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19 de jan. de 2007
APÓCRIFOS & RELIGIÃO
Pesquisa
SECULO II
(após 95 DC), os líderes da igreja, começaram a ser chamados de "Pais da Igreja"(Os Pais Apostólicos).
Os Pais Apostólicos tinham o objetivo de Exortar e edificar a Igreja. são caracterizados pelo fortalecimento dos crentes na edificação da fé.
Os que que mai se destacaram foram :
Clemente de Roma (no Ocidente), e Inácio, Irineu, Policarpo, justino, Barnabé, Papias e Hermas (no Oriente)
Policarpo
Nascido em uma família cristã por volta dos anos 70, na Ásia Menor (hoje Turquia), Policarpo dizia ser discípulo do Apóstolo João. Em sua juventude costumava se sentar aos pés do Apóstolo do amor. Também teve a oportunidade de conhecer Irineu, o mais importante erudito cristão do final do segundo século. Inácio de Antioquia, em seu trajeto para o martírio romano em 116, escreveu cartas para Policarpo e para a Igreja de Esmirna.
Nos dias do Papa Aniceto, Policarpo visitou Roma, a fim de representar as igrejas da Ásia Menor que observavam a Páscoa no dia 14 do mês de Nisan. Apesar de não chegar a um acordo com o papa sobre este assunto, ambos mantiveram uma amizade. Ainda estando em Roma, Policarpo conheceu alguns hereges da seita dos Valencianos, e encontrou-se com Márcio, o qual Policarpo denominava de “primogênito de Satanás”.
A Carta de Policarpo
Apesar de escrever várias cartas, a única preservada até a data, foi a endereçada aos Filipenses no ano 110. Nesta carta, Policarpo enfatiza a fé em Cristo, e o desenvolvimento da mesma através do trabalho para Cristo na vida diária. Também faz alusão à carta do Apóstolo Paulo aos Filipenses e usa citações diretas e indiretas do Velho e Novo Testamento, atestando-os como canônicos. Na mesma carta, ele repete muitas informações recebidas dos apóstolos, especialmente de João. Por isto, ele é uma testemunha valiosa da vida e da obra da Igreja primitiva no segundo século.
Policarpo exorta os Filipenses a uma vida virtuosa, às boas obras e à firmeza, mesmo ao preço de morte, se necessária, uma vez que tinham sido salvos pela fé em Cristo. As 60 citações do Novo Testamento, das quais 34 são dos escritos de Paulo, evidenciam seu profundo conhecimento da Epístola do Apóstolo aos Filipenses e outras do mesmo Testamento. Ao contrário de Inácio, Policarpo não estava interessado em administração eclesiástica, mas antes em fortalecer a vida diária prática dos cristãos.
O Martírio de Policarpo
O martírio de Policarpo é descrito um ano depois de sua morte, em uma carta enviada pela Igreja de Esmirna à Igreja de Filomélio. Este registro é o mais antigo martirológio cristão existente. Diz a história que o procônsul romano, Antonino Pius, e as autoridades civis tentaram persuadí-lo a abandonar sua fé em sua avançada idade, a fim de alcançar sua liberdade. Ele entretanto, respondeu com autoridade: “Eu tenho servido Cristo por 86 anos e ele nunca me fez nada de mal. Como posso blasfemar contra meu Rei que me salvou? Eu sou um crente”!
No ano 156, em Esmirna, Policarpo é colocado na fogueira. Milagrosamente as chamas não o queimaram. Seus inimigos, então, o apunhalaram até a morte e depois queimaram o seu corpo numa estaca. Depois de tudo terminado, seus discípulos tomaram o restante de seus ossos e o colocaram em uma sepultura apropriada. Segundo a história, os judeus estavam tão ávidos pela morte de Policarpo quanto os pagãos, por causa de sua defesa contra as heresias.
Irineu
Bispo de Lyon e Polemista Anti-Gnóstico - Diferentemente dos Apologistas do segundo século que procuraram fazer uma explanação e uma justificação racional do Cristianismo para as autoridades, os Polemistas empenharam-se por responder ao desafio dos falsos ensinos dos heréticos, condenando veemente esses ensinos e seus mestres. Apesar da maioria dos Apologistas viverem no Oriente, os grandes Polemistas vieram do Ocidente, sendo Irineu um dos primeiros.
Enquanto os do Oriente usavam uma teologia especulativa dando mais atenção aos problemas metafísicos, os do Ocidente preocupavam-se mais com os desvios administrativos da Igreja, empenhando-se em formular uma resposta para os problemas desta esfera.
Os apologistas convertidos do paganismo, preocupavam-se com a ameaça à segurança da Igreja, especialmente com a perseguição. Os polemistas que tinham uma formação cultural cristã, preocupavam-se com a heresia e suas ameaças no seio da Igreja.
Seu Crescimento e Influência
Nascido em Esmirna, na Ásia Menor (Turquia), no ano 130, em uma família cristã, Irineu era grego e foi influenciado pela pregação de Policarpo, bispo de Esmirna. Anos depois, Irineu mudou-se para Gália (atual sul da França), para a cidade de Lyon, onde foi um presbítero em substituição do bispo que havia sido martirizado em 177.
Irineu também recebeu influência de Justino. Ele foi uma ponte entre a teologia grega e a latina, a qual iniciou com um de seus conteporâneos, Tertuliano. Enquanto Justino era primariamente um apologista, Irineu contribuiu na refutação contra heresias e exposição do Cristianismo Apostólico. Sua obra maior se desenvolveu no campo da literatura polêmica contra o gnosticismo.
Os Ensinos Heréticos do Gnosticismo
O gnosticismo, a maior das ameaças filosóficas, chegou ao máximo de sua influência ao redor do ano 150. Suas raízes estão fincadas nos tempos do Novo Testamento. Paulo parece ter enfrentado uma forma incipiente de gnosticismo em sua carta aos Colossenses. A tradição cristã associou a origem do gnosticismo com Simão, o mago, a quem Pedro teve que repreender duramente (At 8.9-24).
Irineu tornou-se o mais expoente escritor e defensor das Escrituras contra as Heresias Gnósticas na sua era. A palavra gnosticismo é um termo moderno que cobre uma variedade de seitas do segundo século que propagavam alguns erros em comum. O Gnosticismo era radicalmente diferente e contrário ao Cristianismo Ortodóxo. Cada grupo tinha seus próprios escritos. Alguns desses ensinamentos falsos eram:
Crença em um Deus supremo o qual era totalmente remoto deste mundo.
Crença que o Deus supremo não tinha parte na criação, mas que este trabalho imperfeito foi realizado por uma deidade inferior à ele, identificando como o Deus do Velho Testamento.
Crença que a matéria era má, por isso o Deus supremo sendo espiritual e bom, não poderia criá-la.
Crença que entre o reino das trevas e o Deus supremo, existe uma hierarquia de seres divinos.Crença que o nosso corpo, sendo físico, é parte deste mundo, ele é mal; nossa alma é uma faísca divina que está presa ao corpo, ela é divina.
