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22 de abr. de 2008

Hillary reconhece que precisa vencer na Pensilvânia

Colaboração para a Folha Online

Os eleitores da Pensilvânia estão votando nesta terça-feira na maior primária remanescente à corrida pela indicação democrata à disputa presidencial dos EUA.

Enquanto isso, os pré-candidatos Hillary Clinton e Barack Obama continuam os ataques um ao outro, em temas como campanhas depreciativas na TV e o uso de força militar contra o Irã.

A senadora Hillary --favorita nas pesquisas que precederam as votações desta terça-feira-- reconheceu pela manhã que precisa vencer as primárias na Pensilvânia para ter chances de ser a indicada pelo partido.

Entretanto, disse que não é relevante se ganhará por uma margem maior ou pouco expressiva de votos, segundo reportagem desta terça-feira do jornal "The Washington Post"

Leia a integra da matéria no site do Washington Post.

Obama --que tem gastado mais verbas de campanha que Hillary no Estado-- disse que não espera vencer sua rival nas urnas, mas considera que se perder, será por uma pequena margem de votos.

Caso isso se confirme, o senador por Illinois afirma que se manterá forte na liderança da contagem nacional de votos dos delegados democratas.

Votação

De acordo com a Associeted Press, o senador por Illinois chega à disputa por delegados na Pensilvânia com 1684 delegados, enquanto a senadora por Nova York possui 1509.

Os locais de votação para a primária democrata abriram às 7h da manhã (hora local), e os eleitores podem votar até às 20h. Estão em disputa na Pensilvânia 158 delegados para a Convenção Nacional do Partido Democrata no fim de agosto, em Denver. O senador Obama está 140 delegados à frente de Hillary.

Cerca de 4 milhões de democratas estão regularmente registrados para votarem nas primárias desta terça. Ambos os candidatos tentam ganhar votos com anúncios na televisão trocas de acusações nos últimos eventos de campanha no Estado.

Superdelegados

É provável que indicação democrata seja decidida por cerca de 800 superdelegados do Partido Democrata, um grupo de influentes eleitores que são disputados pelos pré-candidatos e podem decidir seu voto a partir dos resultados da votação da primária em curso.

Os superdelegados são selecionados entre o comitê nacional dos democratas, os membros do Congresso, governadores e líderes partidários de relevo -- como ex-presidentes, vice-presidentes e líderes no Congresso. Alguns deles são escolhidos nas convenções estaduais.

Os superdelegados não têm compromissos estabelecidos com nenhum candidato. Mesmo no caso de declararem apoio a algum dos pré-candidatos antes da convenção partidária, eles podem mudar seu voto a qualquer momento.

Entre os republicanos não há superdelegados, no entanto, 123 membros do comitê nacional republicano são livres para escolherem seu candidato na convenção que acontecerá em agosto em Minneapolis.

www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u394625.shtml

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21 de abr. de 2008

Detidos 2 por tentar invadir prédio de família da madrasta

Cerca de 40 manifestantes estavam em frente à garagem do edifício onde moram os pais de Anna Carolina

ELVIS PEREIRA - Agencia Estado

Dois homens foram acusados de desacato

Sérgio Castro/AE

Dois homens foram acusados de desacato

SÃO PAULO - A Polícia Militar (PM) deteve nesta segunda-feira, 21, dois homens acusados de tentar invadir o prédio onde vivem os pais de Anna Carolina Jatobá, madrasta da menina Isabella Nardoni. A dupla tentou entrar no edifício em Guarulhos, na Grande São Paulo, por volta das 15h30, quando um carro deixava o imóvel. De acordo com a Rádio CBN, cerca de 40 manifestantes estavam no local no momento da confusão. Eles pediam justiça. Acusados de desacato, os dois homens foram encaminhados ao 2º Distrito Policial da cidade.

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Estão previstos para terça-feira os depoimentos do advogado Antônio Nardoni e da filha dele, Cristiane Nardoni, avô e tia de Isabella Nardoni, na 9ª Delegacia de Polícia (Carandiru), na zona norte de São Paulo. O horário e a ordem dos depoimentos não haviam sido definidos até a manhã desta segunda-feira, 21, segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo.

