O atentado suicida desta manhã no porto de Dellys, a leste de Argel, provocou pelo menos 30 mortos e 47 feridos, na sua maioria agentes da Polícia Marítima, segundo um balanço ainda provisório daquele que é já considerado um dos piores atentados dos últimos meses no país.
Reuters
O atentado ocorreu dois dias depois de um atentado contra uma multidão que aguardava o Presidente Bouteflika
Segundo fontes da protecção civil, citadas pela AFP, o balanço poderá agravar-se nas próximas horas, já que entre os feridos vários encontram-se em estado crítico.
De acordo com as autoridades, o bombista suicida conduzia uma carrinha carregada de explosivos e tinha como objectivo um quartel da Polícia Marítima existente no porto da cidade de Dellys.
O veículo, com matrícula de Argel, pertencia a uma empresa que abastecia o quartel, tendo o condutor sido sequestrado pouco antes do atentado e substituído pelo “kamikaze”, enquanto a carrinha era carregada de explosivos.
A explosão viria a ocorrer já dentro do quartel, composto por vários casas pré-fabricadas, depois de a carrinha ter derrubado o portão de acesso e penetrado cerca de 20 metros no pátio. A força da explosão projectou pedaços de madeira, betão e ferro a várias centenas de metros, ferindo dezenas de civis que se encontravam nas imediações, a maioria trabalhadores do porto.
O atentado desta manhã ocorre dois dias depois da explosão de um carro armadilhado em Batna, no Leste do país, no meio de uma multidão que aguardava a passagem do cortejo do Presidente Abdelaziz Bouteflika. A acção fez 22 mortos e mais de uma centena de feridos, mas o chefe de Estado saiu ileso do incidente.
Até ao momento, nenhum grupo reivindicou os dois atentados, mas as autoridades apressaram-se a responsabilizar da Organização da Al-Qaeda no Magreb, designação recentemente assumida pelos islamistas radicais do Grupo Salafita para a Prédica e Combate (GSPC) após anunciaram a sua ligação à organização liderada por Bin Laden. O grupo armado, liderado por Abu Mussab Abdel Uadud, foi o único a recusar a amnistia concedida em 2005 por Bouteflika, no âmbito da política de reconciliação para sanar os 15 anos de confrontos com os grupos armados islamistas.
Apesar dos analistas temerem um aumento dos atentados no país – supõe-se que os islamistas tenham constituído uma brigada de suicidas entre os jovens recrutas – o primeiro-ministro argelino, Abdelaziz Belkhadem, entende que os atentados desta semana demonstram que o terrorismo islamista “está em declínio” e representam uma “tentativa desesperada” dos que recusaram a política de reconciliação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário