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8 de março de 2007
Etanol e Rodada de Doha centrarão visita de Bush ao Brasil
São Paulo, 8 mar (EFE).- Avançar nas iniciativas para o comércio do etanol e a Rodada de Doha são os principais objetivos do Brasil na visita iniciada hoje pelo presidente dos Estados Unidos, George W.
Bush, em meio aos vários atos de protesto protagonizados por mulheres diante da chegada do líder americano.
Bush chegará a São Paulo no final do dia, em única escala de sua visita ao Brasil, mas o programa de atividades - que não chega a 24 horas - só começará amanhã, quando terá dois encontros com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Nas diversas entrevistas concedidas nos últimos dias, os dois líderes manifestaram seu interesse em promover um aumento mundial do consumo de biocombustíveis e salvar as negociações multilaterais da Rodada de Doha dentro da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Os dois assuntos voltarão a ser abordados no encontro entre os dois presidentes em 31 de março,o em Camp David (Estados Unidos), segundo fontes diplomáticas brasileiras.
O etanol será o assunto durante a visita a uma unidade da Petrobras na qual esse combustível alternativo é misturado à gasolina, enquanto os assuntos comerciais serão abordados no almoço de trabalho que terão em um hotel de São Paulo.
Além desses dois encontros e da visita às instalações da Petrobras, o presidente americano apenas deve visitar em São Paulo uma ONG que dá assistência a menores carentes.
A visita oficial de Bush - assim como as manifestações nas quais as mulheres têm lugar relevante, já que a chegada do líder americano coincide com o Dia Internacional da Mulher - promete paralisar a cidade de São Paulo.
As autoridades mobilizaram cerca de 4.000 policiais e militares, entre eles cerca de 300 americanos, para garantir a segurança.
Lula excluiu dos assuntos a serem tratados o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, cuja crescente influência em vários países latino-americanos seria vista com desconfiança por Washington.
"A posição do Brasil é a de manter relações com os Estados Unidos e com todos os outros países do continente americano, como Venezuela, Argentina e Uruguai", disse hoje a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, ao descartar que a aproximação com Bush possa ser interpretada como um afastamento em relação a Chávez.
A ministra acrescentou que a relação do Brasil com os EUA está no melhor nível possível, mas que isso não impedirá que, na reunião, Lula insista na eliminação das taxas que dificultam a entrada do etanol brasileiro no maior mercado mundial.
"Não é possível que o Brasil não defenda seu direito de vender o etanol nacional, que é mais competitivo. Vamos defender a presença do produto no mercado americano e no mercado em geral", afirmou Rousseff.
Apesar de os EUA pretenderem aumentar o consumo de biocombustíveis e assinar com o Brasil um memorando de entendimento sobre o assunto, Washington advertiu que dificilmente eliminará as barreiras tarifárias que restringem a compra de etanol brasileiro.
O EUA, com uma produção de quase 20 bilhões de litros anuais de etanol de milho, e o Brasil, que produz cerca de 17 bilhões de litros de etanol de cana-de-açúcar, concentram aproximadamente 70% da produção mundial deste combustível alternativo.
Como o etanol fabricado pelo Brasil é mais barato que o americano, Washington impõe uma tarifa de 2,5% e uma taxa de US$ 0,14 por cada litro do combustível brasileiro importado, a fim de proteger os produtores americanos.
O memorando negociado pelos dois países prevê uma associação para promover a produção de etanol em países da América Central e do Caribe, grandes produtores de cana-de-açúcar, que têm acordos de livre-comércio com os Estados Unidos.
A associação busca transformar o etanol em matéria-prima com alcance internacional, que possa reduzir a dependência mundial ao petróleo.
O Brasil também espera que o acordo incentive os investimentos americanos no país e que, mesmo com as altas taxas, os Estados Unidos aumentem suas compras de etanol brasileiro e promovam o crescimento de fluxo comercial já recorde.
As trocas comerciais entre os dois países alcançaram o recorde de US$ 39,12 bilhões em 2006, o que equivale a 17,14% de todo o comércio internacional do Brasil, com um superávit para o país sul-americano de US$ 9,74 bilhões. EFE cm an
{ Costa }
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