Inicialmente os depoimentos do avô paterno e da tia estavam previstos para o sábado, 19, mas por causa do cansaço da família, os advogados e os delegados envolvidos no caso decidiram pelo adiamento. O 9º DP apura a morte da menina, de 5 anos, no dia 29 de março. De acordo com a polícia, Isabella foi agredida e jogada pela janela do apartamento de seu pai, Alexandre Nardoni, no edifício London, na Vila Mazzei, também na Zona Norte de São Paulo. Alexandre e a madrasta de Isabella, Anna Carolina Jatobá, depuseram na sexta-feira (18) e foram indiciados por homicídio qualificado.

"Somos inocentes"

No domingo, dois dias após terem sido exaustivamente interrogados no 9º DP, pai e madrasta da menina Isabella deram uma entrevista ao 'Fantástico', da Rede Globo. Eles estavam na casa dos pais dela, em Guarulhos. Alexandre e Anna Carolina responderam todas as perguntas da reportagem, segundo a Globo. A única exigência feita foi que a entrevista fosse gravada em DVD e que ficassem com uma cópia. O material apresentado pela emissora aparentava pelo menos três cortes de edição (quando a imagem corta e pula para a seqüência). Eles alegaram inocência repetidas vezes. "Nós somos totalmente inocentes", disse Anna Carolina, chorando, agarrada a um terço na mão esquerda. Por vezes, os dois falaram ao mesmo tempo - Anna Carolina se manifestava enquanto o marido respondia a alguma pergunta. Em alguns momentos, Alexandre desviava o olhar. Anna Carolina, ao contrário, respondia olhando fixamente para o repórter.

Na primeira declaração à imprensa após a morte da menina, em 29 de março, o casal disse que acredita que uma terceira pessoa matou Isabella. Questionada sobre isso, Anna Carolina respondeu, assertiva: "Com certeza." Eles falaram ainda da vida com e sem Isabella e do drama que viveram na cadeia. No início das investigações, a polícia pediu a prisão temporária do casal, que ficou oito dias preso. Anna disse que tem medo de voltar para a cadeia. Sobre a relação com a filha, Alexandre afirmou, pausadamente: "Eu nunca encostei um dedo da minha filha." Anna Carolina Jatobá emendou: "Eu também nunca encostei nela, nunca, nunca na minha vida." Segundo os dois, Isabella nunca deu trabalho para ninguém.

Chorando muito, Anna falou do carinho que Isabella tinha por ela. "Ela fazia um coraçãozinho", disse, formando a imagem com os dedos. "Ela fazia coraçãozinho no vapor do box", disse, contando que tomavam banho juntas. Alexandre disse, pelo menos três vezes, que os cinco (ele, Anna Carolina, Isabella, e os filhos do casal, Cauã e Pietro, de 1 e 3 anos) sempre foram muito unidos. "Ela (Isabella) era tudo pro Cauã e pro Pietro. Ela era a segunda mãe pro Cauã, ele queria ir só com ela", afirmou Alexandre. "Ela estudava com o Pietro na mesma escola. O Cauã trocava a gente para ficar com ela", completou Anna Carolina.

"Não temos nem como ir ao cemitério. Não podemos fazer isso. As pessoas estão prejulgando a gente sem nem nos conhecer", disse Alexandre, culpando a mídia pela exposição do caso. "Tinham de conhecer ao menos um pouquinho para fazer qualquer julgamento." Sobre o relacionamento em família, só falaram de harmonia. "Estávamos sempre brincando. Ela adorava que eu brincasse com ela", disse Anna Carolina.

"A Isabella sempre chamava Anna de ‘tia Carol’", contou Alexandre. "Quando ela estava em casa, onde um ia, iam todos. Não nos separávamos. A gente se programava em relação a quando ela estaria em casa", contou Anna Carolina.

"Isso dói. Isso acaba com a nossa vida. Destruíram nossa vida em segundos", concordaram os dois. "Para a polícia só existia nós dois no apartamento", desabafou Anna Carolina. Questionados sobre o que teria levado alguém a matar Isabella, afirmaram: "É o que a gente se pergunta também. Todos os dias, todas as noites." E Alexandre emendou: "Como alguém podia fazer isso com a Isabella, uma criança dócil, uma criança que sempre estava sorrindo."

