O Monte do Templo é o lugar religioso
de maior importância no Mundo para Judeus e Cristãos, e segundo a tradição
muçulmana o terceiro lugar em importância para o mundo islâmico.
O Monte do Templo (em hebraico: הר
הבית, transl. Har Ha-Bayit), em alusão ao antigo templo, pelos judeus e
cristãos, e nobre Santuário (الحرام الشريف, transl. Al-Haram ash-Sharif) pelos
muçulmanos.
É também conhecida como a Esplanada
das Mesquitas pelos árabes, e considerado um lugar sagrado para muçulmanos e
judeus e é um dos locais mais disputados do mundo. Muçulmanos e judeus da idade
média acreditam que sob seus escombros está escondido o Templo de Salomão.
Os templos sobre as rochas que se encontram
no local, foram construídos pelos muçulmanos e é o terceiro local mais sagrado
do islamismo, com referência a viagem até Jerusalém e a ascensão de Muhammad ao
paraíso, fora fruto apenas de uma visão em um sonho de Maomé.
O local é também associado a vários
profetas judeus, sendo que os próprios muçulmanos consideram estes profetas
judeus como muçulmanos. Lá localiza-se a Mesquita de Al-Aqsa e o Domo da Rocha,
construídas ambas no século VII, uma das estruturas mais antigas do mundo
muçulmano.
O Monte do Templo é o lugar mais
sagrado do judaísmo, já que no Monte Moriá se situa a história bíblica do
sacrifício de Isaac. O lugar da "pedra do sacrifício" (a Sagrada
Pedra de Abraão), o local foi eleito pelo rei Davi para construir um santuário
que abrigasse o objeto mais sagrado da fé judaica, a Arca da Aliança.
As obras foram terminadas por
Salomão, o filho de Davi, no que se conhece como Primeiro Templo ou Templo de
Salomão e cuja descrição só conhecemos através da Bíblia, resistindo no local
por cerca de mais de 400 anos e sendo profanado e destruído por Nabucodonosor
II em 587 a.C., dando início ao exílio judaico na Babilónia.
No Novo Testamento há também muitas e
importantes passagens que relatam milagres e ensinamentos de Jesus na
localização e dentro do Templo de Jerusalém.
Alguns anos depois foi reconstruído o
Segundo Templo, que resistiu ali também por mais de 400 anos, sendo que voltou
a ser destruído em 70 E.C. pelos romanos, afim de conter a revolta judaica. Com
a exceção do muro ocidental, conhecido como Muro das Lamentações, que ainda se
conserva e que constitui o lugar de peregrinação mais importante para os
judeus.
Segundo a tradição judaica, neste
mesmo local deverá construir-se o terceiro e último templo nos tempos do
Messias.
História Antiga do Monte do Templo
O Monte do Templo, conhecido como
Monte Moriah é na realidade o local onde Abraão, o Pai da fé teria oferecido
seu filho Isaque a Adonai, recebendo como resposta de que não havia necessidade
do sacrifício e que um cervo havia sido lhe entregue em substituição.
Além deste fato, segundo as
Escrituras Sagradas, no mesmo local ficava o celeiro de Araúna e seu campo de
trigo, local onde o Rei Davi ofereceu o sacrifício ao Senhor afim de que a
praga cessasse sobre a cidade de Jerusalém. Desta forma havia compreendido Davi
de que este era o local que Adonai havia escolhido entre todas as tribos de
Israel para pôr ali o seu nome e sua arca para sempre.
Neste mesmo local foram construídos
posteriormente o Primeiro Templo sob o comando do Rei Salomão e o Segundo
Templo sob o comando de Zorobabel que foi reformado e ampliado por Herodes o
Grande.
