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12 de março de 2007

Brasil e EUA podem mudar política energética, diz Lula

Para presidente, transformação do álcool combustível em commodity é ´irreversível´ Milton F. da Rocha Filho Luiz Inácio Lula da Silva SÃO PAULO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse acreditar nesta segunda-feira, 12, que Brasil e EUA podem fazer uma parceria para "mudar a lógica da política energética na área de combustíveis, no século 21". Em seu programa semanal da rádio, Café com o Presidente, Lula analisou o acordo do etanol, definido na semana passada com o presidente americano, George W. Bush. "Os EUA produzem o álcool de milho", disse o presidente. "O álcool de milho é mais caro do que o de cana-de-açúcar." De acordo com Lula, enquanto o Brasil precisa investir US$ 0,28 para produzir um litro de álcool, os EUA têm de aplicar US$ 0,45 para obter a mesma quantidade de combustível. "O mais importante é que nós estamos criando um fórum internacional, que envolve EUA, Brasil, Índia, China, África do Sul e a União Européia", continuou Lula. "Nós estamos convencidos de que essa parceria passa por investimentos dos países mais ricos em países mais pobres para que eles possam produzir também o álcool ou produzir o biodiesel." Commodity Lula também disse nesta segunda-feira que considera "irreversível" a transformação do álcool em uma commodity. "Logo, logo, o álcool vai ter um preço internacional, portanto, vai ser commodity", afirmou o presidente. "Nós temos de ter mais responsabilidade, porque nós temos de, não só oferecer o álcool, mas garantir o suprimento do mercado brasileiro e do mercado internacional". "Por isso, nós precisamos plantar muito mais cana", concluiu Lula. Segundo ele, no entanto, é preciso preservar "as nossas matas e a nossa fauna". "Nós não queremos plantar cana-de-açúcar para produzir álcool e nem plantar oleaginosas para produzir biodiesel na Amazônia, por exemplo, ou no Pantanal." Comércio mundial Questionado sobre as reivindicações dos países em desenvolvimento em relação ao comércio mundial, Lula disse que "nós, Brasil, China, Índia, África do Sul, Argentina, México, desejamos que os países desenvolvidos diminuam os subsídios que dão aos seus agricultores". "O que eles querem de nós? Que a gente também faça concessões em produtos industriais e no setor de serviços", acrescentou o presidente. "Ou seja, nós estamos dispostos a fazer a nossa parte, levando em conta a proporcionalidade e a riqueza de cada país." "Isso é que vai garantir o acordo que todos nós estamos torcendo para que aconteça, porque essa seria a salvação dos países mais pobres", conclui Lula, em seu programa semanal de rádio. Diplomacia Ainda durante seu programa semanal de rádio, Lula disse que "os EUA continuam sendo nosso principal parceiro individual, do ponto de vista do comércio, e é o maior investidor individual no Brasil". O presidente definiu a relação do Brasil com os EUA como "histórica". "Queremos mantê-la, queremos aprimorá-la, isso sem que nós abdiquemos do nosso compromisso maior, que é todo o processo de fortalecimento do Mercosul, a constituição da Comunidade Sul-Americana de Nações e o processo de integração que estamos fazendo". {Costa}

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