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3 de set. de 2007

Pesquisa afirma que mulheres correm mais risco de morrer após infarto

Viena - As mulheres correm um risco maior que os homens de morrer após sofrerem um infarto e deveriam buscar ajuda imediatamente assim que surgirem os primeiros sintomas de problemas cardíacos, alertou hoje em Viena a cardiologista espanhola Mónica Masotti. "As mulheres deveriam buscar a ajuda de um médico especializado mais rapidamente quando tiverem problemas do coração ou caso se sintam mal", disse a especialista do Instituto do Tórax do Hospital das Clínicas de Barcelona.

A médica participou do Congresso de Cardiologistas Europeus, que termina dia 5 e conta com a presença de 25 mil especialistas. Masotti destacou que as mulheres se diferenciam dos homens que consultam um cardiologista por uma série de fatores: em média, são mais velhas e sofrem com mais freqüência de diabetes e insuficiência cardíaca, apesar de fumarem menos. No entanto, segundo a médica, a freqüência de problemas cardíacos nos homens é maior que nas mulheres.

Além disso, a cardiologista afirmou que, após uma cirurgia com um cateter para desobstruir artérias fechadas por um infarto, as pacientes do sexo feminino têm taxa de mortalidade maior que os do sexo masculino.

O percentual de morte entre mulheres foi de 18%, enquanto o de homens ficou em apenas 8%, comprovou um estudo. Para a cardiologista, o fenômeno pode ser explicado pela idade avançada e pelo pior estado de saúde verificado com freqüência nelas.

Com base em estudos realizados na Irlanda e na Itália, o especialista austríaco Kurt Huber pediu no congresso que sejam intensificadas as medidas para obter a proibição total do fumo em locais públicos.

A pesquisa irlandesa confirmou que o número de infartos cardíacos diminuiu consideravelmente no primeiro ano após ser proibido fumar nestes espaços.

"Os cigarros têm que desaparecer dos recintos públicos, inclusive dos restaurantes", disse Huber.

O fumante passivo corre o mesmo risco que o ativo, afirmou o especialista. Os argumentos dele foram corroborados por uma pesquisa realizada na Itália, onde já foi possível verificar um retrocesso das internações por infarto agudo nos primeiros cinco meses depois de entrar em vigor a proibição de fumar em locais públicos.

Segundo o cardiologista italiano Francesco Barone-Adesi, esta evolução positiva se deve à diminuição do consumo de tabaco por parte dos fumantes passivos.

O congresso, cujo tema geral é a insuficiência cardíaca, formulou uma série de recomendações para melhorar a saúde do coração, como parar de fumar, fazer atividades físicas por no mínimo 30 minutos cinco vezes por semana, evitar ficar acima do peso e reduzir o estresse e o colesterol.

O especialista francês Nicolas Amabile, do hospital C.H.U. Nord, de Marselha, afirmou que há uma relação entre as doenças coronárias e a saúde bucal. Ele constatou que os pacientes que sofrem de gengivites costumam ter os vasos cardíacos mais obstruídos. EFE chw db/pa

Líder das Farc amigo de Beira-Mar é morto na Colômbia

Agencia Estado

O Exército colombiano anunciou hoje a morte de Tomás Molina Caracas, comandante da Frente 16 das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), em bombardeios no leste do país. Mais 16 guerrilheiros teriam morrido no ataque. Molina, também conhecido como "Negro Acácio", era considerado uma peça-chave nas operações de narcotráfico atribuídas às Farc e mantinha relações com o traficante brasileiro Fernandinho Beira-Mar. Ele foi o primeiro líder guerrilheiro a ter a extradição requisitada pelos Estados Unidos por acusações de tráfico de drogas.

"Este golpe é, sem dúvida, o mais forte aplicado à capacidade logística desse grupo terrorista. Molina é considerado um dos mais sanguinários e astutos líderes", disse o ministro da Defesa da Colômbia, Juan Manuel Santos. Segundo o ministro, Negro Acácio era um "intocável" dentro da organização rebelde. Santos disse ainda que Negro Acácio foi "um dos artífices da transformação e do fortalecimento das Farc na década passada, quando o grupo ampliou sua capacidade bélica, de insumos químicos e de recrutamento por intermédio do narcotráfico".

