A chanceler alemã Angela Merkel recebeu hoje em Berlim o Dalai Lama, líder espiritual do Tibete, apesar das críticas das autoridades chinesas sobre este encontro.
Merkel recebeu o líder tibetano durante cerca de uma hora, numa “conversa privada e informal”, informou em comunicado o porta-voz do Governo alemão, Ulrich Wilhelm.
A chanceler “prestou homenagem ao Dalai Lama enquanto líder espiritual do budismo tibetano e garantiu o seu apoio à preservação da identidade cultural do Tibete”, acrescentou.
Merkel, a primeira chefe de Governo alemã a aceitar um encontro deste tipo com o Dalai Lama, deu também o seu apoio “à política não violenta, visando a autonomia religiosa e cultural” da província chinesa.
Durante o encontro, o próprio líder tibetano “salientou o carácter pacífico e não violento da sua missão, que exclui explicitamente a luta para que o Tibete obtenha a sua independência da República Popular da China”, insistiu o porta-voz.
O anúncio deste encontro suscitou duras críticas das autoridades chinesas, contrárias a qualquer contacto entre o Dalai Lama – que consideram um separatista – e os Estados estrangeiros.
A 14 de Setembro a China convocou o embaixador da Alemanha em Pequim para lhe dar conta da sua desaprovação.
Além disso, a China anulou, oficialmente por “razões técnicas”, um encontro que estava marcado para hoje em Munique entre a delegação chinesa e a ministra alemã da Justiça, Brigitte Zypries, informou ontem o Ministério em Berlim.
Numa entrevista ao jornal diário alemão “Süddeutsche Zeitung”, edição de ontem, o Dalai Lama criticou Pequim por se imiscuir nos assuntos internos da Alemanha, considerando esta uma atitude de “arrogância”. “O que aprecio em Merkel é o seu compromisso firme em favor dos direitos do Homem e da liberdade religiosa, bem como do Ambiente. Talvez seja por isso que me quer ver, apesar de todas as pressões de Pequim”, acrescentou.
AFP
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