"Eu tinha ela como minha filha. Era minha filha postiça", revelou Anna Carolina. A madrasta revelou também que a menina tinha vergonha, mas por duas vezes a chamou de "mamãe". Uma vez, estavam brincando no apartamento e ela teria dito: "Ai, papai, não bate na mamãe." E o casal ainda fez uma revelação: "O sonho dela era morar com a gente." Anna Carolina disse que nunca teve ciúmes da menina.

"Meu amor por ela é inexplicável. Meus filhos são tudo na minha vida. Como posso dizer, se eu pudesse não trabalhava para ficar com eles o tempo todo", contou Alexandre."Estamos pagando por uma coisa que não fizemos", afirmou Anna Carolina. "Eu não consigo explicar o que estão fazendo com a gente", repetiu Alexandre. "Prejulgaram e condenaram, sem ao menos nos conhecerem."

Reconstituição

A polícia decidiu que não haverá acareação entre Alexandre Nardoni e Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá. Motivo: as respostas dadas às 50 perguntas do interrogatório foram vagas. Eles foram indiciados por homicídio doloso triplamente qualificado (motivo torpe, cruel e sem possibilidade de defesa). Com informações preliminares dos laudos do Instituto de Criminalística (IC) e do Instituto Médico-Legal (IML) - o laudo final só ficou pronto na tarde de sábado -, a polícia já tinha traçado estratégia para que a madrasta de Isabella, confessasse participação no crime.

Nos dias que antecederam o depoimento do casal, os policiais decidiram que iriam dizer a Anna Carolina que ela poderia responder criminalmente apenas por lesão corporal dolosa, e não por homicídio. Isso porque Isabella morreu em decorrência da queda. Para os delegados responsáveis pela investigação, tudo indica que a madrasta agrediu e asfixiou a criança, e Alexandre Nardoni, o pai, jogou a menina pela janela.

A estratégia não deu certo. Durante as oito horas que durou o interrogatório de Alexandre, Anna Carolina ficou numa sala da delegacia, acompanhada por um advogado, por seu sogro, Antônio Nardoni, e por um investigador. Chorou o tempo todo. Só se controlou perto das 20 horas. Então, sem se alterar nas cinco horas de interrogatório, Anna permaneceu negando participação na morte de Isabella. Questionada sobre marcas de sangue de Isabella no carro da família, foi taxativa: “Desconheço”. Segundo os policias ela estava “muita fria” durante o interrogatório. Sustentou a versão apresentada desde as primeiras horas após o crime, quando foi ouvida no 9º Distrito Policial pela primeira vez.

Já o pai chorou uma única vez durante o interrogatório. Foi quando ele começou a ver o álbum de fotografias montado pela delegada-assistente do 9º DP (Carandiru), Renata Helena Pontes. Nele havia fotos de Isabella desde que ela tinha dois meses de idade e termina com a foto do corpo, tirada no Instituto Médico Legal (IML). Terminado o interrogatório, Alexandre foi para a sala do chefe dos investigadores onde Anna Carolina passou a tarde toda. Lá conversou descontraidamente com os policiais e ainda perguntou: “Como é ser policial?”.

Agora, a polícia planeja fazer a reconstituição do crime e espera contar com a participação do casal, que não é obrigado a isso. Os policiais ainda não decidiram quando, mas consideram provável um pedido de prisão preventiva de Alexandre e Anna Carolina depois que o inquérito policial for relatado à Justiça. Caberá, então, ao Ministério Público Estadual analisar as provas e decidir se vai ou não denunciar o casal pelo assassinato. O juiz também deverá ouvir o promotor antes de decidir se decretará ou não a prisão dos acusados.

www.estadao.com.br/geral/not_ger160420,0.htm

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Altamiro Borges: a vitória de Lugo e seus reflexos no Brasil

Num clima de euforia, dezenas de milhares de pessoas tomaram as ruas centrais de Assunção na noite deste domingo (20) para comemorar o anúncio oficial, divulgado pelo Tribunal Superior de Justiça Eleitoral (TSJE), da vitória do ex-bispo católico Fernando Lugo no pleito presidencial do Paraguai.

