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5 de setembro de 2016

A septuagésima Semana de Daniel, o tempo do fim


As 70 (setenta) semanas da profecia de Daniel são divididas em três etapas, cada uma delas trata de uma parte da história de Israel no espaço e no tempo. Segundo Nm 14.34 onde Deus converteu 40 dias  (quarenta) em 40 anos  para Israel, e também em Ez 4.5,6 outra vez Deus querendo fazer-se conhecido dos homens em um dos seus planos, o de salvação, não só para Israel mas desta vez a toda população do mundo. Deus estabelece o princípio e o fim do seu projeto para o mundo inteiro, convertendo o tempo em semanas de anos. Dar a Daniel uma visão de setenta semanas para que nesse tempo tudo seja processado infalivelmente, e divide a visão em três partes distintas em seus acontecimentos, indicando os fatos da primeira e segunda parte, e deixando um imenso silêncio sobre a terceira parte da visão. Agora é importante compreendamos que as setenta semanas sejam conhecidas por todos, já que elas virão sobre todos e logo seus resultados incidem sobre todos.

I – A primeira parte cobre quarenta e nove anos, ou seja, sete semanas de anos destinados para a edificação do Templo como citado no decreto de Ciro rei Medo-Pérsia para o reparo dos muros, praças e da cidade de Jerusalém, tendo-se em vista que quando Nabudonosor invadiu Judá esta cidade teve seus os muros derrubados, as casas foram queimadas e o Templo hebreu destruído e etc.

II – A segunda parte compreende sessenta e duas semanas de anos, cobrindo o tempo de quatrocentos e trinta e quatro anos que somados ao tempo da primeira parte, temos quatrocentos e oitenta e três anos, exatamente o tempo referido em Dn 9.25 determinado por Deus para que o Messias viesse ao mundo como profetizaram os diversos profetas ao longo do Antigo Testamento.

 III – A terceira e última parte da profecia, a septuagésima semana de anos, dela nada foi revedo a Daniel neste capítulo sobre esses últimos sete anos, temos algo no capítulo doze selado  para o tempo do fim, esta semana de anos é para nós como uma carta lacrada totalmente, enquanto as duas primeiras partes são explicadas pelo anjo, esta é deixada em completo silêncio por ele, esta parte da profecia.

Israel é um povo que Deus escolheu para si de entre os demais povos, o casal Abrão e Sarai, eles tiveram seus nomes mudados por ocasião da separação para esta missão, Abrão para Abraão e Sarai para Sara. Deus querendo ser conhecido pelos homens, para isso elegeu a descendência de Abraão. Deus deu as instruções devidas para Israel ensinar os povos, porém, inverteu-se os lados, os povos ensinaram a Israel a desobedecer as leis de Deus, e por ser assim, eles tiveram que aprender voltar para Deus lá no meio do cativeiro em Babilônia, e por isto tiveram o prejuízo perdendo sua auto-direção de governo e todos os direitos sobre sua terra e bens que possuíam escaparam de suas mãos, Babilônia apoderou-se de tudo. Os cativos teriam que voltar do seu cativeiro, mas tudo estava destruído, Deus com bastante antecedência havia dito que o rei Ciro providenciaria a condição que os judeus necessitariam ter.

Muitos estudiosos da escatologia bíblica dizem que a última das setenta semanas de Daniel, são sete anos da grande tribulação que virá sobre o mundo, eles estão divididos em duas grande correntes de pensamentos, a primeira diz que esses anos serão destinados para o derramamento da ira de Deus sobre o mundo, como vingança contra o pecado, e para que a Igreja de Deus não sofra nesse tempo, o Senhor Jesus Cristo virá e arrebatará sua Igreja tirando-a do mundo e imediatamente começará os sete anos de sofrimento no mundo que nada menos é, que a septuagésima semana da profecia de Daniel.

A segunda linha de pensamento diz que virão sim os sete anos de grande tribulação, mas que a Igreja só será arrebatada no meio da grande tribulação, no fim dos primeiros três anos e meio, e logo em seguida acabará o tempo da primeira besta do Apocalipse e começarão as ações da segunda, a qual será presa por Cristo em sua vinda gloriosa, ela e o falso profeta vivos, juntamente serão lançados no lado de fogo com enxofre o lugar da segunda morte Ap (19.29; 21.8).

