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8 de setembro de 2007

Poder político britânico deixa cair o apoio aos McCann

Depois do governo de Gordon Broen ter feito tudo para suportar a campanha dos pais da pequena Madeleine, a quem ofereceram assessores e levaram até ao Papa, a classe política inglesa começa a recuar

Inicialmente o poder político do governo britânico empenhou-se profundamente para apoiar os McCann, concedendo-lhes os melhores assessores -- os primeiros porta-vozes dos McCann eram ex-porta-vozes de Tony Blair e Gordon Brown -- e dando-lhes a maior ajuda política e diplómática -- não terá sido por acaso que o casal McCann terá conseguido uma recepção da parte do Papa Bento XVI --, mas agora, em face dos desenvolvimentos, e perante aquilo que muitos já consideram evidente, e tem a haver com o alegado envolvimento dos pais de Maddie na eventual morte da sua filha e na ocultação do cadáver, começam a levantar-se as vozes dentro do governo inglês em defesa da actuação da polícia portuguesa deixando cair por terra a defesa até aqui adoptada de Gerry e Kate McCann. Hoje mesmo, o ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, David Miliband, considerou que a Justiça portuguesa está a fazer o seu trabalho.

Citado pela Agência EFE, David Miliban, que falou à margem da reunião informal de ministros de Negócios Estrangeiros da União Europeia, a decorrer este fim-de-semana em Viana do Castelo, frisou que a justiça portuguesa está a fazer o seu trabalho no caso do desaparecimento de Madeleine McCann e que "o mais importante é saber o que aconteceu à menina".

"A justiça portuguesa está a fazer o seu trabalho e os serviços consulares britânicos estão a cumprir a sua obrigação, mas o mais importante é a menina", declarou Miliband aos jornalistas, menos de 24 horas depois dos pais de Madeleine, Kate e Gerry McCann, terem sido constituídos arguidos no caso do desaparecimento da sua filha, que tinha três anos quando desapareceu, a 3 de Maio, do empreendimento The Ocean Club, na Praia da Luz, Algarve, enquanto os pais jantavam num restaurante próximo.

Pais de Maddie podem deixar o paísmas garantem que vão ficar

Após ter sido do conhecimento público que o casal McCann foi constituído arguido no caso do desaparecimento da sua filha, foi o próprio advogado do casal, Carlos Pinto de Abreu, quem revelou que a medida de coação aplicada a ambos, Kate e Gerry McCann, foi a aplicação de termo e identidade e residência, o que implica que ambos têm que dar conta às autoridades da sua residência por forma a aí poderem ser notificados para todas as questões processuais da investigação, e não se podem ausentar da mesma por mais de cinco dias. Porém, sabe-se agora que os pais de Madeleine deram como residência a morada em Inglaterra, o que lhes permitirá deixar Portugal quando bem o entenderem.

Se o fizerem, há quem considere que será particularmente difícil para as autoridades portugueses voltarem a trazê-los a Portugal em caso de necessidade, ou mesmo se eles acabarem por ser considerados culpados do eventual crime de Maddie ou da ocultação do corpo. Mas Kate e Gerry McCann já garantiram que "a bem da investigação não tencionam deixar Portugal enquanto a investigação não estiver concluída". Sobre isto, aliás, fontes próximas deste processo garantiram entretanto ao LusoNotícias que os pais de Maddie terão sido recomendados por elementos do gabinete de Gordon Brown a não deixarem Portugal, e terão acatado esta indicação, pelo menos para já.

Certo é que ao apontar os McCann como suspeitos, a polícia indica que eles podem ter tido envolvimento no crime, mas não necessariamente serão detidos. Sobre este tema, o advogado do casal, Carlos Pinto de Abreu, afirmou mesmo à agência Reuters que os seus clientes não estão proibidos de deixar Portugal. "Eles podem viajar sempre e para onde quiserem", afirmou. Contudo, a porta-voz do casal, Justine McGuiness, garantiu que eles vão ficar no Algarve. A morada oficial que a PJ tem do casal é a do Reino Unido, onde moram com a sua família, e assim, se o casal decidir regressar a casa, poderá fazê-lo sem qualquer implicação legal, mas Justice McGuinness deixou claro que Kate e Gerry vão permanecer na Praia da Luz "para não perturbar a investigação da PJ".

