BRASÍLIA - O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, disse nesta terça-feira, em audiência pública na Câmara dos Deputados, que, até o último sábado, o País tinha 192 mortes confirmadas por "gripe suína" (rebatizada de gripe A H1N1 pela OMS). De acordo com ele, a doença já representa 77% do total dos casos de gripe no Brasil.
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Segundo dados das secretarias estaduais e municipais de saúde, o vírus da "gripe suína" já deixou mais de 200 mortes no País. Nesta segunda-feira, foram confirmados 25 óbitos.
Grávidas
Segundo o ministro, 30% das grávidas que morreram por causa da "gripe suína" tinham ao menos um fator de risco adicional, fosse alguma doença respiratória, imunodepressão ou uma cardiopatia.
"Desde o primeiro momento as grávidas estavam dentre os fatores de risco", disse. De acordo com ele, 14,5% das mortes no Brasil causadas pela doença foram de gestantes.
No caso de fatores adicionais de risco, além dos acima citados e gestantes, estão as crianças com menos de dois anos de idade. Dos infectados pela nova gripe, 43% têm algum fator adicional.
Temporão afirmou também que a taxa de mortalidade da "gripe suína" está abaixo da registrada nos Estados Unidos e no Chile. Quando levado em conta o número de óbitos para cada 100 mil habitantes, a taxa brasileira fica em 0,09%, contra 0,61% do Chile e 0,14% dos EUA. O México, onde surgiram os primeiros casos da doença, conta com uma taxa de mortalidade de 0,05%.
Letalidade
Temporão explicou que não se pode mais tratar a letalidade do vírus de maneira simples, comparando-a com o número de casos confirmados, uma vez que por orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS) não se faz mais a análise laboratorial em todos os casos suspeitos. “É um erro trabalhar a letalidade. Há várias semanas a OMS determinou que não faria mais sentido fazer análise laboratorial de todos os casos”, disse.
O ministro ainda apresentou a estatística de óbitos por Estados. Das 192 mortes confirmadas até sábado, São Paulo responde por 40% do total, Rio Grande do Sul por 23%, Paraná por 22%, Rio de Janeiro por 12,5% e Santa Catarina por 1,6%. Outros óbitos foram registrados em diferentes lugares do País.
Antigripais
Durante o debate, o ministro da Saúde também ressaltou que o País tem estoque suficiente de medicamentos para atender a todos os casos da doença, mas que o remédio não pode ser usado sem controle. "Quero reiterar que o ministério mantém a orientação de evitar o uso indiscriminado do antiviral", afirmou.
De acordo com Temporão, foram entregues aos Estados 392 mil tratamentos para a Influenza A (H1N1), além de 10,2 mil em forma de suspensão para o tratamento pediátrico e outros 112 mil para a diluição, também destinados à crianças. O País ainda deve receber até março do próximo ano nove milhões de tratamentos.
Sob controle
Temporão disse que o o Ministério da Saúde está tomando todas as medidas necessárias para o tratamento dos infectados pela nova gripe. Por isso, pediu que a população não entre em pânico. “O País não ganha nada se criando clima de pânico. Não há descontrole e dizer que a Influenza é um problema generalizado não expressa a realidade”.
Apesar disso, ele admitiu que 77% dos casos de gripe registrados no País são da A (H1N1).
Sobre o futuro da doença, o ministro disse que não é possível ter respostas e cenários claros. Ele espera, contudo, que o número de contaminações seja reduzido como fim do inverno no hemisfério Sul. Por outro lado, a estação vai ser iniciada na porção norte do globo, tornando o cenário da pandemia imprevisível.
País tem quase 200 mortes pela nova gripe
(*Com informações das agências Câmara e Brasil)