Resultados de Pesquisa

.

4 de abr. de 2008

Inpe registra avanço do desmatamento na Amazônia em fevereiro

Brasília - O desmatamento na Amazônia voltou a crescer em fevereiro, de acordo com dados do Sistema de Detecção em Tempo Real (Deter), apesar do período de chuvas na região, que dificulta a ação dos madeireiros. A área desmatada no período, calculada em 725 quilômetros quadrados, é 13,45% maior do que a registrada em janeiro desse ano, quando o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) contabilizou 639,1 quilômetros quadrados de novas áreas devastadas.
Os dados revelam avanço do desmatamento mesmo após as medidas anunciadas pelo governo federal para combater a devastação da Amazônia, entre elas o fortalecimento das operações da Polícia Federal e a restrição de crédito para propriedades irregulares.
Ao comentar os números, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que a avaliação dos resultados das ações de combate ao desmatamento não pode ser imediatista.
“É claro que a resposta dessas medidas não tem a mesma velocidade que a dinâmica [do desmatamento] que está em curso tem. Com certeza, elas irão surtir efeito, mas não em apenas um mês ou dois”, disse hoje (3), na cerimônia de posse dos conselheiros da Reserva da Biosfera do Pantanal.
“O que nós queremos é que todas elas [medidas] todas venham a acontecer e, se possível, tenhamos também, em 2008, uma redução no desmatamento”, acrescentou.
De acordo com os dados do Deter, Mato Grosso concentra 88% do desmate total registrado no período. Em fevereiro, a área devastada no estado foi de 639 quilômetros quadrados e cresceu 68% em relação ao mês anterior.
Em Rondônia, o desmatamento cresceu 8,7% no mesmo período. Já o Pará registrou queda de 12,6% em relação a janeiro. Os três estados concentram os 36 municípios que mais desmataram a floresta Amazônica em 2007.
O Deter é um sistema de monitoramento da Amazônia por satélites que fornece dados sobre a cobertura vegetal da região. A consolidação dos dados é feita por outra metodologia, o Projeto de Estimativa de Desflorestamento da Amazônia (Prodes), que define as taxas de desmatamento.
www.nahoraonline.com.br/ler_noticia.asp?cod=5511

Mais quatro Estados decretam fim da greve dos Correios

Agencia Estado
Os funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) de mais quatro Estados decidiram hoje pelo fim da greve, que começou na segunda-feira à noite. O porcentual de adesão ao movimento, que ontem era de 49%, já havia caído hoje para 10%, segundo dados dos Correios. A greve continua em pelo menos 11 Estados, que marcaram assembléias para sábado e segunda-feira. De acordo com balanço da ECT, a volta ao trabalho hoje já havia sido aprovada no Distrito Federal e em oito Estados, inclusive em São Paulo, com exceção das regiões de Campinas e Ribeirão Preto, que se reunirão amanhã.
Em assembléias realizadas hoje, os carteiros votaram pelo fim da paralisação no Rio Grande do Sul, em Alagoas, Santa Catarina e no Mato Grosso do Sul. Já os funcionários do Ceará e de Mato Grosso optaram por manter a greve e voltam a se reunir amanhã. Também haverá assembléia amanhã no Paraná e em Sergipe.
Às 19 horas de hoje, os carteiros de Rondônia e da região de Juiz de Fora, em Minas Gerais, ainda não tinham votado sobre a proposta de fim da greve. Na segunda-feira, estão marcadas assembléias para os Estados da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Tocantins, Piauí, Roraima e região de Belo Horizonte (MG). O governo propôs, na quarta-feira, prorrogar por três meses o pagamento do abono emergencial de 30% sobre os salários. Os grevistas esperam que, ao final dos três meses, este abono passe a ser pago como adicional de risco. Os Correios dizem que, neste prazo de 90 dias, será estudado se o adicional será pago em definitivo e de que maneira.
O abono emergencial vinha sendo pago desde dezembro e foi suspenso em março, deflagrando o movimento grevista. O abono substituiu o adicional de periculosidade aprovado em lei votada pelo Congresso e vetada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um grupo com representantes do Ministério das Comunicações, da ECT e dos empregados será criado para discutir o Plano de Cargos e Salários e a participação nos lucros. Os Correios decidiram que vão abonar as faltas somente dos grevistas que voltaram ao trabalho até as 18 horas de ontem.
www.atarde.com.br/brasil/noticia.jsf?id=862520