Casal McCann afirma-se chocado por serem suspeitos neste caso

Kate e Gerry McCann, que comoveram a Europa devido ao desaparecimento da sua filha Madeleine, estão chocados por serem agora tratados como suspeitos pela polícia portuguesa, afirmou no sábado uma representante do casal. Após horas de interrogatórios separados na quinta e sexta-feira, a polícia passou a tratar os dois britânicos como suspeitos pelo desaparecimento da menina de 4 anos, a 3 de Maio, mas não os acusou formalmente, tal como explicou o advogado do casal Carlos Pinto de Abreu. "Eles estão chocados, frustrados e cansados", disse Justine McGuinness, representante do casal, à Reuters.

Por seu turno, citada pela rede de televisão CNN, Philomena McCann, a irmã de Gerry McCann e tia de Maddie, que ontem dissse aos jornais que a sua cunhada tinha recebido uma proposta para confessar ter morto a menina contra uma pena de prisão de apenas dois anos, vem agora afirmar àquele canal de televisão estar receosa de que a decisão da Polícia Judiciária de considerar Kate e Gerry arguidos neste caso, possa desviar a atenção das buscas pela menina. Gerry McCann terá conversado com a sua irmã já depois de ter sido inquirido nas instalações da Polícia Judiciária de Portimão, e terá dado conta desse mesma preocupação.

"Ele está um pouco irritado e muito cansado, mas insiste que não fez nada de errado", disse Philomena, segundo a CNN. "Ele foi interrogado pela Polícia Judiciária durante um longo período e deu respostas completas a tudo que lhe perguntaram. Aliás, ele tem cooperado de modo integral com a polícia", acrescentou a irmã de Gerry, segundo a qual o pai de Madeleine não parece estar particularmente abalado com o facto de ter se tornadio oficialmente um suspeito, estando antes preocupado sobre a forma como irá decorrer a investigação, que no seu entender terá desviado do objectivo de procurar a menina viva. "Queremos que a polícia continue a procurar Madeleine viva", disse Philomena.

Recorde-se que a tese que está hoje a correr na Imprensa internacional, mas também em Portugal, aponta para a possibilidade de uma morte acidental: a mãe teria administrado uma dose fatal de sedativo na menina e então, ambos, Kate e Gerry, teriam encoberto a morte, como conta, só a título de exemplo, o jornal britânico The Daily News. Por seu turno, em Portugal, os jornais Correio da Manhã e Diário de Notícias escrevem nas respectivas edições, e citando "fontes da investigação", que a criança terá morrido por acidente e que o corpo foi depois ocultado.

Entretanto, depois do desaparecimento de Maddie, uma campanha de imediato colocada em marcha a nível mundial permitiu a criação de um fundo através do qual os pais de Madeleine terão arrecadado cerca de dois milhões de euros, ganhando o apoio de celebridades como a escritora da série "Harry Potter", J.K. Rowling, o jogador de futebol David Beckham, ou do "nosso" Cristiano Ronaldo. O dinheiro deste fundo é controlado por um auditor independente e destinado a instituições que ajudam na busca de crianças desaparecidas.
Maddie pode ter sido sedadae o Calpol volta ser referido

Indo ao encontro do que o LusoNotícias aqui escreveu anteriormente, também a RTP defendeu este sábado a tese de que Kate McCann terá sido sedada, tendo sido recordada uma entrevista realizada ao casal McCann na qual são questionados pela jornalista se teriam administrado Calpol à pequena Maddie, um medicamento usado em Inglaterra como anti-histamínico e que, como efeito secundário, provoca sonolência. Essa é uma das alegações feitas pela imprensa de hoje, reforçada por uma entrevista do avô da criança, pai de Kate, que admitiu ontem que a sua neta tomava Calpol "para a ajudar a dormir". Quando questionados pela RTP sobre este tema, há mais de um mês, o casal negou que tivessem sedado a sua filha.

Ainda sobre o Calpol, a ter sido administrado aquele medicamento à menina, ele teria que ter viajado com os pais de Maddie a partir de Inglaterra, isto porque de acordo com o sítio da Infarmed na Internet, aquele medicamente só recebeu autorização para ser vendido em Portugal, ironicamente, a partir do dia 3 de Maio, exactamente o mesmo em que Maddie desapareceu da Praia da Luz.

E já que falamos em Internet, uma referência ao site Find Madeleine, onde Gerry expressou a sua revolta pelas suspeições levantadas em torno de Kate. "Pensar que Kate pode estar envolvida no desaparecimento de Madeleine é absurdo e ridículo. Quem sabe alguma coisa do dia 3 de Maio sabe que Kate está completamente inocente", escreve Gerry que acrescenta que ele e a sua mulher Kate irão "lutar contra isto até ao fim" e que não irão parar de procurar a filha.

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