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3 de abril de 2008

Polícia aguarda que pai de Isabella se entregue nesta quinta

O Globo Online, Bom Dia S.Paulo Isabella com a mãe - Reprodução Diário de S.Paulo

SÃO PAULO - Alexandre Nardoni, 29, e sua atual mulher, Anna Carolina Trota Peixoto Jatobá, 24, devem se entregar nesta quinta-feira. Na noite desta quarta, o juiz Mauricio Fossen, da 2ª Vara do Júri do Fórum de Santana decretou a prisão temporária do casal .

Alexandre Nardoni é pai de Isabella de Oliveira Nardoni, 5, que, segundo a polícia, foi jogada pela janela do sexto andar do apartamento dele na noite de sábado. O casal, suspeito do crime, ficará preso por 30 dias, que podem ser prorrogáveis por mais 30. O juiz determinou ainda o sigilo do inquérito policial. Isso significa que a polícia não deverá divulgar mais informações sobre o andamento das investigações.

O pedido de prisão foi feito pelo delegado Calixto Calil Filho, do 9º Distrito Policial, que preside o inquérito policial, após parecer favorável do Ministério Público. O delegado descartou a possibilidade de queda acidental da menina e afirmou que ela foi atirada pela janela.

Nardoni afirmou à polícia que alguém entrou no apartamento e jogou sua filha. Ele afirmou que seria um assaltante. A um policial que atendeu a ocorrência no sábado, Nardoni disse ter visto o suposto agressor . Mas, segundo o PM, ele não soube descrever as características físicas do criminoso e afirmou tê-lo visto de costas. Um vizinho contou como foi a reação do pai e da mulher dele após a morte da menina.

Mãe de Isabella diz que Nardoni era agressivo
Ana Carolina, a mãe, depois de prestar depoimento - Foto Wladimir de Souza, Diário de S.Paulo
A mãe de Isabella de Oliveira Nardoni, 5 anos, traçou à polícia um perfil do pai da criança daquele que o avô e um tio da menina traçaram no dia do enterro. Ana Carolina Cunha Oliveira, que depôs nesta quarta-feira por cerca de 4 horas ao lado da mãe, Rosa Maria Cunha de Oliveira, 56 anos, afirmou que Alexandre Nardoni, 29, era uma pessoa agressiva . No domingo, Jorge Oliveira, avô materno da menina, defendeu o ex-genro e disse que ele e Anna Carolina Trota Jatobá, 24, sua atual mulher, eram carinhosos com Isabella. Um tio da menina também falou bem de Nardoni.

- Que a Justiça seja feita agora - disse ela ao deixar a delegacia, sem dar detalhes do depoimento à polícia

Segundo investigadores, Ana Carolina tentava obter aumento no valor da pensão paga por Nardoni à Isabella. Seu relacionamento com Anna Carolina Jatobá também não seria bom.

Perícia busca novos vestígios de sangue O consultor jurídico Alexandre Nardoni, pai de Isabella, que teve a prisão decretada nesta quarta- Diário de S. Paulo A polícia fez uma nova perícia no apartamento de onde a menina foi jogada. Técnicos do Instituto de Criminalística usaram produtos químicos para tentar identificar vestígios de sangue. Os trabalhos começaram às 19h45, na garagem. A equipe fez medições e testes com luminol (produto que detecta vestígios de sangue antigo, mesmo que o local tenha sido lavado) no Ford Ka do casal. O carro havia sido lacrado pela polícia na segunda-feira.

Foram feitos ainda cálculos para determinar a trajetória que o corpo teria feito, a partir do momento que foi lançado da janela até o chão. Com uma boneca de pano, os peritos fizeram novo teste no térreo, para saber se a trajetória conferia. Os PMs Jonaldo e Josenilson, que encontraram o corpo, ajudaram na simulação. Josenilson saiu chorando.

- A intenção é procurar indícios de ordem material para completar o laudo - afirmou o perito José Antonio de Moraes, acrescentando que as luzes fluorescentes podem identificar rastros que não seriam perceptíveis a olho nu.

De acordo com peritos, a tela de proteção de um dos quartos foi rasgada com objeto cortante, descartando a hipótese de queda acidental.

Chaves perdidas

Na terça-feira, o advogado de Alexandre Nardoni afirmou que a mulher dele, Anna Carolina Trota Jatobá, teria perdido as chaves do imóvel e, além disso, chaves dos apartamentos ficavam na portaria do prédio.

O delegado Calil Filho reafirmou que duas testemunhas ouviram uma criança gritar: "Pára, pai. Pára, pai", no horário em que ocorreu o crime.

- Era um pedido de socorro. Pára, pai, pára, pai, é porque o pai estava fazendo alguma coisa de errado com ela - comenta o delegado.

Advogados de Nardoni reinterpretaram a frase e disseram que a menina poderia estar pedindo socorro ao pai.

Testemunhas ouviram discussão no apartamento

Uma moradora de um prédio em frente teria ouvido uma calorosa discussão, vinda do apartamento de Nardoni, naquele horário. Vizinhos teriam comentado que Nardoni e sua atual mulher brigavam com freqüência. Foram ouvidos moradores do Edifício London e um casal que morava no antigo prédio onde a família residia até janeiro passado. Um dos policiais militares que atendeu a ocorrência no dia do crime também prestou depoimento. Até agora, 11 pessoas foram ouvidas.

Investigadores apuraram também que a atual mulher e a mãe de Isabella também já haviam se desentendido.

http://oglobo.globo.com/sp/mat/2008/04/03/policia_aguarda_que

_pai_de_isabella_se_entregue_nesta_quinta-426665999.asp

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