, na aquisição de produtos como eletrônicos, materiais de construção e móveis, setores em que o público de baixa renda responde por 51% do faturamento, contra 22% de participação da população com renda superior à R$ 2.500. Para Adriana, quando a compra for acima de R$ 100 a saída geralmente é o cartão. “Isso se não tiver acréscimo. Faço de tudo para fugir dos juros”, acrescenta ainda.

Do Site:

http://diariodenatal.dnonline.com.br/site/materia.php?idsec=5&idmat=164387