Com a queda de Jerusalém e a Queima
do Templo no ano 70 da e.C os judeus
perderam seu principal local de culto e foram proibidos de residirem em
Jerusalém por centenas de anos, esse local caiu nas mãos dos romanos que
construíram ali um templo a Zeus que posteriormente foi destruído e mais tarde
no local foram construídas as duas mesquitas que resistem até os dias de hoje.
O Califa Omar ordenou a construção de
uma mesquita ao lado sudeste do local, em direção a Meca, somente 78 anos após
isto foi concluída a mesquita de al-Aqsa. A construção original ficou conhecida
por ter sido feito de madeira.
Em 691 uma mesquita octogonal com uma
cúpula foi construída sobre as rochas, chefiada pelo califa Abd al Malik,
ficando o santuário conhecido como a Domo da Rocha (Qubbat as-Sakhra قبة
الصخرة). Sua cúpula em si foi coberta de ouro somente em 1920.
Em 715, os omíadas liderados pelo
califa al-Walid I, construíram um templo nas proximidades de Chanuyos, que
deram o nome de al-Masjid al-Aqsaالمسجد الأقصى, a al-Aqsa ou traduzido "a
mais distante mesquita ", correspondente à crença muçulmana da lendária
jornada noturna no relato do Alcorão e hadith feita por Muhammad(Maomé). O
termoal-Haram al-Sharifالحرم الشريف (Santuário Nobre) refere-se a toda a área
que circunda a rocha, como foi chamado mais tarde pela mamelucos e Império
Otomano.
Após o local ter sido conquistado
pelos cruzados, Saladino reconquistou Jerusalém e os templos em 2 de outubro de
1187, através do Cerco a Jerusalém.
Antes da queda pelos cristãos,
Saladino ofertou generosos termos de rendição, os quais foram rejeitados. Após
o cerco ter iniciado, ele ofereceu 25% do reino de Jerusalém ao povo cristão,
que também foi rejeitado, porém após a morte de uma série de muçulmanos
(estima-se 5.000), as forças cristãs lideradas por Balião de Ibelin iniciaram a
destruição dos locais sagrados muçulmanos localizados na Esplanada das
Mesquitas, o que gerou a revolta entre os muçulmanos. Após a captura de
Jerusalém, Saladino convidou os judeus a voltarem a cidade, sendo que estes
anteriormente foram expulsos pelos cristãos. Os judeus de Ashkelon, uma grande
população judaica, aceitaram este convite e voltaram a viver em Jerusalém.
História recente do Monte do Templo
Frequentemente o acesso aos templos é
bloqueado por questões de segurança (o que algumas organizações vêem como
violações aos direitos humanos), porém em determinadas ocasiões do ano o acesso
de fiéis oriundos da Cisjordânia é liberado pelo exército israelense; durante o
Ramadã de 2008, por exemplo, o então ministro da defesa do país, Ehud Barak,
permitiu o acesso, durante as reuniões de sexta-feira, apenas de homens entre
45 e 50 casados, mulheres de 30 e 45 anos, além de homens com mais de 50 e
mulheres com mais de 45 anos.
Segundo a ortodoxia judaica, os
judeus não devem subir ao Monte do Templo porque o consideram um lugar sagrado
profanado e porque poderiam, sem querer, violar o Santo dos Santos do antigo
templo, isto é, a zona do mesmo cuja entrada só estava permitida ao Sumo
Sacerdote.
Os conflitos na região ocorrem
constantemente devido a falsas acusações dos muçulmanos de Israel põem em risco
o local com escavações arqueológicas, mas no ano de 2007 foram os muçulmanos
que fizeram escavações e construções ilegais, ampliando o número de mesquitas
no local para três e causando a destruição de milhares de raridades
arqueológicas que se encontravam no subsolo.
Possível
Local do Santo dos Santos
Por cerca de 1800 anos, após a morte
da primeira e segunda geração dos judeus que foram exilados, o local do Santo
dos Santos caiu no anonimato, mas com o retorno dos judeus para a sua terra natal,
cresceu o interesse para saber-se onde estava localizado o Santo dos Santos, e
desta forma, condicionar a reconstrução do Templo em Jerusalém.
