Inicialmente o poder político do governo britânico empenhou-se profundamente para apoiar os McCann, concedendo-lhes os melhores assessores -- os primeiros porta-vozes dos McCann eram ex-porta-vozes de Tony Blair e Gordon Brown -- e dando-lhes a maior ajuda política e diplómática -- não terá sido por acaso que o casal McCann terá conseguido uma recepção da parte do Papa Bento XVI --, mas agora, em face dos desenvolvimentos, e perante aquilo que muitos já consideram evidente, e tem a haver com o alegado envolvimento dos pais de Maddie na eventual morte da sua filha e na ocultação do cadáver, começam a levantar-se as vozes dentro do governo inglês em defesa da actuação da polícia portuguesa deixando cair por terra a defesa até aqui adoptada de Gerry e Kate McCann. Hoje mesmo, o ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, David Miliband, considerou que a Justiça portuguesa está a fazer o seu trabalho.
Citado pela Agência EFE, David Miliban, que falou à margem da reunião informal de ministros de Negócios Estrangeiros da União Europeia, a decorrer este fim-de-semana em Viana do Castelo, frisou que a justiça portuguesa está a fazer o seu trabalho no caso do desaparecimento de Madeleine McCann e que "o mais importante é saber o que aconteceu à menina".
"A justiça portuguesa está a fazer o seu trabalho e os serviços consulares britânicos estão a cumprir a sua obrigação, mas o mais importante é a menina", declarou Miliband aos jornalistas, menos de 24 horas depois dos pais de Madeleine, Kate e Gerry McCann, terem sido constituídos arguidos no caso do desaparecimento da sua filha, que tinha três anos quando desapareceu, a 3 de Maio, do empreendimento The Ocean Club, na Praia da Luz, Algarve, enquanto os pais jantavam num restaurante próximo.
Pais de Maddie podem deixar o paísmas garantem que vão ficar
Após ter sido do conhecimento público que o casal McCann foi constituído arguido no caso do desaparecimento da sua filha, foi o próprio advogado do casal, Carlos Pinto de Abreu, quem revelou que a medida de coação aplicada a ambos, Kate e Gerry McCann, foi a aplicação de termo e identidade e residência, o que implica que ambos têm que dar conta às autoridades da sua residência por forma a aí poderem ser notificados para todas as questões processuais da investigação, e não se podem ausentar da mesma por mais de cinco dias. Porém, sabe-se agora que os pais de Madeleine deram como residência a morada em Inglaterra, o que lhes permitirá deixar Portugal quando bem o entenderem.
Se o fizerem, há quem considere que será particularmente difícil para as autoridades portugueses voltarem a trazê-los a Portugal em caso de necessidade, ou mesmo se eles acabarem por ser considerados culpados do eventual crime de Maddie ou da ocultação do corpo. Mas Kate e Gerry McCann já garantiram que "a bem da investigação não tencionam deixar Portugal enquanto a investigação não estiver concluída". Sobre isto, aliás, fontes próximas deste processo garantiram entretanto ao LusoNotícias que os pais de Maddie terão sido recomendados por elementos do gabinete de Gordon Brown a não deixarem Portugal, e terão acatado esta indicação, pelo menos para já.
Certo é que ao apontar os McCann como suspeitos, a polícia indica que eles podem ter tido envolvimento no crime, mas não necessariamente serão detidos. Sobre este tema, o advogado do casal, Carlos Pinto de Abreu, afirmou mesmo à agência Reuters que os seus clientes não estão proibidos de deixar Portugal. "Eles podem viajar sempre e para onde quiserem", afirmou. Contudo, a porta-voz do casal, Justine McGuiness, garantiu que eles vão ficar no Algarve. A morada oficial que a PJ tem do casal é a do Reino Unido, onde moram com a sua família, e assim, se o casal decidir regressar a casa, poderá fazê-lo sem qualquer implicação legal, mas Justice McGuinness deixou claro que Kate e Gerry vão permanecer na Praia da Luz "para não perturbar a investigação da PJ".
Indo ao encontro do que o LusoNotícias aqui escreveu anteriormente, também a RTP defendeu este sábado a tese de que Kate McCann terá sido sedada, tendo sido recordada uma entrevista realizada ao casal McCann na qual são questionados pela jornalista se teriam administrado Calpol à pequena Maddie, um medicamento usado em Inglaterra como anti-histamínico e que, como efeito secundário, provoca sonolência. Essa é uma das alegações feitas pela imprensa de hoje, reforçada por uma entrevista do avô da criança, pai de Kate, que admitiu ontem que a sua neta tomava Calpol "para a ajudar a dormir". Quando questionados pela RTP sobre este tema, há mais de um mês, o casal negou que tivessem sedado a sua filha.
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