Pesquisadores
da Universidade de Medicina e Ciência da Califórnia, nos Estados
Unidos, comprovaram cientificamente que orar faz bem para a saúde. Isso
mesmo: orar é um santo remédio para a alma e para o corpo. E chegaram
também à conclusão de que não tem contraindicação. Trocando em miúdos:
orar reduz em até 11% o risco de desenvolver arteriosclerose; faz a
pessoa sentir disposição e ficar mais calmo; quem se habitua a orar
torna-se mais saudável do que os que oram apenas eventualmente. Os
cientistas concluíram também que isto acontece porque as ondas cerebrais
ficam ordenadas, a respiração mais tranquila e os batimentos cardíacos
mais lentos, o que reflete na saúde geral da alma e do corpo. Simples
assim!
Os
pesquisadores só não discorreram sobre a quem se deve dirigir a oração.
Para eles, tanto faz se alguém ora ao Deus verdadeiro ou a qualquer
outro “deus” ou “santo” que esteja disposto a ouvir suas preces. O
simples ato de orar, concluíram os cientistas, já basta para produzir
saúde e alento.
Tais
afirmações, partindo de cientistas, seres não religiosos (ou mesmo
antirreligiosos), têm o condão de ensejar pelo menos uma simples
reflexão sobre a validade e importância da oração.
Mas
será mesmo que os benefícios da oração são apenas físicos e emocionais?
Ou podemos pensar para além desses benefícios, e nos voltar para o que
ensina a Bíblia, de que orar traz benefícios espirituais que são úteis
não somente para a nossa vida terrena e passageira, aqui e agora, mas
também por toda a eternidade?
Nesse
caso, que orientações a Bíblia oferece sobre a oração que vale a pena
ser feita? Existe mesmo uma oração eficaz que tenha o poder de nos
tornar vitoriosos na vida?
Quem
melhor ensinou sobre oração, na Bíblia, foi Jesus Cristo. É Dele o
ensino sobre a mais conhecida oração de todos os tempos, chamada de Pai
Nosso (Mt 6.9-13). Ora-se o Pai Nosso em quase todas as situações da
vida: na derrota e na vitória, antes de desafios e depois deles, na
saúde e na doença, no nascimento e na morte, ou no simples festejo de um
aniversário. Enfim, ora-se o Pai Nosso para entrar ou para sair, no
perigo ou na bonança, na escassez ou na abastança, quer por correção
moral ou diante de lambança.
Ao
ensinar essa oração concisa e singela, Jesus tornou a atividade de orar
algo descomplicado e simples, cujo modelo qualquer pessoa poderia
seguramente seguir. O Pai Nosso, porém, não é uma reza para ser repetida
como um passe de mágica. Antes, é um modelo simples de oração que serve
para qualquer criança orar em um minuto, ou, aos experientes, um
roteiro de oração que pode levar uma hora ou mais.
Jesus corroborou o ensinou de que é preciso orar a Deus, o Pai, em Seu nome: “E tudo quanto pedirdes (ao Pai) em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho” (Jo 14.13-14). Desse
modo, o poder da nossa oração não está na nossa necessidade ou no nosso
conhecimento teológico, mas no santo nome de Jesus. Quão poderoso é o
nome de Jesus diante de Deus! O Pai é glorificado quando oramos em nome
de Jesus, pois assim damos crédito à obra que Ele realizou por nós na
cruz do Calvário.
Ao
orar, é necessário crer e esperar a resposta, pois é impossível agradar
a Deus sem a fé (Mc 11.24; Hb 11.6). Mas não basta crer, é preciso
estar em sintonia com a vontade de Deus: “Seja feita a Tua vontade” (Mt
6.10; 26.42). Além disso, é necessário manter a perseverança até a
conquista total do que se pretende (Lc 18.1-7).
Muitos têm dúvidas sobre a posição em que se deve orar. Mas isso não é
relevante! De acordo com a situação e a conveniência, pode-se orar em pé
ou sentado, ajoelhado ou deitado, curvados ou mesmo prostrados no chão,
pode-se ficar imóvel ou com as mãos levantadas aos céus. O importante
não é a posição em que se ora, mas a oração que parte de um coração
humilde na presença de Deus (Ne 9.4-5; Mt 26.39)
A
Bíblia diz que “não sabemos orar como convém”. Isto quer dizer que
repetir palavras bonitas e rebuscadas, bem intencionadas e corretas, não
nos faz orar adequadamente. São necessárias graça e sabedoria, as quais
não residem em nós, mas em Deus. O próprio Deus nos ajuda a fazer a
oração eficaz, pois o Espírito Santo é quem “intercede por nós
sobremaneira, com gemidos inexprimíveis” (Rm 8.26).
A
oração não só faz bem à saúde física e mental, como dizem os
cientistas. Ela é tanto vital como fundamental, ao ponto de Deus,
conhecendo a nossa fraqueza, nos assistir para que a nossa oração seja
efetiva e nos traga os benefícios totais, aqui e agora, e também na
eternidade.
Orar faz bem. Ore do jeito que você sabe. O pior de tudo é não orar.
Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém
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