O local mais tradicional e aceito
pela grande maioria das pessoas que já pensaram no assunto é exatamente onde se
encontra a Cúpula Dourada ou o Domo da Rocha, local de uma importante mesquita
para os árabes muçulmanos, e qualquer interferência no local pode incitar uma
guerra mundial religiosa.
Nos últimos anos cresceram os números
de teoria sobre a localização alternativa para o Templo de Salomão e de
Herodes, alguns afirmam que talvez estivesse entre as duas mesquitas, onde hoje
se encontra uma fonte de água, utilizada pelos muçulmanos para se
"purificarem" antes de suas rezas.
A
Cúpula dos Espíritos ou Domo de Salomão
Com a possibilidade de uma análise
via satélite das coordenadas e o mapeamento exato de todas as principais portas
do Monte do Templo, a teoria crescente pode ser a mais correta de todas,
principalmente por causa de sua geografia, porém há ainda uma informação
preciosa recebida dos muçulmanos que nos ajuda a lançar luz ainda mais na
localização do Santo dos Santos sobre o Monte Moriah.
O relato completo sobre esta estória
ou lenda contada pelos muçulmanos pode ser lido somente na Enciclopédia Vilnai
de Jerusalém em Hebraico, e fazemos aqui um pequeno resumo informal das
informações contidas nela.
A
estória se passa logo após a conquista árabe de Jerusalém, no conhecido Cerco
de Jerusalém.
O Domo da Rocha só foi concluído em
691 dC. Abdullah ibn Abi Quhaafah conhecido também pelo nome de Abu Bakr
havia conquistado a Cidade Santa, mas somente seu sucessor, Umar, é quem tomou
posse dela. O Califa Umar viajou para Jerusalém em pessoa para receber a
submissão da cidade, mas no local só foi erguido realmente pelo califa omíada
Abd al-Malik.
A história que se conta é de que Abd
Al-Malik, ao chegar na região do Monte do templo encontrou uma grande lixeira
com os restos do que havia sido destruído pelos romanos e todo tipo de lixo e
detrito deixado pelos moradores bizantinos que proibiram os judeus de reconstruírem
o templo.
Ao determinar a limpeza e a
reconstrução do Domo da Rocha, encontraram onde hoje é o Domo dos Espíritos um
grande buraco onde não se podia ver nada lá dentro, curiosos com a abertura foi
ordenado que um operário descesse no local e ao voltar contasse aquilo que viu,
o problema é que ele não voltou.
Foram ordenados que mais onze fossem
enviados abaixo para tentar buscar os outros, mas segundo a lenda, ninguém voltou
então o local foi bloqueado com detritos e marcado e a pequena cúpula foi
erguida marcando o local no século XVI, o nome foi posto baseado na lenda
acima.
Lenda ou não qual seria o motivo pelo
qual os operários não voltarem? A tese mais provável é por que eles
simplesmente foram consumidos por terem pisado em terra santa, o Santo dos
Santos, pois segundo a própria bíblia, todo impuro que pisa em um lugar como esse
certamente morre, dizem eles.
Para reforçar esta tese, o Dr. Asher
Kaufman afirme que a pequena cúpula na vanguarda que é conhecida como a Cúpula
dos Espíritos ou Cúpula das Tábuas é que marca o lugar do Santo dos Santos do
Segundo Templo. A cúpula está ao noroeste do Domo da Rocha e está em uma linha
direta leste / oeste a partir do pico do Mt. das Oliveiras através do portão
oriental para o Monte do Templo.
De acordo com a Mishná, o Sumo Sacerdote deveria
estar no cume do Monte das Oliveiras, e ao olhar para o Santo dos Santos,
ele iria sacrificar a Novilha Vermelha e aspergiria o seu sangue em sua
direção.
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