Entretanto, o ministro admitiu que possui apenas informes dos serviços secretos para validar suas afirmações, uma vez que o cadáver de Molina Caracas teria sido levado por seus companheiros para não deixar rastros de sua morte. Segundo as autoridades colombianas, a atuação de Molina Caracas era essencial para o financiamento das Farc, uma vez que seria ele o responsável pelo recebimento dos recursos provenientes do narcotráfico e pelas trocas de drogas por armas.

Em 2001, Negro Acácio conseguiu escapar da "operação Gato Preto", lançada para detê-lo e na qual Fernandinho Beira-Mar acabou preso. Acredita-se que, na época, Molina Caracas se reunia freqüentemente com Beira-Mar nas selvas colombianas de Vichada, perto das tríplice fronteira com o Brasil e a Venezuela, para conduzir trocas de cocaína por fuzis e munição.

2 de set. de 2007

General britânico critica estratégia pós-guerra no Iraque

Tim Cross sugeriu ao governo americano que a reconstrução do país fosse internacionalizada

EFE

LONDRES - Um segundo general britânico criticou a estratégia pós-guerra dos Estados Unidos no Iraque, tachando-a de "mortalmente defeituosa", o que aumenta a tensão entre os dois aliados sobre essa questão.

O general Tim Cross, principal responsável britânico implicado no Iraque do pós-guerra, assegura em ao dominical britânico "Sunday Mirror" que antes da invasão, em março de 2003, transmitiu ao então secretário de Defesa dos EUA Donald Rumsfeld sua preocupação com "a necessidade de internacionalizar a reconstrução" do país e "trabalhar estreitamente com a ONU".

Cross explica que também manifestou a Rumsfeld sua inquietação pelo número de tropas disponível para manter a segurança e ajudar na reconstrução, mas o secretário de Defesa dos EUA "não queria escutar essa mensagem".

"Os Estados Unidos tinham convencido a si mesmo que o Iraque emergiria de uma forma razoavelmente rápida como uma democracia estável", acrescenta Cross, que insiste em que Rumsfeld "ignorou" e "rejeitou" seus comentários.

Suas críticas se somam às do chefe do Estado-Maior Conjunto britânico durante a invasão do Iraque, o general Mike Jackson, que qualificou a estratégia de pós-guerra dos EUA no país árabe de "intelectualmente insolvente".

Em uma autobiografia intitulada "Soldado", que será publicada em fascículos a partir da próxima segunda-feira, 3, pelo jornal britânico "The Daily Telegraph", Jackson acusa Rumsfeld de ser "um dos principais responsáveis da atual situação no Iraque".

Cross, que foi adjunto do general americano na reserva Jay Garner no governo de transição no Iraque, respaldou as críticas de seu colega, da mesma forma que o líder liberal-democrata britânico, Menzies Campbell, e o ex-ministro conservador de Defesa Malcolm Rifkind.

No entanto, o governo britânico minimizou a importância das declarações do chefe do Estado-Maior Conjunto britânico durante a invasão do Iraque.

Estas críticas podem aumentar as tensões entre os comandantes militares britânicos e americanos sobre o enfoque que deve ser seguido no país árabe.

Vários militares americanos criticaram ultimamente a diminuição da presença militar do aliado britânico na região de Basra (sul do Iraque) por ver nela um fator crescente de instabilidade.

O dominical "The Sunday Times" revela neste domingo, 2, que o Reino Unido prepara a entrega do controle de Basra ao Exército iraquiano, o que poderia acontecer no próximo mês e permitiria a retirada da maioria dos 5.500 soldados britânicos desdobrados no Iraque. Segundo a publicação, que cita fontes do Governo de Londres, a data de outubro possibilitaria ao primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, fazer o anúncio quando forem retomadas as sessões parlamentares após o período de recesso.

A decisão pode renovar as críticas dos Estados Unidos de que os britânicos estão se preparando para sair correndo do Iraque, aponta o "Sunday Times".

Sul-coreanos libertados no Afeganistão chegam a Seul

Taleban diz que recebeu 20 milhões de dólares para libertar reféns; governo sul-coreano nega pagamento

Efe

SEUL - Os 19 sul-coreanos que foram libertados pelos talebans entre quarta e quinta-feira chegaram neste domingo, 2. Eles ficaram seis semanas sob poder do Taleban.