Crença que a salvação é o escape da alma deste corpo para o reino celestial.
Crença que para alcançar o Deus supremo é necessário que a alma ultrapasse o reino acima de nós, o qual é controlado pelas estrelas e pelos planetas.
Crença que a salvação vinha pelo conhecimento; gnosis (conhecimento).
A Grande Defesa do Teólogo Irineu
Em sua primeira obra, Adversus Haereses (Contra Heresias) escrita entre os anos 182 e 188, em Lyon, ele descreve a teologia da fé cristã em refutação aos ensinos heréticos gnósticos de Valentino e Marcion através das Escrituras. De muitos argumentos feitos por Irineu, três importantes podem ser ressaltadas:
A diferença do sistema gnóstico. Ele descreve a natureza burlesca de muitas de suas crenças.
Os ensinamentos que os gnósticos diziam ter recebido secretamente dos apóstolos, Irineu os desafiava argumentando que se os apóstolos tivessem um ensinamento especial a declarar, eles o teriam confiado às suas próprias igrejas, as quais fundaram. Ele mostrava como as igrejas estabelecidas pelos apóstolos, e seus dirigentes, os quais eram apontados pelos mesmos e seus sucessores, cresciam em todo o império, e permaneciam até a data, ensinando a mesma doutrina.
Defesa do Novo Testamento como canônico, em vista que o gnosticismo não cria nele, e possuía outras escrituras. No tempo de Irineu, o Novo Testamento era aceito cerca de como temos agora: os Evangelhos, Atos, Cartas de Paulo e outras epístolas. A carta aos Hebreus, Apocalipse e algumas epístolas compuseram o Novo Testamento alguns anos na frente.
A sua obra é composta de cinco volumes é são assim caracterizadas:
Livro I: Esboço histórico da seita gnóstica, apresentada em conjunto com uma declaração da fé cristã. Este volume é a melhor fonte de informação sobre os ensinos dos gnósticos. Era uma polêmica filosófica contra Valentino, o líder da corrente romana do gnosticismo.
Livro II: Crítica filosófica sobre o Gnosticismo. Nele, Irineu insiste na unidade de Deus em oposição a idéia herética da existência de um demiurgo distinto de Deus.
Livro III: Crítica bíblica sobre o Gnosticismo. Ele mostra como o Gnosticismo é rejeitado pela Bíblia e pela tradição mais significativa. Neste livro, Irineu dá ênfase à unidade da Igreja através da sucessão apostólica de líderes desde Cristo e de uma regra de fé.
Livro IV: Respostas ao Gnosticismo através das palavras de Cristo. Neste, Marcion, outro líder gnóstico, é condenado pela citação das palavras de Cristo que se opõem às suas propostas.
Livro V: Vindicação da ressurreição contra os argumentos gnósticos, os quais, segundo as idéias deles, reunia o corpo material mau com o espírito.
A Contribuição de Irineu à Igreja
Foi necessário a habilidade intelectual, a força espiritual deste polemista e o desenvolvimento de uma regra de fé e um cânon da Bíblia pela Igreja para superar a ameaça desse movimento ao Cristianismo. Irineu através da sua defesa do Evangelho, foi o primeiro a declarar os quatro Evangelhos como canônicos, ensinar acerca do reino milenial de Cristo na terra, defender o episcopado (pastorado) e as tradições teológicas da verdadeira Igreja Ortodóxa. Ele também é chamado de “Pai dos Dógmas da Igreja”, por formular os princípios da teologia cristã e exposição do credo da Igreja.
Não só Irineu, mas Polemistas como Tertuliano e Hipólito engajaram-se na controvérsia literária para refutar idéias gnósticas. Estes ensinos heréticos reapareceram, parcialmente, em doutrinas dos Paulicianos do século VII, dos Bogomilos dos séculos XI e XII, e dos Albingenses posteriores, no sul da França.
Irineu em comparação com outros pais da igreja grega que lhe prescederam, era mais bíblico que filosófico. Ele foi o primeiro a escrever em sentido teológico para a Igreja. Segundo a história, ele foi martirizado em Lyon por volta do ano 200.
Justino
Flávio Justino Mártir nasceu em Siquém na Palestina em princípios do segundo século, e morreu mártir no ano 170. Depois de Ter peregrinado pelas mais diversas escolas filosóficas - peripatética, estóica, pitagórica - em busca da verdade para a solução do problema da vida, abandonando o platonismo, último estádio da sua peregrinação filosófica, entrou no cristianismo, onde encontrou a paz. Ufana-se ele de ser filósofo e cristão; leigo embora, Justino dedicou sua vida à difusão e ao ensino do cristianismo. Imitando os filósofos, abriu em Roma uma escola para o ensino da doutrina cristã. Suas obras são duas Apologias - contra os pagãos - e um Diálogo com o judeu Trifão - contra os hebreus. Escreveu suas obras nos meados do segundo século.
Justino procura a unidade, a conciliação entre paganismo e cristianismo, entre filosofia e revelação. E julga achá-la, primeiro, na crença de que os filósofos clássicos - especialmente Platão - dependem de Moisés e dos profetas, depois da doutrina famosa dos germes do Verbo, encarnado pessoalmente em Cristo, mas difundidos mais ou menos em todos os filósofos antigos.....
Os Apóstolos
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Simão Pedro, Petrus ( pedra de arremesso )
Chamava-se Simão, era filho de Jonas e Maria, como irmão mais novo tinha André. Nascido em Betsaida, Cafarnaum. Pescava um dia às margens do rio Jordão quando Jesus o chamou. Daí por diante passou a seguir o Mestre . Chegou a negar a Jesus, a quem amava , possuía uma fé intensa, mas às vezes se mostrava fraco e incrédulo. Presenciou a transfiguração, mas não apareceu no Calvário. Fortalecido pelo Espírito Santo no dia de Pentecostes, se pois a pregar o Evangelho aos judeus e gentios. Presidiu a eleição de Matias, escolhido para suceder a Judas, bem como o Concílio de Jerusalém, depois do qual se dispersaram os Apóstolos, a fim de, seguindo a determinação do Mestre, irem pregar o Evangelho a toda criatura, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Levado perante o Sanedrim (Supremo Conselho dos Judeus), afirmou sua fé em Cristo. Foi preso por ordem do rei Agripa I, encaminhado à Roma durante o reinado de Nero, onde fundou e presidiu à comunidade cristã, vindo a ser crucificado de cabeça para baixo, como mártir em 67 d.C.
