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7 de abril de 2008

Sarkozy agradece Cristina Kirchner; Clara Rojas pede que Betancourt resista

da Folha Online

Um dia após a presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, ter participado de uma marcha a favor da libertação de Ingrid Betancourt, seu colega francês, Nicolas Sarkozy, agradeceu por sua mobilização em favor da libertação dos reféns das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

Os esforços pela libertação dos reféns da guerrilha colombiana e pelo desenvolvimento das relações entre França e Argentina, principalmente as econômicas, foram as questões que dominaram o almoço de trabalho realizado nesta segunda-feira entre os dois chefes de Estado, informou o Palácio do Eliseu.

Arte Folha Online
mapa colômbia

Em uma breve declaração à imprensa após a "magnífica" reunião, Cristina anunciou o "compromisso" de Sarkozy de visitar "oficialmente" a Argentina no início de 2009.

Será "um orgulho e uma oportunidade de relançar esta magnífica relação" histórica entre os dois países, afirmou Cristina, que destacou o "interesse manifesto" de Sarkozy em "aprofundar" as relações bilaterais.

A presidente argentina, cuja visita-relâmpago a Paris termina hoje, não comentou os assuntos discutidos no almoço de trabalho, que durou mais de uma hora e do qual já tinha sido antecipado que um dos temas dominantes seriam os esforços em favor da libertação dos reféns das Farc.

Sarkozy agradeceu a Cristina por seus esforços nesta questão, assim como sua participação ontem na "marcha" em prol da libertação de Betancourt e de outros reféns da guerrilha, disse o Palácio do Eliseu.

As fontes aproveitaram para reafirmar que "não está na ordem do dia" a retirada da missão humanitária enviada pela França à Colômbia para entrar em contato com as Farc.

Clara Rojas

A ex-candidata à vice-presidência da Colômbia e ex-refém das Farc Clara Rojas pediu nesta segunda-feira que a companheira Ingrid Betancourt não pense na morte como solução para o drama do cativeiro e que renove suas esperanças.

06.abr.08/Jacques Brinon/AP
Ex-marido de Betancourt, Carla Bruni e filho do presidente francês durante protesto
Ex-marido de Betancourt, Carla Bruni e filho do presidente francês durante protesto ontem

Rojas, libertada no dia 10 de janeiro depois de quase seis anos em poder das Farc, se dirigiu a Betancourt em um programa da rádio RCN, que envia mensagens de alento aos reféns. "Não contemple a morte como uma solução", pediu Rojas a Betancourt. Rojas aconselhou que ela se alimente e aceite os remédios que deve tomar para tratar seus problemas de saúde. Além disso, pediu que ela "renove suas esperanças e seus pensamentos".

"Que guarde a esperança de que vai voltar, que com a ajuda de Deus vai estar aqui e que nem sequer contemple a possibilidade de que a morte é uma solução mais doce, como ela disse uma vez poeticamente", disse.

"Deprimir-se traz uma baixa das defesas e a baixa traz enfermidades", disse. Clara Rojas teve um filho, batizado de Emanuel, há mais de três anos como resultado de relações com um rebelde não identificado.

Missão

Mais cedo, o ministro das Relações Exteriores francês, Bernard Kouchner, afirmou que a missão humanitária para ajudar na libertação de Betancourt precisa de mais tempo.

Kouchner também disse que a saúde de Betancourt pode não estar tão ruim quanto se acredita. O filho de Betancourt, Lorenzo Delloye, disse que ela está se aproximando da morte depois de mais de seis anos como refém. As preocupações sobre sua saúde motivaram a França a enviar uma missão humanitária para a Colômbia na semana passada.

A missão parece ter feito pouco progresso, já que os oficiais não conseguiram contato com os rebeldes que mantêm Betancourt refém.

Kouchner disse à LCI Television que a missão está esperando uma resposta dos rebeldes, mas insistiu que a equipe não está parada.

"Não vamos sair após 24 horas", disse. "Então, precisamos de mais tempo. Estamos esperando", afirmou. "A França está pronta para fazer qualquer coisa" para ajudar a libertar Betancourt, completou o ministro.

Questionado sobre a saúde da refém franco-colombiana, ele disse: "Nós temos a impressão que ela não só está viva como está melhor do que se diz".

Com agências internacionais

www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u389732.shtml

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