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1 de setembro de 2007

Brasil tem seu maior desafio

Seleção precisa vencer a Argentina hoje para garantir vaga em Pequim

Valéria Zukeran

Só o peso da camisa, a força da rivalidade e o talento individual dos jogadores podem salvar o Brasil, hoje, na partida contra a Argentina, pela semifinal do Torneio Pré-Olímpico de Basquete. O vencedor do confronto, que começa às 17 horas (de Brasília), em Las Vegas, estará na final da competição e, mais importante, classificado para a Olimpíada de Pequim. Desde 1996, em Atlanta, o Brasil não disputa uma edição dos Jogos.

A grande chance é hoje. Se fracassar, terá uma última oportunidade no Pré-Olímpico Mundial, em 2008. Mas as dificuldades serão muito maiores e as possibilidades, bem menores.

A situação do Brasil para o duelo desta tarde, no entanto, é delicada. Fora de quadra, o ambiente não é dos melhores. Há uma clara divisão entre jogadores e comissão técnica. O principal pontuador da seleção, o ala-armador Leandrinho, tem feito grandes apresentações, mas anda visivelmente abatido. Adotou o isolamento e o silêncio. Nos últimos quatro jogos, saiu do Thomas & Mack Center sem falar com ninguém. A equipe vem oscilando entre boas e más apresentações e, por causa disso, os conflitos internos são acentuados. Para piorar, o ala Marquinhos sofreu contusão no dedo mínimo da mão direita e teve de ser cortado.

Na Argentina, ao contrário, tudo tranqüilo. Apesar de não contar com vários jogadores importantes, como Manu Ginobili, Andres Nocioni e Fabricio Oberto, a equipe mostrou consistência na maior parte do Pré-Olímpico - exceção apenas do jogo contra o Panamá, que foi decidido na prorrogação. O grupo, liderado por Luis Scola, chegou às semifinais com apenas uma derrota, previsível, para os Estados Unidos, que hoje encaram Porto Rico, às 20 horas, de Brasília, na outra semifinal.

Brasil e Argentina já se enfrentaram no Pré-Olímpico em um jogo bem disputado, no qual os brasileiros lideraram o placar durante três quartos do tempo regulamentar, mas cederam o empate nos segundos finais para os rivais. Na prorrogação, deu Argentina. Mas o contexto do confronto era diferente. Os argentinos já estavam classificados, enquanto o Brasil ainda lutava para garantir sua presença na atual fase da competição. Agora os dois times precisam do resultado.

Para muitos, como o ala-armador Marcelinho Machado, esta é a partida mais importante da carreira. "Provavelmente não terei idade para ir a uma outra Olimpíada que não a de Pequim. Estou na seleção há dez anos e gostaria de encerrar minha passagem pelo time com uma campanha nos Jogos no currículo", ressalta. "É um sonho que eu tenho, é a última chance. Tenho muita fé de que isto vai acontecer", complementa o jogador, lembrando que conseguir a vaga no Pré-Olímpico Mundial, no ano que vem, é quase impossível.

Lula Ferreira, confiante, diz que as derrotas para Porto Rico, Estados Unidos e Argentina não foram totalmente negativas para o time. "Tivemos alguns tropeços, mas acabamos amadurecendo com eles. É com as dificuldades que você cresce, e o time creseu nas dificuldades", afirma o treinador.

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