As tradições petrinianas foram registradas por Marcos o Evangelista, em Roma, que também pode ter produzido um evangelho secreto que trouxe à Alexandria, destinado ao ensinamento esotérico. A pregação de Pedro é a base do Evangelho Canônico de Marcos, que representa a maior influência na produção de outros evangelhos sinópticos, os de Mateus e Lucas. Alguma autenticidade fundamenta o fragmentado Evangelho de Pedro e possivelmente a Primeira Epístola de Pedro. Há numerosas lendas sobre o seu confronto romano com Simão Megas ("O Grande", mudado por um polêmico trocadilho, para Magus, "O Mago"). As tradições petrinianas estão intimamente ligadas aos ensinamentos Paulíneos nas últimas Epístolas Pastorais do Novo Testamento. Pedro fundou as linhas apostólicas de Antioquia e Síria (as mais antigas sucessões do Cristianismo, precedendo as de Roma em vários anos) que sobrevivem em várias ortodoxias Sírias. Não é necessário dizer que fundou também a Sucessão Romana, e pode ter estabelecido outras em suas andanças.
André
Filho de Jonas e irmão de Pedro, também um pescador. Antes de conhecer o Mestre, era discípulo de João Batista. Após a dispersão dos Apóstolos, evangelizou na Ásia Menor, na Capadócia e possivelmente na Rússia, onde é venerado. Dizem que pereceu em uma cruz em formato de X, mais tarde conhecida como Cruz de Santo André.
De acordo com os "Atos de André e Bartolomeu" (os dois Apóstolos estão tradicionalmente ligados e devem ter viajado muito juntos), eles pregaram em Epiro, Trácia, Galácia, Bitnia, Cítia, Danúbio e Acaía, países do Oriente Médio ou Europa Oriental. Outra tradição indica atividades na Grécia com Felipe. É certo que André tenha pregado também em Èfeso e Ásia Menor onde por revelação convenceu João a escrever o documento no qual os Quatro Evangelhos estão baseados. André fundou sucessões apostólicas em todas estas áreas. Seus ensinamentos e doutrina eram similares aos de João, Bartolomeu e Tomé. Foi ousado e um disseminador do Evangelho do Amor.
Simão Zelot
Natural da Galiléia, tinha o sobrenome Cananeu (Zelot). Da mesma forma que Felipe, Simão parece ter ido primeiro ao Egito. Como a tradição sinóptica diz que Jesus enviou seus discípulos aos pares, talvez eles tenham realmente viajado juntos. Simão, no entanto, parece ter voltado através da África do Norte, Espanha e Bretanha (segundo uma determinada tradição). Ele deve ter voltado por terra à Ásia Menor e de lá se juntado à outros Apóstolos orientais na Pérsia. Deste ponto pode ter viajado com Judas pela Mesopotâmia e Síria, encontrando o martírio na Pérsia.
É difícil validar as tradições sobre os Apóstolos na Europa Ocidental e na Bretanha. Depois da era de Constantino, cada igreja local quis estabelecer sua própria validade proclamando um Apóstolo como seu padroeiro, sendo que as relíquias destes Apóstolos estão espalhadas e reverenciadas desde o Atlântico até à Índia. O apóstolo Paulo manifestou sua intenção de ir à Espanha em uma das Epistolas canônicas e não podemos duvidar que a Europa Ocidental tenha sido visitada pelos Apóstolos, pois houveram sinagogas judaicas na Espanha. A Bretanha contudo, provavelmente tenha sido evangelizada pela segunda ou terceira geração de sucessores dos Apóstolos (Igreja Celta).
Com Felipe e Marcos, discípulos de Pedro, Simão provavelmente ajudou a estabelecer os ensinamentos de Jesus no Egito. Sua pregação era bem parecida com a dos outros quatro Apóstolos que foram para o Oriente, ascética e judaica, como aquelas preservadas na Epistola canônica de Judas.
João , Boanerges
Era irmão de Tiago o Maior, filho de Zebedeu e Salomé, seu sobrenome Boanerges. Era pescador, natural de Jerusalém, e discípulo de João Batista antes de o ser de Jesus. Foi companheiro inseparável de Pedro. Nos primeiros tempos da Igreja, coube-lhe impor as mãos aos recém convertidos em Samaria. Evangelizou os Samaritanos.
Esteve em Jerusalém no ano 37 e depois por ocasião do Concílio dos Apóstolos, que se realizou em Antioquia. Diz a tradição que morreu quase centenário, possivelmente em Éfeso, de morte natural. Exilado em Patmos, durante a perseguição de Domiciano (93-98), ali compôs o Apocalipse (Revelação), onde narra as suas visões e descreve mistérios, predizendo as tribulações da Igreja e o seu triunfo final. Além do seu Evangelho (o 4º) e do Apocalipse (que é o derradeiro livro da Bíblia), escreveu três Epístolas.
Jesus, ao morrer, confiou-lhe a mãe, da qual cuidou até morrer, durante o reinado de Trajano. O quarto Evangelho difere dos demais, chamados sinóticos, porque relatam os mesmos fatos com algumas variantes. João começa dissertando sobre a origem divina de Jesus, a quem cognomina "Logos", "o Verbo", "a Palavra" de Deus. Jesus é idêntico a Deus. É Ele a manifestação personificada de Deus, o filho de Deus feito homem. Por isso existiu desde toda eternidade, e finalmente, tomando a natureza humana, se fez carne, e habitou entre nós.
Os ensinamentos de João são preservados no seu Evangelho e nas três epístolas, embora possam ter sido escritas por um discípulo. O Apocalipse é realmente atribuído ao próprio João, mas foi claramente escrito por uma diferente pessoa ou escola daquela do Evangelho e das Epístolas. De acordo com Clemente de Alexandria, João ordenou bispos em Éfesos e outras províncias da Ásia Menor. Ireneus afirma que os Bispos Polycarpo e Papias foram seus discípulos. Os primeiros fragmentos dos escritos Joanitas foram encontrados em papiros no Egito datando de princípios do segundo século, e muitas escolas acreditam que ele tenha visitado estas áreas.
Bartolomeu (Natanael)
Conhecido também como Natanael, natural de Caná da Galiléia. Bartolomeu teria sido apresentado à Jesus por Felipe, que talvez fosse seu irmão. Assim como Tomé, era um viajante e a tradição o localiza em áreas como Índia, Armênia, Irã, Síria e por algum tempo na Grécia, com Felipe (Phrygia). As sucessões da Armênia podem derivar dele e de vários outros Apóstolos. A tradição diz que Bartolomeu trazia consigo o perdido Evangelho Herético de Matias (ou Mateus) escrito em hebraico. As poucas anotações que restaram da era sub-apostólica e patrística indicam que este evangelho judeu era bastante diferente dos evangelhos gregos gentis (Mateus, Marcos, Lucas e João), assim como eram os tão chamados evangelhos judaico-cristãos heréticos dos Nazarenos, Ebionitas e Hebreus, dos quais só restaram fragmentos.
Diferentemente dos evangelhos gentis, estas tradições consideravam o Espírito Santo como a Mãe de Cristo e não adoravam Jesus como uma divindade, mas como um irmão mais velho e líder da comunidade dos santos de Deus (cf. Lewis Keizer: "Nova Luz sobre os ensinamentos de Jesus: Um guia para idiomas aramáicos, pesquisas recentes e a mensagem original de Jesus Cristo"). Muitas tradições de Bartolomeu são preservadas em obras como "O Evangelho de Bartolomeu", "Pregação de São Bartolomeu no Oásis" e a "Pregação de André e Bartolomeu".