3 de abr. de 2008

Missão humanitária para resgate de Ingrid chega à Colômbia

Emissora francesa afirma que equipe desembarcou nesta quinta; Cruz Vermelha diz estar pronta para operação

Efe

BOGOTÁ - A missão humanitária organizada pela França para o resgate da franco-colombiana Ingrid Betancourt, refém das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) há mais de seis anos, chegou nesta quinta-feira, 3, ao território colombiano, informou a emissora France Info. O objetivo oficial da missão é tentar contatar as Farc e conseguir acesso à ex-candidata à Presidência da Colômbia para oferecer cuidados médicos. Segundo a rádio colombiana Caracol, a aeronave está na base aérea militar de Catam, em Bogotá. "à espera de um plano de vôo", para ajudar Ingrid.

Lula: 'País só intervém no caso se Colômbia pedir'

linkFilho de Ingrid diz que morte 'é questãolink de horas'

linkConheça a trajetória de Ingrid Betancourt especial

linkPor dentro das Farc especial

linkEntenda a crise especial

linkHistórico dos conflitos armados na região especial

linkO Brasil tem sido omisso no caso Ingrid Betancourt? forum

Um porta-voz do Palácio do Eliseu se negou a comentar a notícia da chegada do avião à Colômbia, e reiterou que a operação seria mantida sob máximo sigilo. O avião Falcon 50, que saiu de uma base militar nos arredores de Paris na tarde de quarta-feira, fez escala na ilha francesa da Martinica durante a noite, antes de seguir viagem à Colômbia. Fontes próximas ao caso confirmaram à Agência Efe que, até o momento, as Farc não disseram se receberiam a missão

humanitária.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse que Ingrid está em "perigo de morte iminente". A missão conta com o apoio de Espanha e Suíça, que formam com a França o grupo de países "facilitadores" que há vários anos tentam mediar a favor de uma troca humanitária entre os reféns políticos das Farc e guerrilheiros presos. As autoridades colombianas, que prometeram suspender as operações militares na zona onde operará a missão, informaram que receberam um pedido da França para aterrissar no aeroporto de San José del Guaviare, no sudeste da Colômbia.

A equipe inclui um médico e dois diplomatas, um dos quais é o ex-cônsul francês em Bogotá Noel Saez, que foi o emissário francês nos contatos com as Farc nos últimos anos. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) afirmou na quarta-feira que está pronto para participar da missão humanitária. De acordo com o CICV, os contatos com o governo francês são constantes, mas o grupo reitera que, até agora, a guerrilha não deu um sinal verde para a missão.

"Estamos em contato confidencial com as Farc, em todos os seus níveis hierárquicos, por vários canais. Até agora, porém, não temos nenhum pedido por parte da guerrilha para realizarmos uma missão humanitária para libertá-la", afirmou Yves Heller, porta-voz do CICV para a Colômbia, que garantiu que os contatos continuarão. Segundo Heller, o CICV está recebendo constantemente informações a respeito da missão humanitária que o presidente francês decidiu enviar à Colômbia para tentar libertar Ingrid. "Estamos preparados. Temos experiência nisso. Só este ano participamos da liberação de 14 reféns, além de outros 24 em 2007", afirmou.

O porta-voz da Cruz Vermelha disse que está "muito preocupado" com a situação da refém. De acordo com ele, o CICV está "profundamente incomodado" e considera a situação "extremamente grave". "Este ano, nós pedimos às Farc acesso aos reféns, mas não tivemos resposta", disse. Ele conta que há muito tempo o CICV não tem acesso aos reféns na Colômbia e diz que prefere não especular sobre o estado de saúde de Ingrid. "Nossa avaliação é de que toda a informação sobre Ingrid deve ser tratada com muita cautela. Não temos nada de concreto sobre seu estado de saúde."