O grupo chegou ao aeroporto internacional de Incheon, em Seul, em um vôo das companhias aéreas da Coréia do Sul e participou de uma rápida entrevista coletiva.

"Sinto muito por ter preocupado o povo sul-coreano e o governo. Temos uma grande dívida com a pátria e o povo sul-coreano", disse Yoo Kyong-shik, de 55 anos.

Em um pronunciamento, Yoo agradeceu ao governo pelos esforços para a libertação dos reféns.

Logo após a entrevista coletiva, o grupo foi enviado a um hospital particular nos arredores de Seul, onde se encontrarão com familiares.

Os 19 sul-coreanos faziam parte de um grupo de 23 missionários cristãos seqüestrados no dia 19 de julho quando viajavam em um ônibus pela estrada entre Cabul e Kandahar.

Dois reféns homens foram executados depois de alguns dias, quando o governo afegão se negou a cumprir a exigência do grupo insurgente de libertar presos talebans.

No dia 11 de agosto, duas mulheres doentes foram libertadas após as primeiras negociações diretas entre representantes de Seul e os talebans.

Seul assegurou que as condições da libertação dos 19 seqüestrados foram a retirada este ano de seus 200 militares desdobrados no Afeganistão e a suspensão das atividades missionárias no país.

Segundo a Reuters, a Coréia do Sul pagou ao Taleban mais de 20 milhões de dólares para liberar 19 missionários que eram mantidos reféns. A informação é de um importante líder insurgente, que disse ainda que o dinheiro será usado para comprar armas e organizar ataques suicidas.

O governo de Seul negou o pagamento do resgate, mas críticos disseram que o estabelecimento de negociações com o Taleban marcam um perigoso precedente que pode provocar mais seqüestros.

1 de set. de 2007

Brasil tem seu maior desafio

Seleção precisa vencer a Argentina hoje para garantir vaga em Pequim

Valéria Zukeran

Só o peso da camisa, a força da rivalidade e o talento individual dos jogadores podem salvar o Brasil, hoje, na partida contra a Argentina, pela semifinal do Torneio Pré-Olímpico de Basquete. O vencedor do confronto, que começa às 17 horas (de Brasília), em Las Vegas, estará na final da competição e, mais importante, classificado para a Olimpíada de Pequim. Desde 1996, em Atlanta, o Brasil não disputa uma edição dos Jogos.

A grande chance é hoje. Se fracassar, terá uma última oportunidade no Pré-Olímpico Mundial, em 2008. Mas as dificuldades serão muito maiores e as possibilidades, bem menores.

A situação do Brasil para o duelo desta tarde, no entanto, é delicada. Fora de quadra, o ambiente não é dos melhores. Há uma clara divisão entre jogadores e comissão técnica. O principal pontuador da seleção, o ala-armador Leandrinho, tem feito grandes apresentações, mas anda visivelmente abatido. Adotou o isolamento e o silêncio. Nos últimos quatro jogos, saiu do Thomas & Mack Center sem falar com ninguém. A equipe vem oscilando entre boas e más apresentações e, por causa disso, os conflitos internos são acentuados. Para piorar, o ala Marquinhos sofreu contusão no dedo mínimo da mão direita e teve de ser cortado.

Na Argentina, ao contrário, tudo tranqüilo. Apesar de não contar com vários jogadores importantes, como Manu Ginobili, Andres Nocioni e Fabricio Oberto, a equipe mostrou consistência na maior parte do Pré-Olímpico - exceção apenas do jogo contra o Panamá, que foi decidido na prorrogação. O grupo, liderado por Luis Scola, chegou às semifinais com apenas uma derrota, previsível, para os Estados Unidos, que hoje encaram Porto Rico, às 20 horas, de Brasília, na outra semifinal.

Brasil e Argentina já se enfrentaram no Pré-Olímpico em um jogo bem disputado, no qual os brasileiros lideraram o placar durante três quartos do tempo regulamentar, mas cederam o empate nos segundos finais para os rivais. Na prorrogação, deu Argentina. Mas o contexto do confronto era diferente. Os argentinos já estavam classificados, enquanto o Brasil ainda lutava para garantir sua presença na atual fase da competição. Agora os dois times precisam do resultado.