Mateus (Levi)
O primeiro dos quatro evangelistas, Mateus, que tinha o apelido de Levi, natural de Cafarnaum, era coletor de impostos. Por causa desta profissão ele era bastante antipático aos judeus, os quais o zombavam de sujo e falso. Chamado por Jesus, de forma serena, Mateus o acompanhou em suas peregrinações, presenciou seus milagres e ouviu seus ensinamentos, que mais tarde compendiou em seu Evangelho, primitivamente redigido em aramaico. Este evangelho não existe mais, mas pode ter sido a base do evangelho grego, mais tarde associado a seu nome. Destinou-se aos judeu-cristãos, objetivando demonstrar-lhes que era Jesus o Messias prometido de Israel. Diz a tradição que ele, após a morte de Jesus, pregou na Palestina e em seguida na Etiópia, onde ressuscitou a filha do rei. Esteve também na Arábia e na Pérsia, veio a morrer martirizado na Etiópia.
Seus escritos não devem ser confundidos com as Traduções e outras obras associadas ao Apóstolo Matias, embora seu evangelho hebraico tenha sido chamado de Evangelho de Matias - uma questão confusa para o leitor de língua Portuguesa. Alguns estudiosos acreditam que os fragmentos existentes do "Evangelho Segundo os Hebreus", seja uma versão do evangelho hebraico ou aramaico original de Mateus.
O Bispo Papias, discípulo do Apóstolo João, que viveu no final do primeiro século, é citado por Eusebius afirmando que Mateus compôs em aramaico os "Oráculos do Senhor", então traduzidos para o grego "por cada homem que fosse capaz". Este é um importante testemunho, já que Papias passou grande parte de seu ministério coletando as primeiras memórias orais dos Apóstolos e seus discípulos. Clemente de Alexandria diz que ele não morreu violentamente, mas o Talmud afirma que ele foi condenado a morte pelo Sanhedrin judaico. Apesar da confusão entre as tradições de Mateus e Matias, parece que foi realmente Mateus quem se associou a André, sendo que existe um apócrifo intitulado "Atos de André e Mateus".
Judas (Tadeu)
Descendente da linhagem real de Davi, irmão de Tiago o Menor, e primo de Jesus. Natural da Galiléia. A tradição diz ter evangelizado na Mesopotâmia, Palestina, Síria e a Arábia. É localizado na Armênia nos anos de 43 a 66, onde se juntou a quatro outros Apóstolos do Oriente. Há três Judas no Novo Testamento e de acordo com alguns estudiosos, o escritor da "Epistola de Judas", que se denominava "irmão do Senhor" é uma outra pessoa. Isto é questionável porque não está claro se a designação "irmão" era familiar ou fraternal (como Tomé o Justo considerava).
Esta é uma base muito pobre para se descobrir a verdade histórica. Fica claro que o Apóstolo Judas era ativo principalmente na Armênia, Síria e Norte da Pérsia, sendo o primeiro a manifestar apoio ao rei estrangeiro (Algar de Edessa). Judas aparentemente viajou acompanhado de Simão o Zelot, quinto Apóstolo a ir ao Oriente, onde foi martirizado.
Tomé
Chamado de Dídimo, natural da Galiléia. Tomé foi um, dos mais influentes e produtivos dentre os vários discípulos que foram para o Oriente, incluindo Bartolomeu, André, Simão e Judas. Os ensinamentos destes homens ficaram perdidos para as Igrejas do Ocidente, mas continuam atuais para as tradições ortodoxas e orientais. Ao contrário de Pedro e Felipe, estes Apóstolos não eram casados. O ascetismo (prática da ascese), era um importante ponto de contato espiritual entre eles e seus ouvintes orientais, que já idealizavam o ascetismo como uma medida de maestria divina, devido a nativa ideologia religiosa do Brahmanismo e do Zoroastrianismo. Como seus ensinamentos foram "lembrados" e registrados, o ascetismo foi enfatizado e se tornou o ponto central. Por esta razão, a Igreja Ocidental minimizou a importância do Apóstolo que, como Jesus, não se casou, ao ponto de categorizar sua tradições como "heréticas".
Mas muitas lendas e tradições destes grandes santos foram preservadas em evangelhos apócrifos e romances dos três primeiros séculos, o que permite a recuperação de seus ensinamentos. Tomé, em particular, foi muito estimado e há evidências de que tenha viajado não só à Pérsia, mas até mesmo à Índia, provavelmente acompanhado por Bartolomeu e Judas, trazendo talvez um Evangelho Hebraico original de Matias à Índia. Tomé era uma pessoa profundamente mística, assim como João e Felipe. Ao separar, mais tarde, a doutrina gnóstica do Evangelho de Tomé e examinando cuidadosamente outras tradições como os "Atos de Tomé" e "Tomé o Ascético", comparando-as ao misticismo de Paulo, João e Felipe, é possível reconstituir um esboço de seus ensinamentos. Estes, claro, apontam de volta aos ensinamentos originais de Jesus. Tomé criou linhas apostólicas de sucessão em todos os lugares por onde passou no Oriente, indo de sinagoga em sinagoga. Isto inclui Síria, Armênia, toda a região da Caldéia (Pérsia), e Índia. Os Cristãos de Tomé de Malabar ainda sobrevivem.
Tiago (Maior)
Nasceu em Jerusalém. Filho de Alfeu, sempre se espelhou em sua Mãe. Buscando o primeiro lugar, ser vencedor, tinha como irmão João o discípulo do amor. Seu sobrenome Boanerges, lhe concedeu que foi chamado "Guanerjes", que significa filho do trovão, de garra e de guerra. Foi o primeiro bispo de Jerusalém, cuja igreja dirigiu entre 42 e 62 d.C. Como "irmão" de Jesus, era respeitado na congregação Judáico-Cristã. Foi o primeiro entre tantos feridos pela espada do Rei Herodes, Tiago foi decapitado.
Os primeiros cristãos o chamavam "O Justo", devido à sua grande piedade. Pertencem a ele as tradições Judáico-Cristã preservadas no Evangelho dos Ebionitas, Evangelho dos Hebreus, Elevações de Tiago, na última Epístola Canônica de Tiago e possivelmente em outras obras associadas a seu nome como o "Protevangelium", embora haja dúvidas sobre isso. A epístola (carta dos Apóstolos às comunidades cristãs primitivas), de Tiago apresenta autênticos ensinamentos preservados na tradição apostólica oral. Tiago deu origem à sucessão apostólica Judáico-Cristã de Jerusalém, que contribuiu para a sucessão Síria, Jacobita, Armênia e Georgiana. A Liturgia de São Tiago, que se assemelha àquela do Bispo Cyril de Jerusalém (ano 386), parece ser um desenvolvimento de 5 séculos através das tradições apostólicas de Jerusalém e é ainda usada por certos ramos da ortodoxia.