O número sete aperece muitas vezes no livro do apocalipse, e como prova disto temos aqui sem repetição, uma lista do número sete  como se pode vê:

01 - Sete Igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia”. Ap 1.4
02 - os sete espíritos Ap 1.4
03 - sete candelabros de ouro as 1.12
04 - sete estrelas na mão direita 1.16
05 - sete lâmpadas de fogo, que são Ap 4.5
06 - os sete selos. Ap 5.5
07 - sete chifres e Ap 5.6
08 - sete pontas Ap 5.6
09 - sete olhos, Ap 5.6
10 - sete trombetas. Ap 8.2
11 - os sete trovões Ap 10.4
12 - sete mil homens;  Ap 11.13
13 - sete anjos, Ap 15.1
14 - os sete flagelos. Ap 15.6
15 - sete taças de ouro, Ap 15.7
16 - sete cabeças Ap 17.3
17 - são sete colinas. Ap 17.9
18 - sete reis. (Ap 17.10).

 Voltando às profecias de Daniel, precisamos observar que os quatro animais todos subiam do mar como se o mar fosse seu ambiente natural, diz Daniel: ”vi quatro grandes animais, diferentes uns dos outros, que subiam do mar.” (Dn 7.3) “O primeiro assemelhava-se a um enorme leão, e tinha asas de águia”... (Dn (7.4), o segundo animal, “se parecia com um grande urso”... (Dn 7.5), “e vi outro animal, agora um semelhante a imenso leopardo; tinha nas costas. quatro asas de ave e quatro cabeças, e foi-lhe dada toda a autoridade para governar.” (Dn 7.6), “vi ainda um quarto animal, Este era um monstro diferente de todas as feras anteriores e tinha dez chifres. Enquanto eu analisava os chifres, encontrei um outro chifre, pequeno, que apareceu entre eles; e três dos primeiros chifres foram arrancados para dar lugar a ele. Esse chifre que surgiu entre os demais tinha olhos como os olhos de um ser humano e uma boca que falava com soberba e arrogância” (Dn 7.7,8).


Esses estranhos animais vistos por Daniel, seriam reinos mundiais que já estavam sendo estabelecidos, lembrando que o primeiro deles foi o de Nabucodonosor em Babilônia, disse Daniel para Nabucodonosor; “tu és a cabeça de ouro” (Dn 2.38). Embora esta visão tenha chegado já muito próximo do fim do Império babilônico, no reinado do neto Belsazar, à apenas 16 anos do final do império. Depois de Babilônia vieram os reinos Medo-Persa, grego e romano.

Como vimos acima, o reino de Babilônia tinha a semelhança de Leão com asas de águia, isto é estranho! Elas representavam os 2 reis que vieram depois de Nabucodonosor; Nabonido e Belsazar.

O reino Medo-Persa era sua semelhança a de um grande Urso (Dn 7.5) como reino grande e poderoso Ciro, "o qual se levantou de um lado, tendo na boca três costelas entre os seus dentes; e foi-lhe dito assim: Levanta-te, devora muita carne."  (Dn 7.5) No capítulo (8.3,4,6,7,20) o Urso passa a ser representado por um Carneiro, observe o que diz Daniel; “Então levantei o olhar, e avistei diante de mim, em pé junto ao rio, um carneiro com dois chifres. Os dois chifres eram longos, mas um era mais comprido que o outro, entretanto o mais longo começou a se desenvolver algum tempo depois do outro. Fiquei observando o carneiro enquanto ele avançava para o Ocidente, a Oeste; depois para o Norte e para o Sul. Notei que nenhum outro animal conseguia resistir-lhe, e ninguém era capaz de se livrar do seu poder; ele, no entanto, podia fazer tudo o que desejava e a cada dia ficava maior e mais forte. Enquanto eu fiquei refletindo sobre isso, de repente um bode, com um longo chifre entre os olhos, veio do Ocidente, do Oeste, percorrendo toda a face da terra, mas sem tocar no chão. Ele se voltou na direção do carneiro que tinha dois chifres, o qual eu tinha observado em pé, parado diante do rio, e avançou contra ele com grande furor e violência. Eu o vi atacar furiosamente o carneiro, atingi-lo com muita força e quebrar os seus dois chifres. O carneiro não conseguiu reunir forças para resistir-lhe, e o bode o jogou por terra e o pisoteou; também não havia quem pudesse livrar o carneiro do poder e da cólera do bode. Sendo assim, os dois longos chifres que viste crescerem na fronte do carneiro representam os reis da Média e da Pérsia.” O reino de bi-representação como urso e carneiro, é um devorador de carnes, como carneiro esse império prestou um grande serviço a Deus: Libertando Israel do cativeiro de Babilônia, trabalho esse foi determinado por Deus com pelo menos 285 anos de antecipação para que o grande rei Ciro executasse tal atividade, foi ele o primeiro rei persa a governar Babilônia. Compreenda a fidelidade da palavra de Deus a respeito de Ciro, diz o profeta Isaías: “Ele é meu pastor e realizará tudo o que me agrada; ele ordenará acerca da Cidade de Jerusalém: Tu serás reedificada!, e quanto ao templo: ‘Eis que teus alicerces sejam lançados! Assim, pois, ao seu ungido: a Ciro, cuja mão direita Eu controlo com firmeza para subjugar nações e desarmar reis; para abrir diante dele as portas, de tal maneira que estas não possam ficar trancadas: Eu irei adiante de ti e arrombarei portas de bronze e romperei trancas de ferro. Dar-te-ei tesouros ocultos e riquezas escondidas, a fim de que saibas que Eu Sou Yahweh, aquele que te chama pelo teu nome, o Deus de Israel. Foi por causa do meu servo Jacó, por causa de Israel, o meu escolhido que Eu te convoquei pelo teu nome, e te concedo um título de grande honra, embora tu não reconheças quem sou. Eis que Eu Sou Yahweh, o SENHOR, e não existe nenhum outro; além da minha pessoa não há Deus! Eu te cinjo e te concedo poder, ainda que não percebas quem sou. Para que saibam todos, que do nascente ao poente, não há ninguém além de mim. Eu Sou o Eterno, e não existe nenhum outro!” (Is 44.28;45.1-6) Tudo referente a esta profecia cumpriu-se cabalmente.