Por Altamiro Borges*

A festa popular, carregada de esperança, marca uma virada histórica neste sofrido país, encerrando seis décadas de domínio do direitista Partido Colorado, e confirma a inédita guinada à esquerda do tabuleiro político na América Latina - tão temida pelo imperialismo estadunidense e pelas forças oligárquicas da região e incompreendida por alguns setores esquerdistas sectários.

Segundo várias agências de notícias, a multidão em êxtase ocupou a frente do comitê da Aliança Patriótica para a Mudança quando a apuração apontou a ampliação da vantagem de Lugo sobre a colorada Blanca Ovelar. Ninguém parecia acreditar no resultado, já que pairavam dúvidas sobre o risco de fraudes eleitorais.

Cauteloso, o novo presidente anunciou: "Quando a Justiça ratificar o resultado, estaremos abertos para construir a integração real do continente". O dia do candidato foi emblemático do seu perfil progressista, de adepto da Teologia da Libertação. Ele foi votar, às 7h12, de braços dados com a argentina Hebe de Bonafini, legendária líder das Mães da Praça de Maio. Depois, ao lado do amigo brasileiro Frei Betto, Lugo rezou na paróquia São João Batista.

Intrigas da mídia venal

A vitória do "bispo dos pobres", como ele é chamado por seu trabalho junto aos sem-terra de San Pedro, uma das regiões mais miseráveis do país, enche de esperanças o povo paraguaio, reforça o processo de integração progressista do continente e desperta preocupação no Brasil.

Envenenado pela mídia hegemônica, há quem tema a eclosão de conflitos com a nação vizinha em função da energia hidrelétrica de Itaipu e da presença de milhares de fazendeiros brasileiros na agricultura paraguaia. De fato, estes temas foram centrais na campanha eleitoral, com todos os candidatos - e não apenas Lugo - defendendo mudanças, principalmente nas cláusulas do Tratado de Itaipu.

Mas o que realmente pode mudar nas relações entre Brasil e Paraguai? Quais serão os reflexos da histórica vitória de Fernando Lugo? Para entender melhor o que está em jogo, sem se contaminar com as intrigas da mídia venal, torna-se indispensável a leitura do livro recém-lançado O Direito do Paraguai à Soberania, organizado por Gustavo Codas (editora Expressão Popular).

Ele reúne três artigos que ajudam a explicar o surpreendente apoio ao teólogo da libertação, as propostas da sua organização eleitoral, batizada em guarani de Tekojoja (que significa "viver entre iguais") e as reais polêmicas em torno do inflamável Tratado de Itaipu - o foco principal da obra.

Dívidas do capitalismo brasileiro

Já na abertura, o paraguaio Gustavo Codas, que se exilou no Brasil durante a ditadura de Alfredo Strossner e milita na CUT, explícita que a vitória de Lugo deve, de fato, afetar a agenda externa brasileira. "O país sofre uma pesada herança da qual o Brasil é, em grande parte, responsável. O Paraguai foi castigado, primeiro, pelas conseqüências duradouras da guerra de extermínio que Brasil, Argentina e Uruguai lhe fizeram nos anos de 1864-1870, e, na segunda metade do século 20, pelo fortalecimento de um modelo capitalista mafioso vinculado à burguesia brasileira em todo tipo de negócios ilícitos - narcotráfico, lavagem de dinheiro, contrabando, etc.".

Para ele, três temas deverão pautar uma nova relação, mais justa e soberana, entre os dois países. "Primeiro, a renegociação do Tratado de Itaipu. Segundo, os resultados da invasão de boa parte do território oriental paraguaio por latifundiários brasileiros produtores de soja (iniciado nos anos 70). Terceiro, a integração ao Mercosul com uma verdadeira compensação das assimetrias deste pequeno e pobre país em relação aos dois maiores sócios deste projeto - Brasil e Argentina".

O livro, como explica Codas, tem como objetivo reforçar na esquerda brasileira "o compromisso com um internacionalismo que, para além dos discursos de solidariedade, deve ser transformar em passos concretos reparando as dívidas deixadas pelo capitalismo brasileiro no Paraguai".

