São Paulo, 23 de Abril de 2008 - O ex-ministro da Integração Nacional (governo Lula) e deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) admitiu ontem, em São Paulo, a possibilidade de concorrer ao Palácio do Planalto daqui a dois anos, embora tenha reiterado ser cedo para discutir as eleições presidenciais de 2010.
"É natural a especulação em torno do meu nome. Serei candidato se entender que minha candidatura serve ao País. Se for meu destino, será uma honra", afirmou Ciro, reconhecendo a chance de enfrentar, na corrida presidencial, outros candidatos da base governista. "Se amanhã, o País necessitar que eu abra mão de minhas justas pretensões, aí não serei candidato a nada. Não estou aqui admitindo ser vice do Aécio. Admito examinar o assunto na oportunidade", acrescentou o deputado durante sabatina promovida pela jornal Folha de S.Paulo.
Conhecido pelo temperamento forte, o ex-ministro disse que o destempero verbal pode atrapalhar numa eventual candidatura a presidente. "Qualquer destempero é incabível para quem pretende governar o País". No entanto, negou o estilo "paz e amor", estratégia adotada com sucesso nas últimas duas eleições pelo presidente Lula. "Não mudei de comportamento. Sou a mesma pessoa. Se exagerei, não foi de má fé", justificou.
Explicações
O ex-ministro cobrou explicações do seu irmão e governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), que em viagem oficial à Europa ofereceu carona à sogra. Além disso, defendeu a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, das acusações de ter elaborado o dossiê sobre os gastos com cartão corporativo e contas do tipo B do governo Fernando Henrique Cardoso. Para ele, é normal a Casa Civil ter reunido informações sobre gastos sigilosos de presidentes e ex-presidentes, uma vez que há uma CPI investigando o uso do cartões corporativos.
Em relação às eleições municipais na capital paulista, o deputado reiterou que as negociações em torno de alianças com outros partidos estão sendo costuradas pelo deputado federal, Márcio França (PSB-SP). Caso não tenha candidato próprio, o PSB estuda coligar-se com alguma legenda do bloco de esquerda, composto ainda por PCdoB e PDT. Outra alternativa seria apoiar os demais partidos da base aliada do governo Lula. Ciro, porém, admitiu conversas com o ex-governador Geraldo Alckmin e o prefeito Gilberto Kassab (DEM).
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