Estamos conformados. A taxa Selic subiu de novo. Nesta 4ª feira (ontem), o Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central (BC) elevou os juros de 12,25% para 12,50% ao ano, um aumento de 0,25%, ainda que pelo tom do comunicado oficial pós-reunião, seja o último reajuste do ano.
O objetivo do aumento, segundo o COPOM-BC é diminuir o consumo. De acordo com os exegetas da doutrina oficial e sagrada, o novo reajuste de 0,25% veio porque o Brasil errou e muito. Devia investir e poupar e não consumir.
Repetem, assim, as mesmas justificativas apresentadas para os aumentos anteriores, da mesma forma que agora o mantra da nova religião ortodoxa é ficar contra o aumento do emprego e dos salários. Pior, não só repetem o mantra, como já estamos vendo as medidas para arrochar os salários e diminuir a criação de emprego.
Pressão contra os bancos oficiais e seus juros menores
Dessa forma, aos poucos vamos caminhando para o centro da doutrina – digo meta. As razões são as mais absurdas. Segundo alguns o cenário internacional é excepcional, excelente, pelo aumento das commodities e excesso de liquidez.
Mas, no fundo o objetivo deles continua o mesmo: trabalhar e tomar medidas em cima da tese do PIB potencial de 3,5% e da taxa de risco de 6% real. Assim, vamos nos transformando no paraíso do capital especulativo e retomando um caminho que já fizemos.
Com os resultados que todos conhecem: o povo ficava esperando o bolo crescer para comer as migalhas. A culpa de tudo, dizem, é do BNDES, dos bancos públicos (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco do Nordeste), dos juros subsidiados. Sem estas instituições de crédito oficiais, repetem, estaríamos no melhor dos mundos.
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