O programa do Movimento Tekojoja

Neste rumo, os três textos dão importante contribuição ao debate. O primeiro, de Richard Gott, membro honorário do Instituto de Estudo das Américas da Universidade de Londres, apresenta detalhada biografia do "bispo vermelho do Paraguai". O segundo traz o resumo do programa do Movimento Popular Tekojoja, que está centrado na luta pela "revolução agrária", na estratégica "soberania energética", na "planificação pró-ativa do desenvolvimento nacional", no "trabalho produtivo e digno para todos", na "universalização da seguridade social", na "integração regional solidária", entre outros itens. É um programa reformista, desenvolvimentista, mas que se inspira nos "princípios libertários que alentaram a luta patriótica do nosso povo e nos ideais socialistas".

O texto mais longo, instigante e de interesse imediato para os brasileiros é do engenheiro Ricardo Canese, um dos principais assessores do novo presidente. Ele trata da "recuperação da soberania hidrelétrica do Paraguai". Com inúmeros dados técnicos, o autor argumenta que a capacidade de produção de energia do seu país é o único fator que pode destravar o desenvolvimento e garantir maior justiça social. Para ele, a vitória de Lugo reascenderá este debate estratégico, abandonado pela oligarquia paraguaia que "trocou de forma perversa a soberania hidrelétrica por concessões e apoios políticos fornecidos pelas elites dominantes dos nossos vizinhos mais poderosos", a exemplo do que ocorreu com o canal da Panamá e com as reservas de gás e petróleo da Bolívia.

Os tratados de Itaipu e Yacyretá

Apesar de posições estranhas, como a que renega as experiências socialistas, a que reforça a tese do subimperialismo - "sofremos mais a conseqüência de depender das submetrópoles (Brasília e Buenos Aires) que do próprio império" - e a que afirma que não há alternativas ao capitalismo, Canese apresenta dados sólidos sobre o "roubo" da energia hidrelétrica do Paraguai. Revela que os preços fixados pelo Tratado de Itaipu estão bem abaixo do mercado, que os juros da obra são escorchantes e eternizam a dívida externa e que as regras de comercialização são draconianas. O Paraguai consome apenas 12% da energia gerada em Itaipu, mas é obrigado a vender o restante para o Brasil. Acordo similar foi feito com a Argentina na exploração da energia de Yacyretá.

Canese estima que o país perca US$ 3,645 bilhões ao ano em decorrência desses tratados lesivos. Para ele, a renegociação dos acordos com o Brasil e a Argentina é o único caminho para a nação poder alavancar o desenvolvimento e investir em programas sociais que superem a brutal miséria do país. "O Paraguai é um país hidrelétrico. É o único país da região com genuínos excedentes... Com um PIB da ordem de US$ 7,5 bilhões, possui uma riqueza hidrelétrica que vale 50% do seu PIB. Conseqüentemente, não há nada mais importante do que recuperar a soberania sobre essa valiosa riqueza natural".

As propostas que formula, que serviram de base ao programa de Lugo, não pregam o rompimento dos acordos - como insinua a mídia. Mas procuram garantir preços justos, redução dos juros e novas regras. Defendem nada mais do que a soberania do Paraguai.

* Altamiro Borges é jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB e autor livro recém-lançado Sindicalismo, Resistência e Alternativas (Editora Anita Garibaldi)

www.vermelho.org.br/base.asp?texto=36366 Envie um e-mail para mim!

20 de abr. de 2008

Obama tem apoio de jovens da Pensilvânia, mas segue atrás nas pesquisas

Colaboração para a Folha Online

O pré-candidato democrata à presidência dos EUA, Barack Obama, lidera as intenções de voto entre os eleitores jovens da Pensilvânia, enquanto a rival Hillary Clinton tem vantagem entre os entrevistados maiores de 54 anos, segundo uma pesquisa da Zogby realizada na sexta-feira (18). As primárias do Estado ocorrem na próxima terça-feira (22).

Entre os eleitores registrados no Estado, 26% têm menos de 34 anos, e 38% têm mais de 55.

O Centro de Informação e Pesquisa no Engajamento e Aprendizado Cívico (Circle, na sigla em inglês) divulgou que os eleitores com menos de 30 anos, registrados para as primárias democratas em 2008, apresentam a maior porcentagem da história dos EUA.

