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5 de março de 2007

Mistério: quanto custou viagem de Beira-Mar?

As estimativas do Ministério da Justiça e de entidades sindicais estão em conflito. Viagem do preso foi garantida pelo Supremo, com base na Constituição Os números entram em conflito e se transformam em mistério quando se procura saber quanto custou aos cofres federais o deslocamento do preso Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, para depor nesta segunda-feira (5) na 5ª Vara Federal Criminal, no Centro do Rio, cumprindo determinação do Supremo Tribunal Federal. Com base na Constituição, o STF garantiu o direito de o réu assistir pessoalmente aos depoimentos no processo em que é acusado de lavagem de dinheiro, crime contra o sistema financeiro e tráfico de drogas. Mas não há acordo entre o que dizem o Ministério da Justiça, a quem está subordinada a Polícia Federal, e duas entidades corporativas dos policiais. Beira-Mar está preso desde o ano passado na Penitenciária de Catanduvas, no Paraná, de onde foi levado na tarde de quinta-feira (1º) para a Superintendência da Polícia Federal no Espírito Santo, sob protestos das autoridades locais. No Rio, ele ficará dois dias: nesta segunda-feira, ouve as testemunhas de acusação. Pernoita nas dependências do 1º Distrito Naval, na Praça Mauá, no Centro do Rio, sob a guarda da Marinha e, na terça (6), assistirá aos depoimentos das testemunhas de defesa. Cinco carros da Polícia Federal e 25 agentes tomavam conta de Beira-Bar quando ele chegou nesta segunda-feira à sede da Justiça Federal no Rio. Mudanças e viagens: como avaliar? O Ministério da Justiça informou que os custos da viagem de Beira-Mar, que embarcou num avião da FAB, foram compartilhados com o transporte para outro preso, Rogério Silva, que seguia para o Espírito Santo. O total chegou a R$ 17,4 mil, sendo R$ 12 mil com o uso do avião e R$ 5,4 mil com as diárias dos policiais. Para o Ministério, esse esquema ficou mais em conta porque o outro preso iria mesmo para o Espírito Santo. O diretor da Federação Nacional dos Policiais Federais, Édson Tessele, calcula que só a parte aérea do périplo de Beira-Mar tenha custado à União R$ 31,8 mil, sem contar as diárias pagas aos dez agentes que devem acompanhá-lo nesses dois dias, no Rio de Janeiro. Já a Associação Nacional dos Policiais Federais estima que as 14 viagens que Beira-Mar fez sob custódia federal desde que foi preso custaram à União R$ 195 mil. Esse total não leva em conta o que seria chamado, se ele fosse um turista, da parte de hotelataria, mais a vigilância. Entre idas e vindas, Beira-Mar mudou dez vezes de endereço desde que foi preso em 2001, na Colômbia. Antes de ser alojado em Catanduvas, no Paraná, ele esteve sob a custódia da Superitendência da Polícia Federal, em Brasília, sob os protestos do governo do Distrito Federal. Ficou preso em Bangu 1, no Rio de Janeiro, onde teria participado da organização de uma chacina contra presos de uma facção rival. Foi levado para o presídio de segurança máxima de Presidente Bernandes, em São Paulo, causando desconforto do governo paulista; e esteve em carceragens da Polícia Federal em Maceió, Florianópolis e de volta a Brasília, sempre desagradando aos governos locais. A principal acusação contra Beira-Mar é um crime federal, o tráfico internacional de drogas. { Costa }

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