Felipe
Natural de Betsaida, perdeu o pai exatamente na ocasião em que conheceu o Mestre, não deve ser confundido com Felipe o Servo (Diácono). Felipe viajou ao Egito, Etiópia (África) e ao Norte, rumo à Grécia onde viveu em Hierápolis com suas quatro filhas, que eram profetizas. Duas delas permaneceram virgens e muito conhecidas por suas previsões. Felipe, que era um judeu helenístico, era antes de mais nada um evangelista para as sinagogas judaicas de língua grega da Phrygia e dos arredores da Grécia e Macedônia.
O Evangelho de Felipe preserva um belo misticismo baseado na santidade do casamento. As igrejas de Felipe desenvolviam sete sacramentos cuja mais alta iniciação era o Mistério da Câmara Nupcial, na qual a imagem ou Yetzer de Deus, que habitava no coração do discípulo, era reunido ao Anjo ou alma ressuscitada. Mais uma vez o misticismo de Felipe está intimamente relacionado ao de Paulo, João e Tomé, mas em seu caso (e no de João) não há ênfase na abstinência sexual ou abstenção do casamento. Felipe evangelizou grande parte da Ásia Menor e da Galatia. Acredita-se que foi por causa da migração da Galatia para Gaul (França), que a tradição surgiu em Gaul. Felipe ordenou vários bispos entre os Gregos, embora a história destas episcopacias seja obscura. O apócrifo "Atos de Felipe", valoriza a virgindade, mas não contradiz os pontos essenciais do Evangelho. Na Antigüidade, virgindade e casamento podiam ser paradigmas do hieros gamos ou casamento sagrado.
Tiago (Menor)
Tendo como irmão Mateus (o coletor de impostos), e sendo filho de Alfeu, se diferenciava violentamente em sua ideologia política, antes de se tornar discípulo de Jesus. Mateus era um funcionário romano, enquanto Tiago se tornava um zelot revolucionário como Simão. Ele tinha um outro irmão, José e uma irmã Salomé, que aparece em algumas tradições Cristãs apócrifas.
O Apóstolo Judas também havia sido um zelot galileu antes de se tornar discípulo de Jesus. Tiago, aparentemente, permaneceu na Galiléia onde nasceu, na maior parte de seu ministério, viajando, certa vez, à Armênia. No princípio havia grande confusão entre Tiago o Justo, e Tiago o Menor e as relíquias do primeiro foram trazidas à Armênia para comemorar a visita apostólica de um Tiago chamado "irmão" de Jesus. Contudo, como em toda tradição apostólica, qualquer Apóstolo que chegava e ensinava em algum lugar era honrado em sua sucessão como o "maior" discípulo de Jesus. João era o discípulo "bem-amado"; Tomé, o "Mestre Maior"; Tiago, "o Justo", "por causa dele o céu e a terra vieram a existir" e Pedro "aquele para quem foram entregues as chaves do céu". A tradição de cada Apóstolo o proclamou como o maior. Isto se complicou ainda mais pela probabilidade de cada um deles se dizer "irmão" do Mestre Jesus, como um parceiro fraternal no serviço de Deus. Assim, parece mais plausível, que aquele que visitou a Armênia tenha sido Tiago o menor, pois sabemos que Tiago o justo, permaneceu em Jerusalém encontrando o martírio nas mãos do corpo religioso do Templo.
Judas (Iscariotes)
Nasceu em Queriote, seu sobrenome Iscariotes, suicidou-se do feito (Judas a Cristo traiu)
"Ora, chegada a manhã, todos os principais sacerdotes e os anciãos do povo entraram em conselho contra Jesus, para o matarem, e, maniatando-o, levaram-no e o entregaram a Pilatos, o governador.
Então Judas, aquele que o traíra, vendo que Jesus fora condenado, devolveu, compungido, as trinta moedas de prata aos anciãos, dizendo: Pequei, traindo o sangue inocente. Responderam eles: Que nos importa? Seja isto lá contigo.
E tendo ele atirado para dentro do santuário as moedas de prata, retirou-se, e foi enforcar-se.
Os principais sacerdotes, pois, tomaram as moedas de prata, e disseram: Não é lícito metê-las no cofre das ofertas, porque é preço de sangue.
E, tendo deliberado em conselho, compraram com elas o campo do oleiro, para servir de cemitério para os estrangeiros.
Por isso tem sido chamado aquele campo, até o dia de hoje, Campo de Sangue.
Cumpriu-se, então, o que foi dito pelo profeta Jeremias: Tomaram as trinta moedas de prata, preço do que foi avaliado, a quem certos filhos de Israel avaliaram, e deram-nas pelo campo do oleiro, assim como me ordenou o Senhor." - conf: S.Mateus 27:1-10
Alma & Espírito
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O Termo alma representa o hebraico nephesh, que em muitas outras passagens se traduz por “vida” ou criatura.
Usa-se esse vocábulo a respeito dum ser vivo (Gn 17. 14; Nm 9.13, etc.); e dos animais, como criaturas (Gn 2.19, 9.15, etc.); e da alma como substancia distinta do corpo (Gn 35.18); da vida animal (Gn 2.7; note-se a aparente identificação com o sangue, Lv 17.14; e Dt 12.23); da alma como sede dos afetos, sensações e paixões, sendo suscetivel de angústia (Gn 42.21), de aflição (Lv 16.29), de desanimo (Nm 21.5), de desejo (Dt 14.26), de aborrecimento (SI 107. 18); e sendo, também, capaz de comunicação com Deus. çomo vinda Dele (Ez 18.4). desejando-O (SI 42.1, Is 26.9), regozijando-se Nele (SI 35.9; Is 61.10), confiando Nele (Sl 57.1), adorando-O (SI 86.4, 104.1), mas pecando contra Deus e fazendo mal a si própria (Jr 44.7; Ez 18.4; Mq 6.7). No N.T. é o termo “alma’ a tradução do grego “psyché”, que, como nephesh, é muitas vezes traduzido por “vida”. Usa-se acerca do homem individual (At 2.41; Rm 13.1: 1 Pe 3.20); da vida animal sensitiva, com as suas paixões e desejos, distinguindo-se do Corpo (Mt 10.28). e do espírito (Lc 1.46; 1 Ts 5.23; Hb 4.12). A alma é suscetível de perder-se (Mt 16.26); de ser salva (Hb 10.39; Tg 1.21); e de existir depois da separação do corpo (Mt 10.28; Ap 6.9; 20.4).