Segundo o diretor da Circle, Peter Levine, o número de eleitores jovens triplicou ou quadruplicou em relação às últimas eleições presidenciais.

Para Levine, o apoio a Obama entre os jovens é tão grande que explica o aumento do registro de novos eleitores como democratas, mas isso não significa que todos irão votar a favor do senador.

Na Universidade de Pittsburgh, uma campanha por Obama mobilizou 2.000 estudantes que afirmaram que se registraram como democratas para votar no senador por Illinois.

O cientista político Stuart Schulman, colaborador de Obama, afirmou que o interesse dos jovens "nem sempre se transmite em votos", em entrevista para a agência de notícias Reuters.

Vantagem

Pesquisa divulgada neste sábado aponta que Hillary aumentou em cinco pontos percentuais sua vantagem nas primárias da Pensilvânia.

Segundo a pesquisa, realizada pelo instituto Zogby Internacional e Newsmax, Hillary conta com 47% das intenções de votos contra 42% do seu rival democrata, Barack Obama.

Esta foi a primeira pesquisa de opinião realizada desde o debate de quarta-feira (16), na Filadélfia. Segundo espectadores e jornalistas, Obama foi o mais prejudicado no encontro, bombardeado com as perguntas mais críticas e a lembrança de todas as polêmicas nas quais se envolveu durante a campanha presidencial.

Segundo o Zogby Internacional, Obama perdeu dois pontos percentuais desde a terça-feira (15), quando contava com 44% do apoio popular.

Entre os eleitores entrevistados, 11% mostraram-se indecisos ou apoiaram outros candidatos da lista. A pesquisa foi realizada entre quinta-feira (17) e sexta-feira (18).

Pleito nacional

Obama aumentou a margem de vantagem sobre Hillary na corrida pela candidatura à Presidência dos Estados Unidos. Segundo uma pesquisa publicada neste sábado, 54% dos eleitores democratas preferem ver Obama disputando as eleições gerais com o provável candidato republicano John McCain, enquanto apenas 35% escolhem Hillary.

A pesquisa do instituto Princeton Survey Research Associates International foi realizada a pedido da revista norte-americana "Newsweek" e ouviu 1.209 pessoas.

Em março, o mesmo instituto realizou uma pesquisa que mostrou um empate estatístico entre os candidatos, com 45% dos eleitores a favor de Obama e 44% apoiando Hillary.

Contudo, os dois democratas sofreram com as últimas rodadas de ataques de suas campanhas. Obama conquistou 57% de opiniões favoráveis, 4 pontos percentuais a menos em relação a março.

Já Hillary conseguiu 49% de boas opiniões, uma queda de 7 pontos percentuais, ainda maior em relação a março.

Metade dos eleitores democratas, 49%, diz acreditar que, se a luta pela nomeação for prolongada até a convenção nacional democrata, em 25 de agosto, o partido deveria recorrer ao popular ex-vice-presidente Al Gore para enfrentar o candidato republicano.

A pesquisa Princeton Survey Research Associates International foi realizada entre 16 e 17 de abril.

Com Associated Press e Reuters

/www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u393955.shtml

19 de abr. de 2008

Roberto Cabrini contará a versão de sua prisão em reportagem

Diário de S. Paulo Roberto Cabrini diz que vai contar episódio da prisão em reportagem - Diário de S. Paulo

SÃO PAULO - O jornalista Roberto Cabrini, da Rede Record, pretende relatar a suposta armação da qual se diz vítima na reportagem sobre tráfico de drogas que estaria realizando quando foi preso na região do Jardim Ângela, zona sul de São Paulo, na terça-feira. Porém, Cabrini não soube dizer quando sua matéria será finalizada e, por telefone, evitou falar do teor das denúncias que fará sobre a atuação da Polícia Civil neste caso.

Em seu depoimento na delegacia, o jornalista dá a entender que os dez papelotes encontrados em seu carro teriam sido plantados pelos policiais civis que o abordaram. Apesar disso, a Corregedoria da Polícia Civil não havia aberto investigação para apurar irregularidades no procedimento policial até esta sexta-feira, segundo informou a secretaria de Segurança Pública.

