Emissora francesa afirma que equipe desembarcou nesta quinta; Cruz Vermelha diz estar pronta para operação
Efe
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Um porta-voz do Palácio do Eliseu se negou a comentar a notícia da chegada do avião à Colômbia, e reiterou que a operação seria mantida sob máximo sigilo. O avião Falcon 50, que saiu de uma base militar nos arredores de Paris na tarde de quarta-feira, fez escala na ilha francesa da Martinica durante a noite, antes de seguir viagem à Colômbia. Fontes próximas ao caso confirmaram à Agência Efe que, até o momento, as Farc não disseram se receberiam a missão
humanitária.
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse que Ingrid está em "perigo de morte iminente". A missão conta com o apoio de Espanha e Suíça, que formam com a França o grupo de países "facilitadores" que há vários anos tentam mediar a favor de uma troca humanitária entre os reféns políticos das Farc e guerrilheiros presos. As autoridades colombianas, que prometeram suspender as operações militares na zona onde operará a missão, informaram que receberam um pedido da França para aterrissar no aeroporto de San José del Guaviare, no sudeste da Colômbia.
A equipe inclui um médico e dois diplomatas, um dos quais é o ex-cônsul francês em Bogotá Noel Saez, que foi o emissário francês nos contatos com as Farc nos últimos anos. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) afirmou na quarta-feira que está pronto para participar da missão humanitária. De acordo com o CICV, os contatos com o governo francês são constantes, mas o grupo reitera que, até agora, a guerrilha não deu um sinal verde para a missão.
"Estamos em contato confidencial com as Farc, em todos os seus níveis hierárquicos, por vários canais. Até agora, porém, não temos nenhum pedido por parte da guerrilha para realizarmos uma missão humanitária para libertá-la", afirmou Yves Heller, porta-voz do CICV para a Colômbia, que garantiu que os contatos continuarão. Segundo Heller, o CICV está recebendo constantemente informações a respeito da missão humanitária que o presidente francês decidiu enviar à Colômbia para tentar libertar Ingrid. "Estamos preparados. Temos experiência nisso. Só este ano participamos da liberação de 14 reféns, além de outros 24 em 2007", afirmou.
O porta-voz da Cruz Vermelha disse que está "muito preocupado" com a situação da refém. De acordo com ele, o CICV está "profundamente incomodado" e considera a situação "extremamente grave". "Este ano, nós pedimos às Farc acesso aos reféns, mas não tivemos resposta", disse. Ele conta que há muito tempo o CICV não tem acesso aos reféns na Colômbia e diz que prefere não especular sobre o estado de saúde de Ingrid. "Nossa avaliação é de que toda a informação sobre Ingrid deve ser tratada com muita cautela. Não temos nada de concreto sobre seu estado de saúde."
(Com Jamil Chade, de O Estado de S. Paulo)
www.estadao.com.br/internacional/not_int150503,0.htm