2- ESPÍRITO
A palavra “espírito” no A.T. é, com duas exceções, uma tradução do termo hebraico ruach, que também tem a sua significação literal de “vento” (Gn 8.1, etc.), sendo em muitas passagens traduzido por “sopro”, com aplicação ao ar respirado (Jó 17.1; Is 2.22) e à frase “fôlego de vida” (Gn 6.17; 7.15; cp com Sl 104.29, e Ez 37.8). Deste modo é naturalmente empregada a palavra acerca do principio vital, o principio da vida animal (anirna, psyché), quer se trate de homens ou de animais (“fôlego”, Ec 3.19); de homens (Gn 45.27; Nm 16.22; Jó 10.12; SI 104.29; Ec 12.7; Is 38.16; 57.16). Noutras passagens refere-se ao principio espiritual ou à alma racional (anomus, pneuma). Neste sentido é o espírito a sede das sensações e das emoções; ele é altivo (Pv 16.18), atribulado (1Sm 1,15), humilde (Pv 16.19); tornam-se nele subjetivas as graças divinas (Sl 51.10; Ez 11,19; 36.26). No N.T., o espírito (pneuma ), como faculdade divinamente concedida, pela qual o homem pode pôr-se em comunhão com Deus, distingue-se do aos próprio caráter natural (psyché); veja-se especialmente 1Co 2.10 a 16. A Bíblia claramente faz supor a existência do espírito, separado do corpo depois ela morte (Lc 24.37, 39; Hb 12.23 ).
Dicionário Bíblico Universal
Livros Apócrifos ou Não Canônicos
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1. A palavra Apócrifo , do grego apokrypha, escondido, nome usado pelos escritores eclesiásticos para determinar, 1) Assuntos secretos, ou misteriosos; 2) de origem ignorada, falsa ou espúria; 3) documentos não canônicos.
2. Os livros apócrifos do A.T. Estes não faziam parte do Cânon hebraico, mas todos eram mais ou menos aceitos pelos judeus de Alexandria que liam o grego, e pelos de outros lugares; e alguns são citados no Talmude. Esses livros, a exceção de 2 Esdras, Eclesiástico, Judite, Tobias, e 1 dos Macabeus, foram primeiramente escritos em grego, mas o seu conteúdo varia em diferentes coleções.
Eis os livros apócrifos pela sua ordem usual:
I (ou III) de Esdras: é simplesmente a forma grega de Ezra, e o livro narra o declínio e a queda do reino de Judá desde o reinado de Josias até à destruição de Jerusalém; o cativeiro de Babilônia, a volta dos exilado, e a parte que Esdras tomou na reorganização da política judaica. Em certos respeitos, amplia a narração bíblica, porém estas adições são de autoridade duvidosa. O historiador Josefo é o continuador de Esdras. Ignora-se o tempo em que foi escrito e quem foi o meu autor.
II (ou IV) de Esdras: Este livro tem estilo inteiramente diferente de 1º de Esdras. Não é propriamente uma história, mas sim um tratado religioso, muito no estilo dos profetas hebreus. O assunto central, compreendido nos caps. 3-14, tem como objetivo registrar as sete revelações de Esdras em Babilônia, algumas das quais tomaram a forma de visões: a mulher que chorava, 9.38, até 10.56; a águia e o leão, 11.1 até 12.39; o homem que se ergueu do mar, 13.1-56. O autor destes capítulos é desconhecido, mas evidentemente era judeu pelo afeto que mostra a seu povo. (A palavra Jesus, que se encontra no cap. 7.28, não está nas versões orientais.) A visão da águia, que é expressamente baseada na profecia de Daniel (2º Esdras 12.11), parece referir ao Império Romano, e a data de 88 A.D. até 117 A.D. é geralmente aceita. Data posterior ao ano 200 contraria as citações do v. 35 cap. 5 em grego por Clemente de Alexandria com o Prefácio: “Assim diz o profeta Esdras.” Os primeiros dois e os últimos dois capítulos de 2º Esdras, 1 e 2, 15 e 16 são aumentos; não se encontram nas versões orientais, nem na maior parte dos manuscritos latinos. Pertencem a uma data posterior à tradução dos Setenta que já estava em circulação, porquanto os profetas menores já aparecem na ordem em que foram postos na versão grega, 2º Esdras, 1.39, 40. Os dois primeiros capítulos contêm abundantes reminiscências do Novo Testamento e justificam a rejeição de Israel e sua substituição pelos Gentios, 2º Esdras, 1.24,25,35-40; 2.10,11,34), e, portanto, foram escritos por um cristão, e, sem dúvida, por um judeu cristão.
Tobias: Este livro contém a narração da vida de certo Tobias de Neftali, homem piedoso, que tinha um filho de igual nome, O pai havia perdido a vista. O filho, tendo de ir a Rages na Média, para cobrar uma dívida, foi levado por um anjo a Ecbatana, onde fez um casamento romântico com uma viúva que, tendo-se casado sete vezes, ainda se conservava virgem. Os sete maridos haviam sido mortos por Asmodeu, o mau espírito nos dias de seu casamento. Tobias, porém, foi animado pelo anjo a tornar-se o oitavo marido da virgem-viúva, escapando à morte, com a queima de fígado de peixe, cuja fumaça afugentou o mau espírito. Voltando, curou a cegueira de seu pai esfregando-lhe os escurecidos olhos com o fel do peixe que já se tinha mostrado tão prodigioso. O livro de Tobias é manifestamente um conto moral e não uma história real. A data mais provável de sua publicação é 350 ou 250 a 200 A.C.
Judite: E a narrativa, com pretensões a história, do modo por que uma viúva judia, de temperamento masculino, se recomendou às boas graças de Holofernes, comandante-chefe do exército assírio, que sitiava Betúlia. Aproveitando-se de sua intimidade na tenda de Holofernes, tomou da espada e cortou-lhe a cabeça enquanto ele dormia. A narrativa está cheia de incorreções, de anacronismos e de absurdos geográficos. É mesmo para se duvidar que exista alguma cousa de verdade; talvez que o seu autor se tenha inspirado nas histórias de Jael e de Sisera, Jz 4.17-22. A primeira referência a este livro, encontra-se em uma epístola de Clemente de Roma, no fim do primeiro século. Porém o livro de Judite data de 175 a 100 A. C., isto é, 400 ou 600 anos depois dos fatos que pretende narrar. Dizer que naquele tempo Nabucodonosor reinava em Nínive em vez de Babilônia não parecia ser grande erro, se não fosse cometido por um contemporâneo do grande rei.
Ester: Acréscimo de capítulos que não se acham nem no hebreu, nem no caldaíco. O livro canônico de Ester termina com o décimo capítulo. A produção apócrifa acrescenta dez versículos a este capitulo e mais seis capítulos, 11-16. Na tradução dos Setenta, esta matéria suplementar é distribuída em sete porções pelo texto e não interrompe a história. Amplifica partes da narrativa da Escritura, sem fornecer novo fato de valor, e em alguns lugares contradiz a história como se contém no texto hebreu. A opinião geral é que o livro foi obra de um judeu egípcio que a escreveu no tempo de Ptolomeu. Filometer, 181-145 A.C.
