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8 de março de 2007

Detidos 2 oficiais suspeitos de conspirar contra Chávez

Agencia Estado Um general da reserva da Guarda Nacional venezuelana e seu filho, capitão da ativa da mesma arma, foram presos ontem na Venezuela, depois da divulgação de uma conversa gravada sobre um suposto plano para assassinar o presidente do país, Hugo Chávez, segundo informou ontem o jornal de Caracas Últimas Noticias. Na gravação, difundida na terça-feira pela emissora estatal Venezolana de Televisión, uma conversa entre o general reformado Ramón Guillén, de 64 anos, e o capitão Tomás Guillén, de 36, sugere a existência de uma conspiração contra Chávez. Também são mencionados na conversa uma mulher supostamente estrangeira chamada Sindry Patricia e outros oficiais - entre eles um general nomeado como Serruti. O apresentador do programa no qual a gravação foi apresentada, Mario Silva, disse que a fita seria entregue às autoridades. Silva não revelou como a gravação foi obtida. Segundo o Últimas Noticias, os dois oficiais foram levados a uma prisão militar depois que um tribunal marcial emitiu a ordem de detenção. O advogado dos dois, Guillermo Heredia, disse que eles estavam ontem prestando depoimento na Direção de Inteligência Militar (DIM). ?Só nos informaram que eles estavam sendo investigados pela participação num recente plano de conspiração?, declarou Heredia. ?Desconhecemos os detalhes dessa investigação porque as peças do processo foram classificadas como sigilosas.? Mais tarde, Heredia informou que o capitão Guillén havia sido levado da sede da DIM e posto sob as ordens de seu comando na Guarda Nacional. O militar da reserva permaneceu no centro de detenção da inteligência militar, para protesto do advogado. ?O general Ramón Guillén está na reserva e, como cidadão venezuelano, se opõe ao sistema que o governo de turno quer estabelecer. Se opõe ao regime comunista vigente na Venezuela, mas o faz pelos canais e formas democráticos, exercendo seu direito à liberdade de expressão e pensamento?, declarou o advogado. Possibilidades ?Esse episódio traz à tona pelo menos uma de duas possibilidades alarmantes na Venezuela?, declarou ao Estado, por telefone, a cientista política venezuelana Maryclen Stelling. ?Ou, no caso de a conspiração ser verdadeira, a resistência a Chávez entre os militares cresce a ponto de permitir o surgimento de complôs nos quartéis ou - no caso de a denúncia ser falsa - o temor de um atentado está levando o governo a intensificar uma operação de caça às bruxas entre oficiais suspeitos de infidelidade?, declarou. A analista lembra que, após a fracassada tentativa de golpe de abril de 2002 - quando Chávez foi removido do Palácio de Miraflores por menos de 48 horas -, o presidente venezuelano deu início a um processo de ?limpeza? de oficiais antichavistas das Forças Armadas. Tenente-coronel da reserva do Exército que liderou uma fracassada tentativa de golpe em 1992, Chávez freqüentemente denuncia a existência de conspirações para assassiná-lo. No domingo, Chávez acusou ?grupos ligados ao anticastrista Luis Posada Carriles (acusado de atentados contra o regime de Cuba e detido em Miami) de buscar explosivos e mísseis? para derrubar o avião presidencial venezuelano. { Costa }

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