Quanto ao terceiro animal diz Daniel: ”vi outro animal, agora um semelhante a imenso leopardo; tinha nas costas. quatro asas de ave e quatro cabeças, e foi-lhe dada toda a autoridade para governar.” (Dn 7.6), O animal também era muito estranho, quem já viu um leopardo assim? Só mesmo Daniel em sua visão, além de tudo contendo quatro  cabeças, estranho mesmo! Outra coisa ainda, esse animal não era um leopardo, apenas a sua semelhança era de um imenso leopardo, o animal na verdade era um Bode peludo, aqui a visão é explicada pelo anjo a Daniel “Mas o bode peludo significa o rei da Grécia; e o grande chifre que lhe nasceu entre os olhos é o primeiro rei. Os quatro chifres que se levantaram no lugar do que foi quebrado, referem-se aos quatro reinos que brotarão da mesma nação, mas não com o mesmo poder dele.” (Dn 8.21,22) Quando falamos do segundo animal à semelhança de um carneiro, vimos que ele prestou um grande serviço a Deus, e falando do terceiro animal, ele prestou desserviço, fazendo exatamente o trabalho de um leopardo, oprimiu a Israel, blasfemou contra Deus, profanou o Templo e etc.

O quarto animal é o mais estranho de todos, era de aparência inexplicável. Escreve Daniel: “vi ainda um quarto animal, horrível, apavorante e extremamente poderoso. Possuía grandes dentes de ferro, com os quais estraçalhava e devorava avidamente suas vitimas, e pisoteava tudo o que sobrava. Este monstro era diferente de todas as feras anteriores e tinha dez chifres. Enquanto eu analisava os chifres, encontrei um outro chifre, pequeno, que apareceu entre eles; e três dos primeiros chifres foram arrancados para dar lugar a ele. Esse chifre que surgiu entre os demais tinha olhos como os olhos de um ser humano e uma boca que falava com soberba e arrogância.”

Este animal é o poderoso Império romano que se levanta derrubando o império grego que mesmo diante da morte de Alexandre o Grande, continuou nas mãos dos seus quatro generais, eles brigaram entre si, mais governaram o mundo, em fim, os reinos do norte e do sul foram os mais poderosos e muito brigaram um com o outro, por fim, o rei do norte (Síria)  veio contra o rei do sul (Egito) e os rumores lhe fizeram voltar, e muito irado voltou-se conta Israel e a subjugou. Israel pertencia ao reino do sul. Os reinos do Egito e Síria permaneceram ativos e independentes, e em seguida se levanta o império romano. Assim muito estranho, chega o quarto império mundial, o mais poderoso de todos os impérios já vistos, ele começa na era antiga e entra na era cristã. Um seu agente julga e condena Cristo à morte de cruz, no ano 70 d. C. um general romano por causa de revolta israelense invade Jerusalém, Poe fogo no Templo e demule-o, faz uma grandiosa matança em Israel e os sobreviventes fogem para todas as nações do mundo. Isto e muito mais fez o quarto e estranho animal.