Sabedoria de Salomão: Este livro é um tratado de Ética recomendando a sabedoria e a retidão, e condenando a Iniqüidade e a idolatria. As passagens salientam o pecado e a loucura da adoração das imagens, lembram as passagens que sobre o mesmo assunto se encontram nos Salmos e em Isaías (compare: Sabedoria 13.11-19, com Salmos 95; 135.15-18 e Isaias 40.19-25; 44.9-20). É digno de nota que o autor deste livro, referindo-se a incidentes históricos para ilustrar a sua doutrina, limita-se aos fatos recordados no Pentateuco. Ele escreve em nome de Salomão; diz que foi escolhido por Deus para rei do seu povo, e foi por ele dirigido a construir um templo e um altar, sendo o templo feito conforme o modelo do tabernáculo. Era homem genial e piedoso, caracterizando-se pela sua crença na imortalidade. Viveu entre 150 e 50 ou 120 e 80, A.C. Nunca foi formalmente citado, nem mesmo a ele se referem os escritores do Novo Testamento, porém, tanto a linguagem, como as correntes de pensamento do seu livro , encontram paralelos no Novo Testamento (Sab. 5.18-20; Ef 6.14-17; Sab. 7.26, com Hb 1.2-6 e Sab. 14.13-31 com Rm 1.19-32).
Eclesiástico: também denominado Sabedoria de Jesus, filho de Siraque. É obra comparativamente grande, contendo 51 capítulos. No capítulo primeiro, 1-21, louva-se grandemente o sumo sacerdote Simão, filho de Onias, provavelmente o mesmo Simão que viveu entre 370 - 300, A.C. O livro deveria ter sido escrito entre 290 ou 280 A.C., em língua hebraica. O seu autor, Jesus, filho de Siraque de Jerusalém, Eclus 1.27, era avô, ou, tomando a palavra em sentido mais lato, antecessor remoto do tradutor. A tradução foi feita no Egito no ano 38, quando Evergeto era rei. Há dois reis com este nome, Ptolonmeu III, entre 247 a 222 A.C., e Ptolomeu Fiscom, 169 a 165 e 146 a 117 A.C. O grande assunto da obra e a sabedoria. É valioso tratado de Ética. Há lugares que fazem lembrar os livros de Provérbios, Eclesiastes e porções do livro de Jó, das escrituras canônicas, e do livro apócrifo, Sabedoria de Salomão. Nas citações deste livro, usa-se a abreviatura Eclus, para não confundir com Ec abreviatura de Eclesiastes.
Baruque: Baruque era amigo do Jeremias. Os primeiros cinco capítulos do seu livro pertencem à sua autoria, enquanto que o sexto é intitulado “Epístola de Jeremias.” Depois da introdução, descrevendo a origem da obra, Baruque 1.1,14, abre-se o livro com três divisões, a saber:
1) Confissão dos pecado. de Israel e orações, pedindo perdão a Deus, Baruque 1.15, até 3.8. Esta parte revela ter sido escrita em hebraico, como bem o indica a introdução, cap. 1:14. Foi escrita 300 anos A.C.
2) Exortação a Israel para voltar à fonte da Sabedoria, 3.9 até 4.4.
3) Animação e promessa de livramento, 4.5 até 5.9. Estas duas seções parece que foram escritas em grego, pela sua semelhança com a linguagem dos Setenta. Há dúvidas, quanto à semelhança entre o cap. 5 e o Salmo de Salomão, 9. Esta semelhança dá a entender que o cap. 5 foi baseado no salmo, e portanto, escrito depois do ano 70, A.D., ou então, que ambos os escritos são moldados pela versão dos Setenta. A epístola de Jeremias exorta ou judeus no exílio a evitarem a idolatria de Babilônia. Foi escrita 100 anos A.C.
Adição à História de Daniel:
O cântico dos três mancebos (jovens): Esta produção foi destinada a ser Intercalada no livro canônico de Daniel, entre caps. 3.23,24. É desconhecido o seu autor e ignorada a data de sua composição. Compare os versículo, 35-68 com o Salmo 148.
A história de Suzana: É também um acréscimo ao livro de Daniel, em que o seu autor mostra como o profeta, habilmente descobriu uma falsa acusação contra Suzana, mulher piedosa e casta. Ignora-se a data em que foi escrita e o nome de seu autor.
Bel e o dragão: Outra história introduzida no livro canônico de Daniel. O profeta mostra o modo por que os sacerdotes de Bel e suas famílias comiam as viandas oferecidas ao ídolo; e mata o dragão. Por este motivo, o profeta é lançado pela segunda vez na caverna dos leões. Ignora-se a data em que foi escrita e o nome do autor.
Oração de Manassés, rei de Judá quando esteve cativo em Babilônia. Compare, 2º Cr 33.12,13. Autor desconhecido. Data provável, 100 anos A. C.
Primeiro Livro dos Macabeus: E um tratado histórico de grande valor, em que se relatam 05 acontecimentos políticos e os atos de heroísmo da família levítica dos Macabeus durante a guerra da lndependência judaica, dois séculos A.C. O autor é desconhecido, mas evidentemente é judeu da Palestina. Há duas opiniões quanto à data em que foi escrito; uma dá 120 a 106 A.C., outra, com melhores fundamentos, entre 105 e 64 A.C. Foi traduzido do hebraico para o grego.
Segundo Livro dos Macabeus: É inquestionavelmente um epítome da grande obra de Jasom de Cirene; trata principalmente da história Judaica desde o reinado de Seleuco IV, até à morte de Nicanor, 175 e 161 A.C. É obra menos importante que o primeiro livro. O assunto é tratado com bastante fantasia em prejuízo de seu crédito, todavia, contém grande soma de verdade. O livro foi escrito depois do ano 125 A.C. e antes a tomada de Jerusalém, no ano 70 A.D.
Terceiro Livro dos Macabeus: Refere-se a acontecimentos anteriores à guerra da independência. O ponto central do livro e pretensão de Ptolomeu Filopater IV, que em 217 A.C. tentou penetrar nos Santo dos Santos, e a subseqüente perseguição contra os judeus de Alexandria. Foi escrito pouco antes, ou pouco depois da era cristã, data de 39, ou 40 A.D.
Quarto Livro dos Macabeus: É um tratado de moral advogando o império da vontade sobre as paixões e ilustrando a doutrina com exemplos tirados da história dos macabeus. Foi escrito depois do 2º Macabeus e antes da destruição de Jerusalém.
É, talvez, do 1º século d.C. Ainda que os livros apócrifos estejam compreendidos na versão dos Setenta, nenhuma citação certa se faz deles no Novo Testamento. É verdade que os Pais muitas vezes os citaram isoladamente, como se fossem Escritura Sagrada, mas, na argumentação, eles distinguiam os apócrifos dos livros canônicos. S. Jerônimo, em particular, no fim do 4º século, fez entre estes livros uma claríssima distinção. Para defender-se de ter limitado a sua tradução latina aos livros do Cânon hebraico, ele disse: “Qualquer livro além destes deve ser contado entre os apócrifos. Sto. Agostinho, porém (354-430 à.C.), que não sabia hebraico, juntava os apócrifos com os canônicos como para os diferençar dos livros heréticos. Infelizmente, prevaleceram as idéias deste escritor, e ficaram os livros apócrifos na edição oficial (a Vulgata) da Igreja de Roma. O Concilio de Trento, 1546, aceitou “todos os livros... com igual sentimento e reverência”, e anatematizou os que não os consideravam de igual modo. A Igreja Anglicana, pelo tempo da Reforma, nos seus trinta e nove artigos (1563 e 1571), seguiu precisamente a maneira de ver de S. Jerônimo, não julgando os apócrifos como livros das Santas Escrituras, mas aconselhando a sua leitura “para exemplo de vida e instrução de costumes”.