(Com Jamil Chade, de O Estado de S. Paulo)

www.estadao.com.br/internacional/not_int150503,0.htm

Polícia aguarda que pai de Isabella se entregue nesta quinta

O Globo Online, Bom Dia S.Paulo Isabella com a mãe - Reprodução Diário de S.Paulo

SÃO PAULO - Alexandre Nardoni, 29, e sua atual mulher, Anna Carolina Trota Peixoto Jatobá, 24, devem se entregar nesta quinta-feira. Na noite desta quarta, o juiz Mauricio Fossen, da 2ª Vara do Júri do Fórum de Santana decretou a prisão temporária do casal .

Alexandre Nardoni é pai de Isabella de Oliveira Nardoni, 5, que, segundo a polícia, foi jogada pela janela do sexto andar do apartamento dele na noite de sábado. O casal, suspeito do crime, ficará preso por 30 dias, que podem ser prorrogáveis por mais 30. O juiz determinou ainda o sigilo do inquérito policial. Isso significa que a polícia não deverá divulgar mais informações sobre o andamento das investigações.

O pedido de prisão foi feito pelo delegado Calixto Calil Filho, do 9º Distrito Policial, que preside o inquérito policial, após parecer favorável do Ministério Público. O delegado descartou a possibilidade de queda acidental da menina e afirmou que ela foi atirada pela janela.

Nardoni afirmou à polícia que alguém entrou no apartamento e jogou sua filha. Ele afirmou que seria um assaltante. A um policial que atendeu a ocorrência no sábado, Nardoni disse ter visto o suposto agressor . Mas, segundo o PM, ele não soube descrever as características físicas do criminoso e afirmou tê-lo visto de costas. Um vizinho contou como foi a reação do pai e da mulher dele após a morte da menina.

Mãe de Isabella diz que Nardoni era agressivo
Ana Carolina, a mãe, depois de prestar depoimento - Foto Wladimir de Souza, Diário de S.Paulo
A mãe de Isabella de Oliveira Nardoni, 5 anos, traçou à polícia um perfil do pai da criança daquele que o avô e um tio da menina traçaram no dia do enterro. Ana Carolina Cunha Oliveira, que depôs nesta quarta-feira por cerca de 4 horas ao lado da mãe, Rosa Maria Cunha de Oliveira, 56 anos, afirmou que Alexandre Nardoni, 29, era uma pessoa agressiva . No domingo, Jorge Oliveira, avô materno da menina, defendeu o ex-genro e disse que ele e Anna Carolina Trota Jatobá, 24, sua atual mulher, eram carinhosos com Isabella. Um tio da menina também falou bem de Nardoni.

- Que a Justiça seja feita agora - disse ela ao deixar a delegacia, sem dar detalhes do depoimento à polícia

Segundo investigadores, Ana Carolina tentava obter aumento no valor da pensão paga por Nardoni à Isabella. Seu relacionamento com Anna Carolina Jatobá também não seria bom.

Perícia busca novos vestígios de sangue O consultor jurídico Alexandre Nardoni, pai de Isabella, que teve a prisão decretada nesta quarta- Diário de S. Paulo A polícia fez uma nova perícia no apartamento de onde a menina foi jogada. Técnicos do Instituto de Criminalística usaram produtos químicos para tentar identificar vestígios de sangue. Os trabalhos começaram às 19h45, na garagem. A equipe fez medições e testes com luminol (produto que detecta vestígios de sangue antigo, mesmo que o local tenha sido lavado) no Ford Ka do casal. O carro havia sido lacrado pela polícia na segunda-feira.

Foram feitos ainda cálculos para determinar a trajetória que o corpo teria feito, a partir do momento que foi lançado da janela até o chão. Com uma boneca de pano, os peritos fizeram novo teste no térreo, para saber se a trajetória conferia. Os PMs Jonaldo e Josenilson, que encontraram o corpo, ajudaram na simulação. Josenilson saiu chorando.

- A intenção é procurar indícios de ordem material para completar o laudo - afirmou o perito José Antonio de Moraes, acrescentando que as luzes fluorescentes podem identificar rastros que não seriam perceptíveis a olho nu.