A visão de Daniel referente os quatro animais tem muita semelhança com os capítulos 12 e 13 da visão de João no livro de Apocalipse, lembra muito a visão de Daniel, observe a tabelinha a baixo.
ESTES ANIMAIS SUBIRAM DO MAR EM DANIEL
ANIMAL
SEMELHANÇA
REFERÊNCIA
Império Babilônico
Leão
Dn 7.4
Império Medo-Persa
Urso
Dn 7.5
Império grego
Leopardo
Dn 7.6
Império romano
Com 10 chifres
Dn 7.7
O chifre
Falava arrogâncias
Dn 7.8
ESTES TAMBÉM SUBIRAM DO MAR NO APOCALIPSE
Dragão (reinos)
7 cabeças e 10 chifres
Ap 12.3;17.12,13
A Besta
7 cabeças e 10 chifres
Ap 13.1
A Besta
Leopardo
Ap 13.2
A Besta
Pés de Urso
Ap 13.2
A Besta
Boca como de Leão
Ap 13.2
A Besta      
É o 8º rei o chifre peq.
Ap 17.11
A semelhança entre as bestas do Antigo e Novo Testamentos nos dizem se tratar da mesma besta, Daniel viu que os animais representativos todos vieram do mar, a besta que sobe da terra é a única do Novo Testamento, sendo esta a continuação daquela que veio à existência no reino de Babilônia e continuou até a destruição de Jerusalém com seu Templo. No Apocalipse diz que ela era e já não é (Ap 17.10,11). A segunda sobe da terra e não do mar, ela só possui dois chifres (Ap 13.11), um dos chifres é o dragão através dos reinos que a apoiam, o outro é o falso profeta, os dois são enganadores a besta e o falso profeta, ela é a mesma porquê vem dos sete reinos, onde Roma foi o sexto ela o oitavo rei, a besta que sobe da terra, para ser mais claro, ela é o chifre pequeno visto no quarto animal (Dn 7.8). Por falar em Dragão, ele é o poder do inferno incorporado no sistema governamental da besta, o poder do dragão opera neles, primeiro no anti-cristo e semelhantemente no falso profeta e os dois enganam a todos os que não forem achados seus nomes escritos no Livro da Vida do Cordeiro, e como ela, também estes seguem para a perdição.

A segunda besta só é manifestada no tempo do fim, ela é continuação da primeira, tanto é que ela é o oitavo rei e vem dos sete. (Ap 17.11; II Ts 2.3) A primeira besta morreu após a destruição de Jerusalém, quando o império romano destruiu o povo santo com seu Templo, isto foi uma providência de Deus para que não houvesse mais o Sacrifício Continuo, não havia mais necessidade dele, sem Templo não podia permanecer o sacrifício continuo, Cristo já havia sido sacrificado, a Nova Aliança no sangue de Jesus já estava feita com muitos, isto é, com os que creem em seu Nome (Hb 7.27; 8.8; 9.12,26,28; 10.10; 12.24; I Co 11.25; I Pe 3.18). Nos dias que João recebeu a visão a besta que era já não era mais, a penas existia o sexto reino, o sétimo ainda não era vindo e depois dele vem o oitavo no tempo do fim, portanto, o governo da segunda besta (Ap.17.11).

A besta que vem desde a Babilônia até a destruição de Jerusalém, sobre ela escreve Daniel: “E ele tornava-se cada vez maior e mais forte, até desafiar o comandante desse exército; quando suprimiu o sacrifício diário do holocausto, o próprio exército lhe foi entregue, juntamente com o holocausto diário, por causa do seu poder e a vitória da sua rebelião. O chifre tinha sucesso em tudo que empreendia, e a verdade e o direito foram lançados por terra. Oferecido ao Príncipe, e destruiu todo o santuário e o seu Templo. Todas as honrarias foram prestadas a esse grande chifre;”Dn 8.11,12) continua o sexto reino, depois dele vem a espera do sétimo, e depois dele vem a segunda besta, o oitavo e último reino humano da terra. Isto deixa claro que mesmos vivendo já nos últimos tempos, ou tempos do fim, a septuagésima Semana da profecia de Daniel, o tempo dos gentios está se cumprindo segundo as Santas Escrituras, só não vê isto quem não quer ver mesmo que a primeira besta veio e já foi embora. 

Entre tudo o que há nas Escrituras, fica para nós um grande recado dizendo que devemos ler a palavra de Deus com muito cuidado e grande responsabilidade, nós devemos ensinar a verdade como ela é, nos esforçando o possível.




                                                                               Pr. Domingos Teixeira Costa