Paris quer “muita firmeza”, mas recusa falar de conflito com Teerão
Nicolas Sarkozy afirma ser preciso usar “muita firmeza” em relação ao Irão, mas fez notar que a posição da França é clara: “nada de arma nuclear para o Irão”. Para isso, na opinião do líder do Eliseu, “é preciso reforçar as sanções” a Teerão.
O Presidente francês defendeu a necessidade de usar “muita firmeza” face ao Irão, mas insistindo que não pronunciava a palavra “guerra”. Numa entrevista publicada ontem pelo jornal «New York Times», Nicolas Sarkozy considerou também que “as condições para uma viagem a Teerão” do ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Bernard Kouchner, não estavam “preenchidas” de momento. Já sobre a atitude a manter face ao Irão sobre o dossier nuclear, Nicolas Sarkozy declarou que “a posição da França é clara: nada de arma nuclear para o Irão, [é preciso manter] o arsenal das sanções para os convencer, a negociação, a discussão, a firmeza e não quero ouvir falar de outra coisa que nada traria à discussão actual”.
Na opinião do Presidente francês, a crise iraniana “é uma crise internacional que é preciso gerir com muito sangue frio, muita firmeza, mas com muita reflexão”. “Não serve de nada invocar outras alternativas. É perfeitamente contra-produtivo”, sublinhou. Ao mesmo tempo que frisou que “o Irão pode aceder ao nuclear civil”, Nicolas Sarkozy disse que “para impedir o Irão de ter armas nucleares, é preciso reforçar as sanções”, antes de acrescentar: “Por mim, não pronuncio a palavra guerra”.
Nicolas Sarkozy demarcou-se assim de Bernard Kouchner que na passada semana advertiu que o mundo se devia “preparar para o pior”. Ou seja: a possibilidade de uma “guerra” com o Irão. “Não é verdade que não exista nenhuma solução entre a submissão e a guerra. É precisamente esta a alternativa que recuso na minha expressão: seja a submissão, seja a guerra. É exactamente o que pretendem os dirigentes. Não sou obrigado a cair nesta armadilha. Entre a submissão e a guerra, existe uma paleta de situações, de soluções que existem como o reforço das sanções que acabará por produzir os seus efeitos”, acrescentou. “Caso as sanções não sejam suficientes, desejo uma terceira série de sanções mais fortes, sabendo-se que as sanções só podem funcionar se houver unanimidade e para isso é preciso juntar todo o mundo. A terceira série de sanções será aprovada, espero, pela ONU”, afirmou.
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