De acordo com peritos, a tela de proteção de um dos quartos foi rasgada com objeto cortante, descartando a hipótese de queda acidental.

Chaves perdidas

Na terça-feira, o advogado de Alexandre Nardoni afirmou que a mulher dele, Anna Carolina Trota Jatobá, teria perdido as chaves do imóvel e, além disso, chaves dos apartamentos ficavam na portaria do prédio.

O delegado Calil Filho reafirmou que duas testemunhas ouviram uma criança gritar: "Pára, pai. Pára, pai", no horário em que ocorreu o crime.

- Era um pedido de socorro. Pára, pai, pára, pai, é porque o pai estava fazendo alguma coisa de errado com ela - comenta o delegado.

Advogados de Nardoni reinterpretaram a frase e disseram que a menina poderia estar pedindo socorro ao pai.

Testemunhas ouviram discussão no apartamento

Uma moradora de um prédio em frente teria ouvido uma calorosa discussão, vinda do apartamento de Nardoni, naquele horário. Vizinhos teriam comentado que Nardoni e sua atual mulher brigavam com freqüência. Foram ouvidos moradores do Edifício London e um casal que morava no antigo prédio onde a família residia até janeiro passado. Um dos policiais militares que atendeu a ocorrência no dia do crime também prestou depoimento. Até agora, 11 pessoas foram ouvidas.

Investigadores apuraram também que a atual mulher e a mãe de Isabella também já haviam se desentendido.

http://oglobo.globo.com/sp/mat/2008/04/03/policia_aguarda_que

_pai_de_isabella_se_entregue_nesta_quinta-426665999.asp

2 de abr. de 2008

Base e oposição igualam 3º mandato é golpe de Estado

Agencia Estado
Parlamentares da oposição e até mesmo da base aliada compararam a um golpe de Estado o terceiro mandato defendido pelo vice-presidente da República, José Alencar, para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para eles, o vice se deixou contagiar pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que tentou alterar a Constituição para eleger-se pela terceira vez.
Isso seria a quebra da ordem constitucional vigente, seria a implantação de uma ditadura disfarçada na forma de um chavismo ultrapassado e inaceitável?, afirmou o líder do PDT, senador Jefferson Péres (AM). Péres disse que Alencar se esqueceu que o Brasil vive um Estado democrático de direito. ?Foi uma declaração extremamente infeliz do vice-presidente?, criticou. ?É lamentável ele ter dada essa declaração?, completou.
O secretário-geral nacional do PT, deputado José Eduardo Martins Cardozo (SP), também fez críticas à declaração de Alencar. Cardozo afirmou que é contrário a qualquer medida ?casuística? de prorrogação do mandato presidencial. ?Qualquer discussão sobre isso, neste momento, foge ao campo da oportunidade política.?
Para o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), José Alencar ?perdeu uma boa oportunidade de ficar calado ou de defender juros mais baixos, como sempre fez?. Sobre a alegação do vice-presidente de que ?Lula tem feito muito?, mas ainda ?falta muito para fazer?, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), lembrou que, segundo especialistas, o risco de apagão não está afastado. ?São irrisórios os investimentos do governo petista em infra-estrutura. Acho que precisam começar logo com as obras que o vice-presidente diz que estão sendo feitas?, afirmou.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
www.atarde.com.br/politica/noticia.jsf?id=861044

Cúpula da Otan começa hoje em clima de Guerra Fria

MARCELO NINIO da Folha de S. Paulo

As divergências sobre o ritmo e a profundidade com que a Otan deve se ampliar para o leste dominam a cúpula anual da aliança militar ocidental, revivendo tensões da Guerra Fria. Entre os líderes presentes à reunião, que começa hoje em Bucareste, estarão o americano George W. Bush e o russo Vladimir Putin --ambos em sua última participação no encontro como presidentes.

A Rússia não integra a Otan, mas participa de um conselho paralelo à aliança e de suas cúpulas desde o fim da União Soviética, em 1991.

