O presidente eleito dos EUA, Barack Obama (D), discursa, acompanhado de seu vice, Joe Biden, em Chicago, Illinois |
WASHINGTON (AFP) — O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, reforça seu plano de reativação econômica para criar cerca de 3 milhões de empregos e defender a classe média, revelaram neste domingo membros de sua equipe de transição.
Em uma reunião de quatro horas realizada com seus conselheiros econômicos na semana passada, Obama revisou seu objetivo de criar 2,5 milhões de empregos, anunciado há um mês, para gerar três milhões de empregos, nos próximos dois anos, informou a imprensa americana hoje.
Diante do risco da economia americana perder cerca de 3,5 milhões de empregos em 2009, o que elevaria a taxa de desocupação de 6,7% a mais de 9%, Obama decidiu adotar medidas mais agressivas, revela o jornal Washington Post.
Obama, que assumirá no dia 20 de janeiro, planeja apresentar ao Congresso um gigantesco programa de reativação econômica, que deve somar cerca de 850 bilhões de dólares, podendo chegar a um trilhão de dólares, segundo alguns meios.
O estado da economia americana continua em franca deterioração, apesar do plano de socorro do sistema financeiro de 700 bilhões de dólares adotado pela administração de George W. Bush, em outubro passado.
O vice-presidente eleito, Joe Biden, advertiu hoje que a economia americana está em um estado muito pior do que se imaginava, e que será crucial elaborar um segundo plano de reativação para se evitar uma derrocada.
Biden destacou a necessidade de se lançar um segundo plano para evitar que a economia americana entre em "colapso, pura e simplesmente".
O futuro vice dos EUA destacou que a administração de Barack Obama tem como prioridade absoluta a criação de empregos e os investimentos em infra-estrutura, e que outros objetivos sobre política externa e interna dependerão completamente da recuperação econômica.
"O mais importante para a nova administração (...) é deter esta hemorragia e acabar com a redução de postos de trabalho".
Obama anunciou hoje a criação de um grupo de trabalho, dirigido por Biden, para ajudar as famílias de classe média afetadas pela crise econômica.
"Minha administração se dedicará totalmente ao futuro da classe média e às famílias que trabalham. Eles estarão no centro de nossa gestão diariamente na Casa Branca", prometeu o futuro presidente.
Obama prevê reunir responsáveis de alto nível para elaborar projetos com o objetivo de melhorar as condições de vida das famílias afetadas pelo aumento do desemprego, pela crise imobiliária e pela falta de crédito.
O grupo dirigido por Biden será integrado pelos secretários de Saúde, Educação e Trabalho; e iniciará suas atividades logo após a posse de Obama.
"O presidente eleito e eu sabemos que as condições econômicas das famílias dos trabalhadores têm se deteriorado e esperamos mudar esta situação", destacou Biden em um comunicado.
Segundo a equipe de Obama, o grupo de trabalho publicará um relatório anual sobre suas conclusões e recomendações na Internet.