BRASÍLIA - Paralela ao Fórum Social Mundial, que acontece em Belém (PA) entre os dias 27 de fevereiro e 1° de janeiro, a terceira edição do Fórum Social Mundial de Saúde deve garantir espaço privilegiado para as questões ligadas à saúde pública durante o maior encontro de movimentos sociais do mundo. Na pauta, o acesso à saúde por meio de sistemas públicos universais e até os impactos da crise financeira internacional sobre o setor.
O evento deve reunir representantes de 30 países entre os dias 25 e 27 de janeiro, segundo o diretor do Centro de Educação e Assentamento Popular e um dos coordenadores, Valdevir Both. “Defendemos que outro mundo é possível se todos tiverem o direito humano à saúde, acesso a um serviço, um sistema que consiga efetivamente garantir o direito para além de a pessoa ter ou não ter condições de pagar”, afirmou, em referência ao slogan “altermundista” do Fórum Social Mundial.
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, já confirmou participação na abertura da reunião e deve estar em outros debates ao longo da programação. O ministro deve apresentar a experiência brasileira do Sistema Único de Saúde (SUS) para entidades internacionais de saúde. Na avaliação de Both, apesar dos problemas, o sistema pode ser uma alternativa aos modelos privados de serviços de saúde.
“Os sistemas públicos são muito mais eficientes e conseguem atender muito melhor à população. Para garantir o direito a todos, ele precisa ser público. O sistema privado, embora tenha uma publicidade muita mais forte, só atende quem tem dinheiro”, comparou.
A quebra de patentes de medicamentos, que na avaliação de Both é fundamental para a “sustentabilidade” dos sistemas de saúde universais, também será uma das bandeiras dos cerca de 600 participantes esperados para o Fórum de Saúde.
“Só é possível ter um sistema público acessível a todos se nós enfrentarmos esse tema das patentes. Temos medicamentos que são caríssimos; o sistema público não pode depender de um processo de patenteamento. Já há casos de chás que a população usa há anos e hoje são patenteados; existe o risco de isso impedir acesso a conhecimentos populares milenares”, argumentou.
As atividades do Fórum Social Mundial de Saúde vão se concentrar no campus da Universidade Estadual do Pará (UEPA).
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