Agencia Estado
Israel deve colocar fim às restrições para a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, ajudando a melhorar as "condições aberrantes" em que se encontram os habitantes da região, disse hoje Louise Arbour, comissária para direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU). Arbour declarou que o "grau de desespero" entre os palestinos se tornou evidente na manhã de hoje, quando dezenas de milhares de habitantes de Gaza invadiram o Egito depois que homens armados usaram minas terrestres para derrubar parte de uma barreira construída por Israel entre os dois territórios.
"A população de 1,4 milhão de pessoas em Gaza vive em condições aberrantes", disse a comissária em um encontro de emergência de 47 membros do Conselho de Direitos Humanos da ONU, convocado por Síria e Paquistão, e apoiado por outros 20 países. Israel impediu a circulação da maioria dos bens e pessoas entre a fronteiras de Gaza há uma semana, em resposta ao lançamento de foguetes em seu territórios por militantes palestinos.
O bloqueio foi levemente levantado ontem quando Israel transferiu combustível para que a única usina de Gaza voltasse a funcionar e também enviou gás de cozinha, comida e remédios. Países árabes e muçulmanos propuseram uma resolução condenando a ação militar israelense em Gaza e na Cisjordânia, pedindo o fim do bloqueio e ação internacional para proteger civis palestinos.
Autoridades chinesas, russas e européias pediram que os dois lados parem com a violência e esperam que as restrições à entrada humanitária sejam suspensas. Diplomatas americanos e israelenses não participaram da sessão de emergência do conselho - a quarta para discutir a situação de Israel desde que ele foi criado, há dois anos. A reunião foi adiada para amanhã, quando os membros do conselho devem votar a resolução proposta, condenando Israel. O conselho, que não tem poder de força, substitui a desacreditada e muito politizada Comissão de Direitos Humanos, mas sofre as mesmas críticas, inclusive de que gasta muito tempo criticando Israel. O Senado americano votou em setembro pelo corte de fundos ao conselho, acusando-o de tendencioso.
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