Máximo
3.7. Martírio de
Máximo, sob o império de Décio (249-251) Máximo era um cristão da Ásia Menor,
que nos é conhecido pelo documento do seu martírio. Ele denunciara-se
voluntariamente como cristão, com uma atitude que a Igreja não aprovava
totalmente, mas foi corajoso e superou a prova.
"O imperador Décio, querendo expulsar e abater a lei dos cristãos, emanou
alguns editos para o orbe todo, nos quais intimava que todos os cristãos
abandonassem o Deus vivo e verdadeiro e sacrificassem aos demônios; quem não
quisesse obedecer, devia submeter-se aos suplícios. Naquele tempo, Máximo,
homem santo e fiel ao Senhor, declarou-se espontaneamente cristão: ele era um
plebeu e exercia o comércio.
Preso, foi levado diante do procônsul Ótimo, na Ásia. O procônsul
perguntou-lhe: "Como te chamas?" Ele respondeu: "Chamo-me
Máximo". Perguntou o procônsul: "Qual é a tua condição?" Máximo
respondeu: "Nascido livre, mas servo de Cristo". Perguntou ainda o
procônsul: "Quais as atividades que exerces?" Respondeu Máximo:
"Sou plebeu e vivo do meu comércio". Disse o procônsul: "És
cristão?" Respondeu Máximo: " Embora pecador, sou cristão".
Disse o procônsul: "Não conheces os decretos dos invencíveis soberanos que
foram promulgados recentemente?" Respondeu Máximo: "Quais
decretos?" Explicou o procônsul: "Os que ordenam que todos os
cristãos, abandonando sua vã superstição, reconheçam o verdadeiro soberano ao
qual tudo é submetido, e adorem os seus deuses". Respondeu Máximo:
"Cheguei ao conhecimento do iníquo edito emanado pelo soberano deste mundo
e, justamente por isso, declarei-me publicamente cristão".
O procônsul intimou: "Sacrifica, então, aos deuses!" Máximo
replicou: "Eu não sacrifico a não ser ao único Deus, e glorio-me de ter
sacrificado a ele desde a infância". O procônsul insistiu:
"Sacrifica, para que sejas salvo. Se te recusares, eu te farei morrer em
meio a torturas de todos os gêneros".
Máximo respondeu: "É justamente o que sempre desejei: é por isso,
de fato, que me declarei cristão, para obter finalmente a vida eterna, logo que
for libertado desta mísera existência temporal".
O procônsul, então, fê-lo bater com varas e, enquanto era vergastado,
dizia-lhe: "Sacrifica, Máximo, para libertar-te destes tormentos horrorosos".
Máximo respondeu: "Não são tormentos, mas unções que me são infligidas por
amor de nosso senhor Jesus Cristo. Se afastar-me dos preceitos do meu Senhor,
nos quais fui instruído por meio do seu evangelho, então sim, estarão
esperando-me os verdadeiros e perpétuos tormentos da eternidade".
O procônsul fê-lo colocar, então, no cavalete e, enquanto era torturado,
dizia-lhe insistentemente: "Arrepende-te da tua loucura, miserável, e
sacrifica, para salvar a tua vida!" Máximo respondeu: "Só se não
sacrificar, salvarei a minha vida; mas se sacrificar, seguramente a perderei.
Nem as varas, nem os ganchos, nem o fogo me produzirão dor, porque vive em mim
a graça de Deus, que me salvará eternamente com as orações de todos os santos
que, lutando neste gênero de combate, superaram a vossa loucura e nos deixaram
nobres exemplos de valor".
Depois destas palavras, o procônsul pronunciou a sentença contra ele,
dizendo: "A divina clemência ordenou que, para incutir terror nos demais
cristãos, seja lapidado o homem que não quiser dar o próprio assentimento às
sagradas leis, que lhe impõem sacrificar à grande deusa Diana".
O atleta de Cristo foi arrastado para fora, então, pelos ministros do
diabo, enquanto dava graça a Deus Pai por Jesus Cristo seu Filho, que o tinha
julgado digno de superar o demônio na luta.
Levado para fora das muralhas, esmagado pelas pedras, exalou o espírito.
O servo de Deus Máximo padeceu o martírio na província da Ásia dois dias antes
dos idos de maio, durante o império de Décio e o governo do procônsul Ótimo,
reinando nosso Senhor Jesus Cristo, ao qual é dada glória nos séculos dos
séculos. Amém".
Organizado e publicado por:
Domingos Teixeira Costa