Para muitos, como o ala-armador Marcelinho Machado, esta é a partida mais importante da carreira. "Provavelmente não terei idade para ir a uma outra Olimpíada que não a de Pequim. Estou na seleção há dez anos e gostaria de encerrar minha passagem pelo time com uma campanha nos Jogos no currículo", ressalta. "É um sonho que eu tenho, é a última chance. Tenho muita fé de que isto vai acontecer", complementa o jogador, lembrando que conseguir a vaga no Pré-Olímpico Mundial, no ano que vem, é quase impossível.

Lula Ferreira, confiante, diz que as derrotas para Porto Rico, Estados Unidos e Argentina não foram totalmente negativas para o time. "Tivemos alguns tropeços, mas acabamos amadurecendo com eles. É com as dificuldades que você cresce, e o time creseu nas dificuldades", afirma o treinador.

Ex-aliado diz que levava dinheiro em malas para Renan Calheiros

Folha de S. Paulo/DP

Uma nova denúncia de um suposto esquema de lavagem e desvio de dinheiro público envolvendo integrantes do PMDB pode complicar ainda mais a situação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O advogado Bruno de Miranda Lins, que foi casado com Flávia Garcia, assessora parlamentar de Renan, acusa em denúncia à Polícia Civil o pai da ex-mulher, o empresário Luiz Carlos Garcia Coelho, de atuar para vários políticos do PMDB.

Em entrevista à revista "Época", Bruno disse que Coelho teria montado um esquema de arrecadação de dinheiro para Renan em ministérios controlados pelo PMDB, como a Previdência e a Saúde. Não especificou, porém, desde quando o esquema estaria em funcionamento. Afirmou que ele próprio foi buscar pessoalmente em pelo menos seis ocasiões o dinheiro da suposta propina. Numa delas, no BMG, teria pego R$ 3 milhões.

De fato, Coelho tem amplo trânsito e proximidade com muitos caciques peemedebistas, incluindo Renan e o senador Romero Jucá (PMDB-RR). Em 2004, por exemplo, o presidente do Senado vendeu por R$ 600 mil uma casa no Lago Sul, bairro de classe alta de Brasília, para a Grupo de Assessoria Ltda., da qual Coelho é dono.

O empresário costuma freqüentar o gabinete de Jucá. A assessoria confirmou que Coelho visitava o senador, mas disse que ele não vai mais ao gabinete desde a rápida passagem de Jucá pelo Ministério da Previdência, em 2005, do qual se afastou após denúncia publicada pela Folha de que teria obtido R$ 750 mil em financiamentos do Banco da Amazônia de forma fraudulenta. À polícia Bruno também disse que o deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT), quando esteve na chefia do INSS, atuou para beneficiar o BMG na concessão de crédito consignado.

Prestado em setembro de 2006 ao delegado da Polícia Civil do DF João Kleiber Esper, o depoimento de Bruno é cercado de brigas, processos e ameaças por conta de sua separação. O documento ficou parado na gaveta de Esper por sete meses. Depois de percorrer mais algumas repartições na polícia do DF, o depoimento só foi enviado à PF há cerca de um mês.

Segundo a "Época", a corregedoria da polícia abriu sindicância para apurar por que o delegado demorou tanto para passar adiante um assunto que não era de sua competência. Investiga também se o depoimento teria sido usado em uma tentativa de chantagem contra o empresário Luiz Carlos Coelho e o senador Renan. De acordo com a "Época", a polícia investiga a informação de que o delegado Esper e um amigo, o empresário Orlando Rodrigues da Cunha Filho, presidente da Hípica de Brasília, foram a um escritório de advocacia para tentar a extorsão. "Estive lá com o Orlando, sim. Até falamos sobre o depoimento, mas não pedi dinheiro", disse o delegado à revista.

Procurado pela Folha, Renan não ligou de volta. A assessoria de Jucá informou que ele foi operado ontem e não poderia se manifestar. As assessorias de Bezerra e do BMG negaram ter havido benefício indevido ao banco para operar com crédito consignado.