Diplomatas dos 26 países-membros buscavam ontem uma fórmula que acomodasse as posições divergentes: de um lado, os Estados Unidos defendem conceder à Ucrânia e à Geórgia o status de pré-candidatas; de outro, países europeus como Alemanha e França consideram o passo prematuro, enquanto a Rússia ameaça retaliar à chegada da organização atlântica a suas fronteiras.

Alegando não ser "o momento certo", a Alemanha já sinalizou que não apoiará o desejo americano de convidar as duas ex-repúblicas soviéticas para o plano de adesão (MAP, na sigla em inglês), um estágio preparatório para a entrada na aliança. Como as decisões na Otan são tomadas por consenso, a oposição alemã representa um veto. Ontem, a França indicou que está do lado dos alemães.

A Alemanha alega que falta estabilidade política na Geórgia, com conflitos separatistas e repressão do Estado à oposição. No caso da Ucrânia, o que falta é apoio popular à Otan. Em uma pesquisa recente, menos de 20% dos ucranianos se disseram a favor da entrada do país na aliança.

A sombra de Moscou, entretanto, é visível na postura alemã. Entre os membros mais importantes da União Européia, a Alemanha foi o país que mais demonstrou, nos últimos anos, disposição de levar em consideração as preocupações de segurança da Rússia. Berlim teme que a aproximação prematura de Ucrânia e Geórgia feche as portas do Kremlin à colaboração em assuntos delicados, como desarmamento, e as torneiras do gás que consome -a maior parte dele, russo.

Afeganistão

Não faltarão temas controversos na agenda da cúpula. Criada em 1949 para fazer frente ao bloco socialista, a aliança militar se reúne hoje em um país que já fez parte da esfera de influência soviética para discutir uma nova ampliação rumo ao leste. Outro assunto que ocupará o topo da agenda é o Afeganistão, onde a Otan tem cerca de 45 mil soldados. O número é insuficiente, segundo os EUA, que pressionam os aliados para enviar mais tropas.

Ontem o premiê da França, François Fillon, disse que o país poderá enviar "algumas centenas" de soldados a mais, para se juntarem aos 1.500 que já tem no Afeganistão. EUA, Canadá e Reino Unido têm enfatizado aos aliados a importância de reforçar o contingente para conter o ressurgimento do Taleban, mas a maioria dos países esbarra na resistência da opinião pública e da oposição.

Durante a cúpula de Bucareste, a Otan deverá formalizar o convite a mais três países, Croácia, Albânia e Macedônia.

Embora a adesão à Otan de países do Leste Europeu seja sempre acompanhada de tensões com a Rússia, um convite à Ucrânia é visto por Moscou como um desafio explícito a seu espaço de influência e uma ameaça ao equilíbrio de forças na Europa. Alheio às advertências do Kremlin, Bush evitou meias palavras ontem na escala que fez na Ucrânia, antes de desembarcar em Bucareste.

"Ajudar a Ucrânia a se mover rumo à adesão à Otan é do interesse de todo membro da aliança e ajudará a segurança e a liberdade na região", disse o presidente americano em Kiev, ao lado do presidente ucraniano, Viktor Yushchenko. "Conversei com os líderes, e eles me garantiram que a Rússia não teria veto nisso. Espero que eles mantenham a palavra."

O vice-chanceler da Rússia, Grigory Karasin, reagiu ao encontro em Kiev afirmando que a entrada da Ucrânia na Otan gerará "uma profunda crise" entre os dois países. Ele não quis especificar as ações que Moscou tomaria, mas parlamentares russos sugeriram que a Rússia pode cancelar o Tratado de Amizade, documento que demarcou a fronteira com a Ucrânia após a dissolução da União Soviética, em 1991.

O secretário-geral da Otan sugeriu ontem que a saída para o dilema é uma fórmula que permita a americanos e alemães cantarem vitória sem dar a impressão de que o veto russo funcionou. Apesar de dizer que a adesão de Ucrânia e Geórgia é uma "questão de tempo", Jaap de Hoop Scheffer não descartou um adiamento. Mesmo com o processo "congelado", disse, os dois países continuariam sendo vistos como candidatos potenciais.

www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u388087.shtml