3. Livros Pseudo-epígrafos. Nenhum artigo sobre os livros apócrifos pode omitir estes inteiramente, porque de ano para ano está sendo mais compreendida a sua importância. Chamam-se Pseudo-epígrafos, porque se apresentam como escritos pelos santos do Antigo Testamento. Eles são amplamente apocalípticos; e representam esperanças e expectativas que não produziram boa influência no primitivo Cristianismo. Entre eles podem mencionar-se:
Livro de Enoque (etiópico), que é citado em Judas 14. Atribuem-se várias datas, pelos últimos dois séculos antes da era cristã.
Os Segredos de Enoque (eslavo), livro escrito por um judeu helenista, ortodoxo, na primeira metade do primeiro século d.C.
O Livro dos Jubileus (dos israelitas), ou o Pequeno Gênesis, tratando de particularidades do Gênesis duma forma imaginária e legendária, escrito por um fariseu entre os anos de 135 e 105 a.C.
Os Testamentos dos Doze Patriarcas: é este livro um alto modelo de ensino moral. Pensa-se que o original hebraico foi composto nos anos 109 a 107 a.C., e a tradução grega, em que a obra chegou até nós, foi feita antes de 50 d.C.
Os Oráculos Sibilinos, Livros III-V, descrições poéticas das condições passadas e futuras dos judeus; a parte mais antiga é colocada cerca do ano 140 a.C., sendo a porção mais moderna do ano 80 da nossa era, pouco mais ou menos.
Os Salmos de Salomão, entre 70 e 40 a.C.
As Odes de Salomão, cerca do ano 100 da nossa era, são, provavelmente, escritos cristãos.
O Apocalipse Siríaco de Baruque (2º Baruque), 60 a 100 a.C.
O Apocalipse grego de Baruque (3º Baruque), do 2º século, a.C.
A Assunção de Moisés, 7 a 30 d.C.
A Ascensão de Isaias, do primeiro ou do segundo século d.C.
4. Os Livros Apócrifos do N.T. Sob este nome são algumas vezes reunidos vários escritos cristãos de primitiva data, que pretendem dar novas informações acerca de Jesus Cristo e Seus Apóstolos, ou novas instruções sobre a natureza do Cristianismo em nome dos primeiros cristãos. Entre os Evangelhos Apócrifos podem mencionar-se:
O Evangelho segundo os Hebreus (há fragmentos do segundo século);
O Evangelho segundo S. Tiaqo, tratando do nascimento de Maria e de Jesus (segundo século);
Os Atos de Pilatos.(Segundo século).
Os Atos de Paulo e Tecla (segundo século).
Os Atos de Pedro (terceiro século).
Epístola de Barnabé (fim do primeiro século).
Apocalipses, o de Pedro (segundo século).
Ainda que casualmente algum livro não canônico se ache apenso a manuscritos do N.T., esse fato é, contudo, tão raro que podemos dizer que, na realidade, nunca se tratou seriamente de incluir qualquer deles no Cânon.
Dicionário Bíblico Universal
EUA esperam retomar negociações de seis lados 'em breve'
19/01/2007 08:35:22 - Agência EFE
O secretário de Estado adjunto dos Estados Unidos, Christopher Hill, disse nesta sexta-feira que espera retomar "muito em breve", antes de 18 de fevereiro, as negociações de seis lados sobre o programa nuclear norte-coreano.
Segundo a agência sul-coreana "Yonhap", Hill, encarregado da negociação com a Coréia do Norte, deu as declarações ao chegar a Seul, numa visita para tentar retomar o diálogo. Nos próximos dias, ele vai também a Tóquio e Pequim
Hill chegou de Berlim, onde durante três dias se reuniu com o vice-ministro de Relações Exteriores da Coréia do Norte, Kim Kye-gwan. Os dois discutiram as formas de restabeler as negociações.
O Governo da Coréia do Norte disse que chegou a um "certo acordo" no encontro, o que Christopher Hill negou.
Segundo o negociador americano, a reunião de Berlim foi "muito útil", mas não chegou a nenhum acordo.
Além disso, o negociador do Governo americano disse que espera que as negociações multilaterais possam ser retomadas "muito em breve", antes de 18 de fevereiro, quando começa o Ano Novo na China e nas duas Coréias.
A última rodada da reunião, em dezembro, em Pequim, não deu resultados. Sequer foi marcada uma data para a próxima reunião multilateral entre as duas Coréias, China, Japão, Estados Unidos e Rússia.
Costa
Tempestades castigam a Europa
19 de Janeiro de 2007
Na Grã-Bretanha, ventos derrubaram árvores e postes
Uma tempestade castigou a Holanda e a Alemanha depois de passar pela Grã-Bretanha, França e outros países europeus.
Pelo menos 27 pessoas morreram, em conseqüencia de acidentes provocados pelos fortes ventos, que derrubaram árvores, telhados, muros e postes.
Nove pessoas foram mortas na Grã-Bretanha, onde fortes chuvas e ventos de até 159 km/h atingiram várias partes do país.
Veja as imagens
Na Alemanha, furacões mataram pelo menos sete pessoas. A tempestade causou mortes também na França, Polônia, República Checa e Holanda.
Caos
As péssimas condições do tempo causaram caos em sistemas de transporte.
O maior aeroporto da Europa, o de Heathrow, a oeste de Londres, registrou centenas de cancelamentos de vôos. Outros importantes aeroportos, como os de Frankfurt, Viena, Munique e Amsterdã também tiveram cancelamentos.
O transporte por balsas também foi prejudicado. Travessias foram canceladas na Grã-Bretanha, Irlanda, Bélgica, Holanda e na Finlândia – onde pequenas inundações ocorreram perto da capital, Helsinki.
Meteorologistas londrinos disseram que as ventanias que atravessaram a Grã-Bretanha foram as piores registradas no país desde janeiro de 1990.
Na Alemanha, especialistas disseram que a tempestade foi a pior nos últimos cinco anos, com ventos chegando a 190 km/h.
O tráfego aéreo foi afetado, com vários vôos sendo cancelados em aeroportos alemães. A estação central de trem de Berlim foi evacuada depois que o vento arrancou uma parte da estrutura de aço do local.
Dezenas de milhares de trabalhadores de equipes de resgate estão de prontidão para atender chamadas de emergência.
Em Riel, na Holanda, um garoto de 11 anos foi morto quando foi atirado pelo vento contra um carro.
A maioria das fatalidades na Europa ocorreu em decorrência de acidentes de tráfego ou de acidentes causados por objetos levados pelo vento.
Costa
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