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26 de setembro de 2007

Junta impõe toque de recolher e mobiliza Exército em Mianmar

As restrições valerão por 60 dias em razão dos protestos capitaneados por grupos de monges. Há alguns anos o governo de Mianmar não permite concentrações de mais de cinco pessoas no País

Monges budistas voltaram a se manifestar ontem, massivamente, pelas ruas da capital birmanesa(Foto: MIZZIMA NEWS/AFP)

A junta militar birmanesa impôs ontem toque de recolher na capital Yangun e declarou a cidade, também uma das mais importantes de Mianmar, área militar restrita depois de vários dias de protestos. O anúncio foi divulgado em alto-falantes por oficiais do governo que cruzaram a cidade em caminhões. A ordem foi divulgada às 20h45 locais, porém só entrará em vigor a partir desta quarta-feira.

O toque de recolher é entre 21 e 5 horas. Yangun e seu entorno passam a ser considerados área restrita, termos usados geralmente para descrever zonas militares ou de conflito. As restrições serão aplicadas durante 60 dias. Uma ordem similar foi divulgada em Mandalay.

Há alguns anos, o governo de Mianmar proíbe concentrações de mais de cinco pessoas. Mas a lei tem sido ignorada pelos manifestantes nas últimas cinco semanas. Monges budistas lideraram as duas mais recentes manifestações, que reuniram mais de 130 mil pessoas nas ruas de Yangun na segunda-feira e voltou a reunir ontem mais de 100 mil. Pelo menos 200 militares e policiais antidistúrbios foram mobilizados no centro de Yangun ontem.

Novas sanções

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, anunciou novas sanções contra a junta militar de Mianmar. Foi o que divulgou em seu discurso na 62ª Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que começou ontem, em Nova York.

O movimento de protesto contra a junta militar em Mianmar, que deve continuar, poderia, segundo analistas, evoluir de duas formas possíveis: um início de diálogo ou uma violenta repressão, como a de 1988. Resta saber se os militares também aprenderam as lições da repressão que conduziram naquela época, matando cerca de 3.000 pessoas.

O que começou como uma tímida tentativa de protestar contra o aumento, em 15 de agosto, dos preços dos combustíveis, transformou-se esta semana em uma ação popular de massa contra os militares. (das agências de notícias)

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