" Não fizeram isso comigo de graça. Estamos falando de gente que mata "

De acordo com a polícia, a cocaína foi encontrada no console do banco do passageiro, onde estava sentada a comerciante Nadir Domingos Dias, de 50 anos, a Nádia. Ela não foi indiciada por conta da droga.

Cabrini foi preso em flagrante por tráfico de drogas. Porém, a Justiça entendeu que ele não é traficante e relaxou a prisão.

- Não fizeram isso comigo de graça. O que existe por trás (da prisão) é grande. Estamos falando de gente que mata - disse Cabrini.

Ele definiu toda a circunstância como uma "cilada".

http://oglobo.globo.com/sp/mat/2008/04/19/roberto_cabrini

_contara_versao_de_sua_prisao_em_reportagem-426968307.asp

Obama conquista superdelegados amigos da família Clinton

Colaboração para a Folha Online

A equipe de campanha do pré-candidato democrata à Casa Branca Barack Obama anunciou nesta sexta-feira o endosso de mais dois superdelegados, os senadores Sam Nunn da Geórgia e David Boren de Oklahoma. Os dois farão parte da equipe de política de segurança nacional de Obama.

Nunn serviu 25 anos no Senado norte-americano e foi presidente do Comitê de Forças Armadas de 1987 a 1995. Ele disse que Obama é a "melhor escolha para liderar a nação".

"Eu acredito que ele trará altos princípios, uma visão clara e um bom julgamento à Casa Branca", acrescentou.

Já Boren serviu no Senado de 1979 a 1994 e é o político com mais tempo na Presidência do Comitê de Inteligência. Ele foi uma das primeiras escolhas do ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, marido da pré-candidata democrata Hillary Clinton, para substituir Les Aspes na Secretaria de Defesa, durante seu mandato, em 1994.

Boren justificou sua escolha dizendo que Obama é uma pessoa de "bom julgamento".

Obama respondeu aos novos apoios políticos em um comunicado enviado à imprensa. Nele, o senador por Illinois diz que os dois "serão importantes fontes de conselhos para a campanha nos próximos meses".

Novos apoios

Na sexta-feira, Obama recebeu ainda o apoio público de Robert Reich, ex-secretário do Trabalho do governo de Bill Clinton.

"Minha consciência não me deixaria ficar em silêncio por mais tempo", escreveu Reich em seu blog, anunciando o endosso.

Sem citar diretamente o casal Clinton, Reich disse que atrasou a divulgação oficial de seu apoio em razão de um "grupo de velhas amizades". Disse ainda acreditar que Obama oferecia a melhor chance de criar um novo tipo de política e transcender velhas divisões.

Obama recebeu recentemente o apoio de outro ex-membro do gabinete de Clinton, o governador do Novo México Bill Richardson, secretário de Energia e Embaixador das Nações Unidas durante o governo do ex-presidente.

Vantagem

Nos últimos meses, Obama vem aumentando o número de superdelegados que o apóiam e diminuindo a vantagem de Hillary entre grupo.

Os superdelegados --cerca de 800 líderes partidários e políticos democratas eleitos-- não precisam seguir a escolha popular nas primárias e, nesta disputa acirrada entre os democratas, podem definir o candidato do partido para as eleições presidenciais de 4 de novembro.

Uma contagem realizada pela rede de televisão norte-americana MSNBC antes dos endossos desta sexta-feira indicava que Obama conseguiu 225 superdelegados contra 256 de Hillary. No início do ano, Hillary tinha uma margem de cem superdelegados sobre Obama.

"Obama ganhou mais delegados, ganhou mais votos, arrecadou mais dinheiro e agora você vê isso acontecer com os superdelegados também", afirmou Simon Rosenberg, líder do grupo de advogados democratas NDN.

Para Steven Schier, analista político da Carleton College, em Minnesota, os superdelegados "podem ver as vantagens de Obama crescendo e está muito claro que será muito difícil para Hillary alcançá-lo".

Schier defende ainda que se Obama conquistar mais algumas vitórias nas primárias restantes, o apoio dos superdelegados virá em grande número, como "um estouro de manada".

www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u393836.shtml Envie um e-mail para mim!