da Folha Online
O pai e a madrasta da menina Isabella Nardoni, 5 --Alexandre Nardoni, 29, e Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá, 24-- deixaram pela primeira vez, na manhã deste domingo, a casa do pai dele, no Tucuruvi, na zona norte de São Paulo, segundo o canal "Globo News". Eles estavam na residência do pai de Alexandre desde a última sexta-feira, quando foram libertados após oito dias de prisão por terem sido apontados pela Polícia Civil como suspeitos da morte da menina.
Ainda segundo a emissora, eles se encaminharam para a casa do pai de Anna Carolina Jatobá, em Guarulhos, onde estão os filhos do casal, de 3 anos e de 11 meses. Em entrevista à Folha, Alexandre Jatobá, pai da madrasta da menina Isabella, disse que os netos acham que a mãe e o pai estão viajando.
Ontem (12), a tia de Isabella e irmã de Alexandre, Cristiane Nardoni, afirmou que as crianças estavam longe dos país "por segurança".
Isabella Nardoni morreu no dia 29 de março após ser encontrada caída no jardim do prédio onde mora o pai, Alexandre, e a madrasta, Jatobá. A suspeita da polícia é de que a menina, de 5 anos, teria sido atirada do apartamento do pai, no 6º andar.
Até a tarde deste sábado, a Polícia Civil ouviu 47 depoimentos de pessoas ligadas ao caso. Há a previsão de que outras cinco pessoas sejam ouvidas hoje, segundo a delegada-assistente Renata Pontes do 9º DP (Carandiru).
A expectativa é que a tia de Isabella, Cristiane Nardoni, seja chamada a depor pelo delegado Calixto Calil Filho, que comanda as investigações sobre a morte da menina. A polícia quer saber detalhes do telefonema sobre a morte da sobrinha, que ela recebeu quando estava em um bar.
Pontes disse, ontem, que o depoimento de Cristiane "não é prioridade' e ela será ouvida "no momento oportuno".
Ainda acordo com a polícia, o casal Alexandre e Anna Carolina Jatobá, madrasta da menina, só deve voltar a ser ouvido quando os laudos forem concluídos.
O inquérito, atualmente, corre em segredo, por determinação do delegado Calixto Calil Filho, do 9º DP (Carandiru), que preside o procedimento.
Novas provas
O promotor de Justiça Francisco Cembranelli afirmou na sexta-feira (11) que as polícias Civil e Técnico-Científica já têm "informações preliminares" que vinculam Nardoni e Jatobá às lesões sofridas por Isabella no dia em que ela morreu. Ele afirmou que respeita a decisão de liberar o casal como uma decisão processual, mas que ainda não acredita na versão da defesa --a de que o crime foi cometido por uma terceira pessoa.
Investigações
Nardoni e Jatobá estavam presos por força de um mandado de prisão temporária válido por 30 dias (porém prorrogáveis por mais 30 dias) que foi concedido pelo juiz Maurício Fossen, do 2º Tribunal do Júri.
No pedido de prisão, a Polícia Civil, corroborada pelo Ministério Público, argumentava que, uma vez solto, o casal retornaria ao apartamento em que o crime ocorreu, prejudicando o acesso dos peritos, e entraria em contato com testemunhas como funcionários do prédio e vizinhos, dificultando o andamento do inquérito.
No pedido de habeas corpus, a defesa do casal argumentou que os dois têm endereço fixo, não possuem antecedentes criminais e não oferecem risco às investigações. Em sua decisão ao conceder o habeas corpus, o desembargador Caio Eduardo Canguçu de Almeida diz ter entendimento de que as provas contra Nardoni e Jatobá são insuficientes.
"Qualquer decisão que se profira não pode vir fundada em simples e falíveis suspeitas, em desconfianças ou deduções cerebrinas, ditadas pela gravidade e clamor decorrentes de um crime", afirmou. O desembargador considerou ainda o fato de Nardoni e Jatobá terem se apresentado à Polícia Civil espontaneamente, após a decretação da prisão.
www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u391643.shtml
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